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18/12/2004
-
09h17
JULIANA CARPANEZ
da Folha Online
Durante a passagem de sete meses pela Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), em 2001, Marcos Antônio Nascimento da Silva, 21, decidiu que não queria mais ser um jovem "terrível", como ele mesmo se definia. Preso, não viu o nascimento da filha, nem pôde acompanhar seus primeiros meses de vida. "Parei para pensar em tudo o que tinha acontecido até ali e decidi que queria mudar. Como não sabia o que fazer quando saísse da Febem, pensei até em catar papelão na rua para poder ter outra vida", afirma.
Não precisou: uma semana após a saída da Febem, foi chamado para trabalhar na gráfica da empresa de auditoria PriceWaterhouseCoopers. A companhia decidiu dar uma chance ao jovem, pois ele foi indicado por funcionários da companhia que participaram de uma iniciativa de inclusão digital na Febem. O curso era oferecido em parceria entre a Price, a Amcham (Câmara Americana de Comércio) e o CDI (Comitê para Democratização da Informática).
"Tive aulas durante dois meses e aproveitei ao máximo, porque sabia que não teria mais contato com o computador quando saísse da Febem", conta o jovem, que mora no Capão Redondo, em São Paulo. Ele aprendeu sobre diversos programas e afirma que o computador mexe com a cabeça das pessoas. "Quando você usa a máquina, esquece dos problemas, das coisas ruins. E a cada novidade que descobre, quer aprender ainda mais."
O conhecimento era trocado entre os alunos fora das aulas. Esse interesse também rendeu oportunidades a alguns colegas de Marcos que trabalharam na Price --a empresa fez contrato de um ano com jovens que se destacaram no projeto. Depois do período, eles poderiam ter o contrato renovado ou, caso não houvesse vagas, ser indicados para trabalhar em outras organizações.
"Marcos foi o primeiro estagiário efetivado no programa de inclusão social da empresa e é uma prova do potencial das ações conduzidas em conjunto pela iniciativa privada, instituições públicas e organizações não governamentais", afirma Wander Teles, sócio da Price.
Depois de um ano e quatro meses na gráfica, ele mudou de departamento e hoje trabalha como auxiliar de escritório. Passa metade do expediente trabalhando no micro e, na hora do almoço, usa o horário livre para navegar pela internet. "Gosto muito de computador e acho que todo mundo deveria ter a chance de aprender a mexer com ele", diz o jovem, que retomou os estudos quando saiu da instituição e, no ano que vem, conclui o ensino médio.
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Durante a passagem de sete meses pela Febem (Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor), em 2001, Marcos Antônio Nascimento da Silva, 21, decidiu que não queria mais ser um jovem "terrível", como ele mesmo se definia. Preso, não viu o nascimento da filha, nem pôde acompanhar seus primeiros meses de vida. "Parei para pensar em tudo o que tinha acontecido até ali e decidi que queria mudar. Como não sabia o que fazer quando saísse da Febem, pensei até em catar papelão na rua para poder ter outra vida", afirma.
Não precisou: uma semana após a saída da Febem, foi chamado para trabalhar na gráfica da empresa de auditoria PriceWaterhouseCoopers. A companhia decidiu dar uma chance ao jovem, pois ele foi indicado por funcionários da companhia que participaram de uma iniciativa de inclusão digital na Febem. O curso era oferecido em parceria entre a Price, a Amcham (Câmara Americana de Comércio) e o CDI (Comitê para Democratização da Informática).
"Tive aulas durante dois meses e aproveitei ao máximo, porque sabia que não teria mais contato com o computador quando saísse da Febem", conta o jovem, que mora no Capão Redondo, em São Paulo. Ele aprendeu sobre diversos programas e afirma que o computador mexe com a cabeça das pessoas. "Quando você usa a máquina, esquece dos problemas, das coisas ruins. E a cada novidade que descobre, quer aprender ainda mais."
O conhecimento era trocado entre os alunos fora das aulas. Esse interesse também rendeu oportunidades a alguns colegas de Marcos que trabalharam na Price --a empresa fez contrato de um ano com jovens que se destacaram no projeto. Depois do período, eles poderiam ter o contrato renovado ou, caso não houvesse vagas, ser indicados para trabalhar em outras organizações.
"Marcos foi o primeiro estagiário efetivado no programa de inclusão social da empresa e é uma prova do potencial das ações conduzidas em conjunto pela iniciativa privada, instituições públicas e organizações não governamentais", afirma Wander Teles, sócio da Price.
Depois de um ano e quatro meses na gráfica, ele mudou de departamento e hoje trabalha como auxiliar de escritório. Passa metade do expediente trabalhando no micro e, na hora do almoço, usa o horário livre para navegar pela internet. "Gosto muito de computador e acho que todo mundo deveria ter a chance de aprender a mexer com ele", diz o jovem, que retomou os estudos quando saiu da instituição e, no ano que vem, conclui o ensino médio.
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