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15/10/2003 - 08h47

Internet vira arma para chegar a pedófilo

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MARIJÔ ZILVETI
da Folha de S.Paulo

As estatísticas falam por si. O Reino Unido registra o maior índice de crianças européias plugadas na rede: 4,5 milhões, contra 3 milhões na Alemanha e 1,5 milhão na França. Os dados pertencem ao instituto de pesquisas Nielsen/NetRatings, que constatou que, dos mais de 13 milhões de crianças e jovens europeus on-line, 4 milhões têm menos de 12 anos.

Se as crianças estão na rede, navegando em sites, batendo papo em salas de chat ou via programas de mensagem instantânea, como o ICQ, do outro lado da tela há uma malha de criminosos espalhados pelo mundo. Em 1998, havia 14 milhões de sites relacionados à pornografia. Em 2003, esse número foi catapultado para 260 milhões de páginas.

A guerra contra a pedofilia está declarada em vários países, que contam com uma malha de organizações não-governamentais que trabalham em conjunto com as polícias estadual e federal para combater esse crime, cuja pena no Brasil, prevista em lei, pode levar a reclusão de um a quatro anos (lei nº 8.069, art. 241).

Estratégias

As estratégias da polícia para chegar aos criminosos passam pela caça a sites por meio de mecanismos de busca, policiais que usam a linguagem de adolescentes para bater papos on-line com pedófilos e depois flagrá-los e o uso de software para a recuperação de arquivos apagados no disco rígido.

A promotora Jeanine Pirro, de Westchester, no Estado de Nova York, anunciou na sexta-feira (10) a 77ª prisão de uma série de crimes de pedofilia pela internet.

Segundo a assessoria de imprensa da promotora, foi anunciada a prisão de David Traverso, acusado de tentar encontrar-se com uma garota menor de 18 anos, com quem ele manteve conversas de conotação sexual explícita.

Essa menina era, na verdade, um policial com quem Traverso vinha mantendo ciberencontros do dia 4 de agosto até 9 de outubro. Traverso foi preso ao chegar ao local do encontro que havia marcado com a suposta garota. Se julgado e condenado, a pena é de quatro anos em uma prisão estadual.

Uma das especialidades da promotora é o combate à rede de pedofilia e pornografia. Em seu livro intitulado "To Punish and Protect", Pirro aconselha os pais, no capítulo Internet Safety, a advertir os filhos para não falar com estranhos. Sugere também monitoramento dos micros em casa, além de não temer ter acesso às contas de e-mail das crianças.

Brasil

Para combater o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes, o governo brasileiro criou a Assessoria Especial dos Direitos Humanos, ligada à Presidência da República, que mantém o Disque Denúncia de Abuso e Exploração de Crianças e Adolescentes (tel. 0800 99-0500). Funciona de segunda à sexta-feira, das 8h às 18h. Está prometido para o final do mês o atendimento em três turnos e no final de semana.

Segundo a coordenadora do serviço, Elizabeth Leitão, de 15 de maio até 1º de outubro, foram registradas 2.938 denúncias. Desse total, 407 estão classificadas em exploração sexual comercial, das quais 64 estão vinculadas à pornografia pela internet.

Em São Paulo, a 4ª Delegacia de Meios Eletrônicos mantém 11 investigadores desde 2001. Nesse período, foram registrados 123 casos de pedofilia.

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