Publicidade
Publicidade
29/11/2006
-
12h18
da Folha Online
O ex-espião russo Alexander Litvinenko, 43, morto na semana passada após ser envenenado por polônio radioativo, revelou a um italiano com quem se reuniu em 1º de novembro em Londres que liderou uma ação de contrabando de material nuclear da Rússia.
A informação, segundo o jornal britânico "The Independent", teria sido dada à polícia britânica por Mário Scaramella, o acadêmico italiano que encontrou Litvinenko no dia em que o agente russo começou a passar mal em decorrência de contaminação radioativa por polônio-210.
O ex-espião teria contado a Scaramella que realizou o traslado ilegal de material nuclear para Zurique, na Suíça, em 2000. O "Independente" não cita a finalidade do contrabando, mas diz que Litvinenko deixou a Rússia quando começou a ser investigado por acusações de corrupção.
Nesta quarta-feira, funcionários de dois hospitais de Londres que trataram Litvinenko passaram por testes de radiação, segundo informações da Agência Britânica de Proteção à Saúde.
De acordo com a agência, 106 membros do Hospital Geral de Barnet e do Hospital University College foram submetidos a testes de exposição a radiação, e 49 realizariam testes de urina.
Segundo o porta-voz Lawrence Knight, os dois locais foram examinados para avaliar os riscos de contaminação, e, segundo ele, não existe ameaça para o público.
"Todas as áreas já foram reabertas e o atendimento funciona normalmente", afirmou.
Litvinenko, ex-agente da KGB que se tornou um feroz crítico do governo de Vladimir Putin, passou mal em 1º de novembro e foi internado no Hospital Barnet, no norte de Londres. Depois do agravamento de sua condição, ele foi transferido para a UTI do Hospital University College.
Altas doses de polônio-210 --material radioativo raro-- foram detectadas em seu organismo.
Antes de sua morte, Litvinenko deixou uma carta acusando Putin por seu envenenamento.
O governo russo nega veementemente a acusação.
Rastro
A morte de Litvinenko deixou um "rastro radioativo" no centro de Londres, detectado por policiais por meio de registros de ligações em telefones celulares e imagens dos circuitos internos de edifícios para refazer o trajeto do ex-espião antes de sua morte.
Entre os locais onde os vestígios foram encontrados está o escritório do magnata russo Boris Berezovsky, onde Livtinenko esteve antes de ser hospitalizado.
Aparentemente, ele deixou vestígios radioativos em vários locais onde esteve. Oito locais já foram identificados --entre eles, os dois hospitais onde Livtinenko foi tratado.
Traços de polônio radioativo também foram encontrados no prédio da empresa de segurança Erinys, onde o ex-espião também esteve. O material também foi encontrado em um local próximo do Hotel Millennium onde Litvinenko se reuniu com três russos em 1º de novembro.
Parte da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital University College, onde o ex-espião foi tratado, ficou fechada nesta terça-feira, assim como parte do Hotel Millennium e do restaurante Itsu, em Piccadilly, onde ele jantou com um italiano antes de sentir-se mal.
Investigação
O premiê britânico, Tony Blair, prometeu nesta terça-feira uma rígida investigação da Scotland Yard para desvendar as circunstâncias e a autoria da morte de Litvinenko.
Segundo Blair, o caso é 'muito sério' e não haverá barreiras 'políticas ou diplomáticas' que impeçam a investigação. O premiê disse considerar a possibilidade de discutir o caso pessoalmente com o presidente russo, Vladimir Putin, caso isso seja necessário.
Após a morte do ex-espião, mais de mil pessoas telefonaram para a Agência Britânica de Proteção à Saúde pedindo orientação a respeito do risco de contaminação nuclear.
Oito pessoas foram encaminhadas para clínicas por precaução. Os resultados dos exames devem ser divulgados em uma semana.
No entanto, segundo especialistas em segurança, os traços de polônio detectados, até o momento, representam risco mínimo para a população.
Uma autópsia no corpo do ex-espião deve ser realizada na sexta-feira (1), mas terá de ser feita sob condições especiais de segurança para evitar a contaminação radioativa da equipe médica.
Espionagem
Litvinenko se mudou para o Reino Unido em 2000, quando pediu asilo político no país. No mês passado, o ex-espião adquiriu cidadania britânica.
Ele se uniu às forças de contra-inteligência da KGB em 1988, e chegou a ser coronel do Serviço de Segurança Nacional da Rússia.
Em 1991, Litvinenko começou a se especializar em terrorismo e crime organizado, e foi transferido para o mais secreto departamento sobre organizações criminosas do serviço de segurança russo em 1997.
Desde que deixou a Rússia, há seis anos, o ex-espião é um feroz crítico do Kremlin. Internado no dia 1º deste mês, sua saúde se deteriorou rapidamente e ele sofreu uma parada cardíaca na última quarta-feira (22).
Litvinenko morreu na quinta-feira (23), poucas semanas depois de obter a cidadania britânica.
