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25/02/2007
-
09h54
KÁTIA ARIMA
Colaboração para a Folha de S.Paulo
A LG batizou o celular MX800 de Chocolate --um nome sedutor para um aparelho de design charmoso, com teclado deslizante e botões sensíveis ao toque. Atraídas pelo visual diferenciado, muitas pessoas desembolsaram cerca de R$ 1.000 no produto. Mas algumas delas tiveram desgosto de ver o visor LCD quebrado, sem um motivo aparente.
Quando foi atender uma ligação, o advogado Luis Renato Zanardi Horio pegou seu celular sobre a mesa e percebeu que a tela estava branca, com manchas pretas. Ficou assustado, pois não havia batido ou derrubado o aparelho, pelo qual havia pago R$ 1.200. "Sempre cuidei bem dele", afirma.
Mas a assistência técnica alegou mau uso e quis cobrar R$ 390 pelo conserto. "Achei muito caro e não vou pagar por isso", disse.
Epidemia
A história de Horio não é única. Dezenas de pessoas, de diversos Estados do Brasil, passaram pelo mesmo sufoco de ver a tela de seu MX800 trincada internamente. Muitas delas foram se queixar em fóruns do Orkut e assim descobriram que não estavam sós. A comunidade "LG MX800 Chocolate Black Label" está cheia de reclamações semelhantes. Indignados, eles pedem recall.
"Foi um alívio descobrir pelo Orkut que o problema não tinha acontecido só comigo", diz a empresária Priscila Ribas. Seu telefone ficou um mês numa assistência técnica autorizada da LG e a conclusão foi que Priscila fez mau uso do aparelho. Se quiser consertá-lo, terá de pagar R$ 360.
Na casa do estudante César Marques, o prejuízo foi duplo. Com duas semanas de uso, a tela do seu celular trincou por dentro. Pior: o mesmo aconteceu com o MX800 do seu irmão. Apesar de os dois aparelhos estarem na garantia, a assistência da LG queria cobrar R$ 1.000 pelo conserto.
Se não adianta nada que o celular esteja na garantia, será que vale a pena adotar ou acionar o seguro? Geralmente, a seguradora não cobre quebra ou perda do aparelho. O ressarcimento somente é feito se o aparelho for roubado com violência ou deixando vestígios.
Alguns clientes indignados já estão recorrendo à Justiça, caso da historiadora Sula Floret. O visor do seu celular quebrou após uma semana de uso.
Ao levar o celular a assistência técnica autorizada da LG, Sula foi informada de que o celular não podia ser carregado no bolso ou na bolsa e, por isso, a garantia não cobria o conserto, que custaria R$ 800. "Eles querem que eu carregue o celular na mão, mas isso é inviável."
Sula entrou com um processo no juizado especial cível.
A LG não compareceu nas audiências de conciliação e de instrução de julgamento, apenas a Vivo. Agora, Sula espera a leitura da sentença. "Se eu soubesse que daria essa dor de cabeça, nem o teria comprado", diz.
Entraves
Apesar do grande número de reclamações, a LG se recusa a aceitar que o MX800 tenha defeito de fabricação e atribui o problema ao consumidor.
A Folha solicitou uma entrevista com um executivo da LG, mas o pedido não foi atendido. A empresa limitou-se a enviar um comunicado com o seguinte texto: "A LG não considera a possibilidade de um recall, pois concluiu-se que os casos apresentados junto às assistências técnicas credenciadas ocorreram devido ao excesso de pressão na tela do celular."
Procon
Mas, segundo a técnica da Fundação Procon-SP Márcia Christina Oliveira, a empresa é responsável pelos danos, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor. "O produto tem de ser adequado para o fim que se destina", argumenta. "Se ele é tão delicado a ponto de não poder ser carregado no bolso ou na bolsa, ele não serve como telefone móvel."
Os consumidores que quiserem orientar-se no Procon-SP devem levar a nota fiscal do aparelho e uma cópia da ordem de serviço da assistência técnica autorizada alegando mau uso do produto. "Uma empresa que coloca produtos de má qualidade no mercado não pode se eximir da responsabilidade", diz a técnica do Procon-SP.
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Celular da LG traz problemas com o visor
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Colaboração para a Folha de S.Paulo
A LG batizou o celular MX800 de Chocolate --um nome sedutor para um aparelho de design charmoso, com teclado deslizante e botões sensíveis ao toque. Atraídas pelo visual diferenciado, muitas pessoas desembolsaram cerca de R$ 1.000 no produto. Mas algumas delas tiveram desgosto de ver o visor LCD quebrado, sem um motivo aparente.
Quando foi atender uma ligação, o advogado Luis Renato Zanardi Horio pegou seu celular sobre a mesa e percebeu que a tela estava branca, com manchas pretas. Ficou assustado, pois não havia batido ou derrubado o aparelho, pelo qual havia pago R$ 1.200. "Sempre cuidei bem dele", afirma.
Mas a assistência técnica alegou mau uso e quis cobrar R$ 390 pelo conserto. "Achei muito caro e não vou pagar por isso", disse.
Epidemia
A história de Horio não é única. Dezenas de pessoas, de diversos Estados do Brasil, passaram pelo mesmo sufoco de ver a tela de seu MX800 trincada internamente. Muitas delas foram se queixar em fóruns do Orkut e assim descobriram que não estavam sós. A comunidade "LG MX800 Chocolate Black Label" está cheia de reclamações semelhantes. Indignados, eles pedem recall.
"Foi um alívio descobrir pelo Orkut que o problema não tinha acontecido só comigo", diz a empresária Priscila Ribas. Seu telefone ficou um mês numa assistência técnica autorizada da LG e a conclusão foi que Priscila fez mau uso do aparelho. Se quiser consertá-lo, terá de pagar R$ 360.
Na casa do estudante César Marques, o prejuízo foi duplo. Com duas semanas de uso, a tela do seu celular trincou por dentro. Pior: o mesmo aconteceu com o MX800 do seu irmão. Apesar de os dois aparelhos estarem na garantia, a assistência da LG queria cobrar R$ 1.000 pelo conserto.
Se não adianta nada que o celular esteja na garantia, será que vale a pena adotar ou acionar o seguro? Geralmente, a seguradora não cobre quebra ou perda do aparelho. O ressarcimento somente é feito se o aparelho for roubado com violência ou deixando vestígios.
Alguns clientes indignados já estão recorrendo à Justiça, caso da historiadora Sula Floret. O visor do seu celular quebrou após uma semana de uso.
Ao levar o celular a assistência técnica autorizada da LG, Sula foi informada de que o celular não podia ser carregado no bolso ou na bolsa e, por isso, a garantia não cobria o conserto, que custaria R$ 800. "Eles querem que eu carregue o celular na mão, mas isso é inviável."
Sula entrou com um processo no juizado especial cível.
A LG não compareceu nas audiências de conciliação e de instrução de julgamento, apenas a Vivo. Agora, Sula espera a leitura da sentença. "Se eu soubesse que daria essa dor de cabeça, nem o teria comprado", diz.
Entraves
Apesar do grande número de reclamações, a LG se recusa a aceitar que o MX800 tenha defeito de fabricação e atribui o problema ao consumidor.
A Folha solicitou uma entrevista com um executivo da LG, mas o pedido não foi atendido. A empresa limitou-se a enviar um comunicado com o seguinte texto: "A LG não considera a possibilidade de um recall, pois concluiu-se que os casos apresentados junto às assistências técnicas credenciadas ocorreram devido ao excesso de pressão na tela do celular."
Procon
Mas, segundo a técnica da Fundação Procon-SP Márcia Christina Oliveira, a empresa é responsável pelos danos, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor. "O produto tem de ser adequado para o fim que se destina", argumenta. "Se ele é tão delicado a ponto de não poder ser carregado no bolso ou na bolsa, ele não serve como telefone móvel."
Os consumidores que quiserem orientar-se no Procon-SP devem levar a nota fiscal do aparelho e uma cópia da ordem de serviço da assistência técnica autorizada alegando mau uso do produto. "Uma empresa que coloca produtos de má qualidade no mercado não pode se eximir da responsabilidade", diz a técnica do Procon-SP.
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