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20/09/2006
-
17h38
DANIELA LORETO
da Folha Online
Dependência econômica ligada ao cultivo de papoula, freqüentes ataques do grupo islâmico radical Taleban e a falta de liderança política de Hamid Karzai, chefe do governo afegão [apoiado pelos Estados Unidos], são algumas das principais dificuldades para o sucesso da reconstrução do Afeganistão.
Saiba quais os principais problemas do país:
Fraqueza do novo governo
O presidente Hamid Karzai, eleito presidente interino da Administração Transitória Afegã em 2002 pela Loya Jirga [grande assembléia de líderes tribais] e confirmado na eleição presidencial de 2004, tem sua imagem de governante fragilizada pelo apoio que recebe dos EUA. Muitos julgam que Karzai, na verdade, não passa de um representante do governo americano.
Em Províncias do sul do país, como Helmand, Zabul e Uruzgan, a influência Taleban muitas vezes supera a fraca presença do governo. Outro problema é controlar a região da fronteira com o Paquistão, onde muitos ex-líderes Talebans se refugiaram e ganharam força para retomar as atividades da milícia.
Ameaça Taleban
Embora tenha sido deposta do controle do Afeganistão, o Taleban nunca chegou a ser derrotado e mantém suas as atividades no país, realizando ataques e amedrontando a população, além de criar um clima de insegurança e instabilidade no país. Segundo dados na Otan (aliança militar ocidental), somente em 2006, 173 pessoas morreram em ataques suicidas no Afeganistão --151 delas civis. O Taleban é mais presente na região sul do país. No total, estima-se que haja entre 8.000 e 12 mil membros da milícia no Afeganistão.
Falta de segurança
Cinco anos após a invasão liderada pelos EUA, tropas americanas e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) ainda não conseguiram impor a segurança no país. Cerca de 20 mil homens da Otan estão destacados no Afeganistão, mas a maior parte deles se encontra nas regiões central e norte do país, que são mais estáveis. Na parte sul, onde a atividade insurgente é mais intensa, o número de soldados é de apenas 8.000 --número insuficiente para conter os ataques e as ações dos rebeldes talebans.
Instabilidade
Com os freqüentes ataques suicidas, o Taleban conseguiu seu objetivo, que é desestabilizar o país, assustando a população e convencendo os afegãos de que o atual governo não é capaz de protege-los. Por isso, cientistas avaliam que as pessoas já não têm tanta certeza de que a vida no país é melhor agora do que nos anos do regime Taleban, devido ao grande número de assassinatos e estupros e ao clima de insegurança no Afeganistão.
Confrontos
Devido ao pequeno número de soldados no país, as tropas realizam operações-relâmpago [apenas para abrandar a violência] em determinadas áreas, partindo logo em seguida. Com isso, as operações militares, embora deixem um número cada vez maior de rebeldes mortos, tornam-se ineficazes, já que, durante a noite, os rebeldes retornam e continuam a amedrontar a população. Na Operação Medusa [que visa a barrar a crescente violência taleban] , realizada no começo de setembro, a Otan matou 400 rebeldes em três dias.
Reconstrução
Apesar dos esforços de reconstrução, a gravidade da falta de segurança no país impede grande parte dos trabalhos. Na região sul, onde a influência Taleban é maior, as tropas da ONU (Organização das Nações Unidas) praticamente não atuam mais.
Tropas internacionais
Após a invasão liderada pelos EUA em 2001, vários países se ofereceram para enviar ajuda militar e financeira para o Afeganistão, mas, com o passar dos anos, as ofertas diminuíram. Atualmente, a Otan pede ajuda, mas os países se mantêm resistentes e nenhum anúncio importante de ajuda foi feito até o momento.
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Dependência econômica ligada ao cultivo de papoula, freqüentes ataques do grupo islâmico radical Taleban e a falta de liderança política de Hamid Karzai, chefe do governo afegão [apoiado pelos Estados Unidos], são algumas das principais dificuldades para o sucesso da reconstrução do Afeganistão.
Saiba quais os principais problemas do país:
Fraqueza do novo governo
O presidente Hamid Karzai, eleito presidente interino da Administração Transitória Afegã em 2002 pela Loya Jirga [grande assembléia de líderes tribais] e confirmado na eleição presidencial de 2004, tem sua imagem de governante fragilizada pelo apoio que recebe dos EUA. Muitos julgam que Karzai, na verdade, não passa de um representante do governo americano.
Em Províncias do sul do país, como Helmand, Zabul e Uruzgan, a influência Taleban muitas vezes supera a fraca presença do governo. Outro problema é controlar a região da fronteira com o Paquistão, onde muitos ex-líderes Talebans se refugiaram e ganharam força para retomar as atividades da milícia.
Ameaça Taleban
Embora tenha sido deposta do controle do Afeganistão, o Taleban nunca chegou a ser derrotado e mantém suas as atividades no país, realizando ataques e amedrontando a população, além de criar um clima de insegurança e instabilidade no país. Segundo dados na Otan (aliança militar ocidental), somente em 2006, 173 pessoas morreram em ataques suicidas no Afeganistão --151 delas civis. O Taleban é mais presente na região sul do país. No total, estima-se que haja entre 8.000 e 12 mil membros da milícia no Afeganistão.
Falta de segurança
Cinco anos após a invasão liderada pelos EUA, tropas americanas e da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) ainda não conseguiram impor a segurança no país. Cerca de 20 mil homens da Otan estão destacados no Afeganistão, mas a maior parte deles se encontra nas regiões central e norte do país, que são mais estáveis. Na parte sul, onde a atividade insurgente é mais intensa, o número de soldados é de apenas 8.000 --número insuficiente para conter os ataques e as ações dos rebeldes talebans.
Instabilidade
Com os freqüentes ataques suicidas, o Taleban conseguiu seu objetivo, que é desestabilizar o país, assustando a população e convencendo os afegãos de que o atual governo não é capaz de protege-los. Por isso, cientistas avaliam que as pessoas já não têm tanta certeza de que a vida no país é melhor agora do que nos anos do regime Taleban, devido ao grande número de assassinatos e estupros e ao clima de insegurança no Afeganistão.
Confrontos
Devido ao pequeno número de soldados no país, as tropas realizam operações-relâmpago [apenas para abrandar a violência] em determinadas áreas, partindo logo em seguida. Com isso, as operações militares, embora deixem um número cada vez maior de rebeldes mortos, tornam-se ineficazes, já que, durante a noite, os rebeldes retornam e continuam a amedrontar a população. Na Operação Medusa [que visa a barrar a crescente violência taleban] , realizada no começo de setembro, a Otan matou 400 rebeldes em três dias.
Reconstrução
Apesar dos esforços de reconstrução, a gravidade da falta de segurança no país impede grande parte dos trabalhos. Na região sul, onde a influência Taleban é maior, as tropas da ONU (Organização das Nações Unidas) praticamente não atuam mais.
Tropas internacionais
Após a invasão liderada pelos EUA em 2001, vários países se ofereceram para enviar ajuda militar e financeira para o Afeganistão, mas, com o passar dos anos, as ofertas diminuíram. Atualmente, a Otan pede ajuda, mas os países se mantêm resistentes e nenhum anúncio importante de ajuda foi feito até o momento.
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