Com agências internacionais
Leia mais
Ex-espião russo envenenado deixa "rastro" radioativo em Londres
Saiba mais sobre contaminação por materiais radioativos
Especialista italiano admite ter jantado com ex-espião envenenado
Especial
Leia o que já foi publicado sobre a KGB
Leia o que já foi publicado sobre Alexander Litvinenko
Ex-espião russo morto contrabandeou material nuclear, diz jornal
Publicidade
O ex-espião russo Alexander Litvinenko, 43, morto na semana passada após ser envenenado por polônio radioativo, revelou a um italiano com quem se reuniu em 1º de novembro em Londres que liderou uma ação de contrabando de material nuclear da Rússia.
A informação, segundo o jornal britânico "The Independent", teria sido dada à polícia britânica por Mário Scaramella, o acadêmico italiano que encontrou Litvinenko no dia em que o agente russo começou a passar mal em decorrência de contaminação radioativa por polônio-210.
O ex-espião teria contado a Scaramella que realizou o traslado ilegal de material nuclear para Zurique, na Suíça, em 2000. O "Independente" não cita a finalidade do contrabando, mas diz que Litvinenko deixou a Rússia quando começou a ser investigado por acusações de corrupção.
Efe |
Alexander Litvinenko, ex-espião russo envenenado em Londres |
De acordo com a agência, 106 membros do Hospital Geral de Barnet e do Hospital University College foram submetidos a testes de exposição a radiação, e 49 realizariam testes de urina.
Segundo o porta-voz Lawrence Knight, os dois locais foram examinados para avaliar os riscos de contaminação, e, segundo ele, não existe ameaça para o público.
"Todas as áreas já foram reabertas e o atendimento funciona normalmente", afirmou.
Litvinenko, ex-agente da KGB que se tornou um feroz crítico do governo de Vladimir Putin, passou mal em 1º de novembro e foi internado no Hospital Barnet, no norte de Londres. Depois do agravamento de sua condição, ele foi transferido para a UTI do Hospital University College.
Altas doses de polônio-210 --material radioativo raro-- foram detectadas em seu organismo.
Antes de sua morte, Litvinenko deixou uma carta acusando Putin por seu envenenamento.
O governo russo nega veementemente a acusação.
Rastro
A morte de Litvinenko deixou um "rastro radioativo" no centro de Londres, detectado por policiais por meio de registros de ligações em telefones celulares e imagens dos circuitos internos de edifícios para refazer o trajeto do ex-espião antes de sua morte.
Entre os locais onde os vestígios foram encontrados está o escritório do magnata russo Boris Berezovsky, onde Livtinenko esteve antes de ser hospitalizado.
Aparentemente, ele deixou vestígios radioativos em vários locais onde esteve. Oito locais já foram identificados --entre eles, os dois hospitais onde Livtinenko foi tratado.
Traços de polônio radioativo também foram encontrados no prédio da empresa de segurança Erinys, onde o ex-espião também esteve. O material também foi encontrado em um local próximo do Hotel Millennium onde Litvinenko se reuniu com três russos em 1º de novembro.
Parte da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital University College, onde o ex-espião foi tratado, ficou fechada nesta terça-feira, assim como parte do Hotel Millennium e do restaurante Itsu, em Piccadilly, onde ele jantou com um italiano antes de sentir-se mal.
Investigação
O premiê britânico, Tony Blair, prometeu nesta terça-feira uma rígida investigação da Scotland Yard para desvendar as circunstâncias e a autoria da morte de Litvinenko.
Segundo Blair, o caso é 'muito sério' e não haverá barreiras 'políticas ou diplomáticas' que impeçam a investigação. O premiê disse considerar a possibilidade de discutir o caso pessoalmente com o presidente russo, Vladimir Putin, caso isso seja necessário.
Após a morte do ex-espião, mais de mil pessoas telefonaram para a Agência Britânica de Proteção à Saúde pedindo orientação a respeito do risco de contaminação nuclear.
Oito pessoas foram encaminhadas para clínicas por precaução. Os resultados dos exames devem ser divulgados em uma semana.
No entanto, segundo especialistas em segurança, os traços de polônio detectados, até o momento, representam risco mínimo para a população.
Uma autópsia no corpo do ex-espião deve ser realizada na sexta-feira (1), mas terá de ser feita sob condições especiais de segurança para evitar a contaminação radioativa da equipe médica.
Espionagem
Litvinenko se mudou para o Reino Unido em 2000, quando pediu asilo político no país. No mês passado, o ex-espião adquiriu cidadania britânica.
Ele se uniu às forças de contra-inteligência da KGB em 1988, e chegou a ser coronel do Serviço de Segurança Nacional da Rússia.
Em 1991, Litvinenko começou a se especializar em terrorismo e crime organizado, e foi transferido para o mais secreto departamento sobre organizações criminosas do serviço de segurança russo em 1997.
Desde que deixou a Rússia, há seis anos, o ex-espião é um feroz crítico do Kremlin. Internado no dia 1º deste mês, sua saúde se deteriorou rapidamente e ele sofreu uma parada cardíaca na última quarta-feira (22).
Litvinenko morreu na quinta-feira (23), poucas semanas depois de obter a cidadania britânica.
Com agências internacionais
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice