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09/11/2006 - 15h12

Após derrota nas urnas, Bush diz aceitar "sugestões" sobre Iraque

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da Folha Online

O presidente americano, George W. Bush, afirmou hoje que está "aberto a sugestões" a respeito do Iraque, sinalizando que adotará uma postura de conciliação com o Congresso, que será liderado pelos democratas após a derrota republicana nas urnas.

"Estou aberto a idéias e sugestões que possam nos ajudar atingir o objetivo de derrotar os terroristas e garantir que a nova democracia iraquiana seja bem-sucedida", disse Bush.

A expectativa é que a nova liderança congressista exerça maior pressão sobre Bush devido à insatisfação de grande parte dos americanos com a política governista no Iraque, o grande número de baixas entre soldados dos EUA e a violência crescente no país.

O conflito no Iraque foi apontado por especialistas como o principal motivo para o fracasso do partido de Bush nas eleições de terça-feira (7), ao lado dos repetidos escândalos de corrupção envolvendo legisladores republicanos.

No entanto, o presidente disse ainda que é responsabilidade dos EUA dar apoio aos 152 mil soldados americanos no Iraque --uma aparente mensagem aos democratas que defendem o corte dos recursos enviados à missão no país.

"Qualquer partido tem a responsabilidade de garantir que as tropas tenham os recursos e o apoio necessário para sua missão no Iraque, disse Bush.

Eleições

Nesta quinta-feira, o Partido Democrata obteve por uma pequena diferença a maioria no Senado, ficando com o controle total do Congresso, após 12 anos de liderança republicana.

Reuters
Bush admite responsabilidade por derrota republicana em eleições legislativas
O último Estado a obter o resultado da disputa pelo Senado foi a Virgínia, onde o democrata Jim Webb derrotou o republicano George Allen por uma vantagem mínima --cerca de 7.000 votos.

Ontem, a vitória democrata na Câmara dos Representantes já havia sido anunciada. Após o anúncio, o secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, renunciou ao cargo.

A vitória democrata foi completada na noite desta quarta-feira, com a obtenção de 51 das cem cadeiras no Senado. O Partido Democrata elegeu mais nove senadores na votação de terça-feira (7). Seis deles derrotaram republicanos da Pensilvânia, Ohio, Missouri, Rhode Island, Montana e Virgínia. Os outros três venceram senadores de Maryland, Minnesota e Vermont.

Na Câmara, os democratas alcançaram 229 cadeiras --11 acima do número necessário para garantir a maioria na casa, que abriga 435 deputados.

Os governos de Estado também passarão a ser controlados pelo Partido Democrata, que elegeu 28 dos 36 governadores. Nova York, Ohio, Colorado, Maryland e Arkansas estão entre os Estados cujo controle foi conquistado pelos democratas.

Recontagem

Desde a manhã de quarta-feira, Webb já se considerava o novo senador eleito no Estado de Virgínia, mas Allen continuava se recusando a aceitar a derrota. O impasse se estendeu durante a maior parte do dia.

'Os votos foram contados e Jim venceu', afirmou ontem a porta-voz da campanha de Webb, Kristian Denny Todd. Allen, no entanto, disse que iria aguardar o final do processo para aceitar a derrota --o que deve incluir uma checagem dos votos por oficiais a serviço da eleição. Por lei, a checagem deve ser feita até a próxima terça-feira (14).

Segundo o chefe do conselho do Partido Republicano da Virgínia, Lee E. Goodman, Allen ainda não decidiu se pedirá a recontagem dos votos no Estado após o anúncio do resultado. A legislação local permite que um candidato derrotado por uma margem igual ou inferior a 0,5 ponto percentual solicite uma revisão da apuração, que seria paga pelo Estado.

O Conselho Estadual Eleitoral deve se reunir no dia 27 de novembro para certificar o vencedor das eleições em Virgínia. Allen terá então dez dias para pedir a recontagem dos votos à Justiça. Uma eventual recontagem seria supervisionada por três juizes.

Derrota

A derrota republicana altera o cenário político americano, já que deixa o presidente George W. Bush sem o apoio do Congresso para levar à frente sua agenda legislativa.

O primeiro impacto da vitória democrata na Câmara dos Representantes foi a saída do republicano Donald Rumsfeld, 74, do cargo de secretário de Defesa dos EUA nesta quarta-feira. Em entrevista coletiva na tarde de hoje, o presidente George W. Bush oficializou o nome do ex-diretor da CIA Robert Gates, 63, como sucessor de Rumsfeld no cargo.

Rumsfeld deixa a liderança do Pentágono após ocupar o cargo pelos últimos seis anos. Seu sucessor, Bob Gates, é presidente da Universidade do Texas A&M, e amigo próximo da família Bush. Ele ocupou o cargo de chefe da CIA entre 1991 e 1993, durante o governo de George Bush (1989-1993), pai do atual presidente.

Formalmente, a indicação de Bush terá que ser confirmada pelo Senado americano. Gates, no entanto, não deverá enfrentar oposição do Congresso para assumir a função, tida como cargo de confiança do presidente.

Na semana passada, durante campanha republicana para as eleições legislativas, Bush havia afirmado que Rumsfeld permaneceria no cargo até o final de seu mandato, em 2008.

Com agências internacionais

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