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01/12/2006 - 13h49

Reino Unido adia alerta a passageiros para risco de radiação

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da Folha Online

A companhia aérea British Airways adiou nesta sexta-feira o contato com cerca de 36 mil passageiros e tripulantes de 221 vôos que podem ter sido expostos a radiação devido à uma disputa com o governo britânico sobre como lidar com a crise.

Segundo o jornal britânico "The Guardian", que cita fontes da companhia aérea, o adiamento foi causado por divergências entre a British Airways e o ministério do interior a respeito do modo como seria feito o contato com as pessoas possivelmente afetadas. De acordo com o jornal, houve discussão sobre a quem caberia fazer o contato, e de que maneira ele seria feito.

De acordo com a fontes, a BA estaria exigindo que o governo divida a responsabilidade com a companhia. Ontem, autoridades britânicas afirmaram que o risco de contaminação era mínimo.

Efe
Reino Unido examina aviões da companhia British Airways (foto) em busca de radiação
Ontem, o governo britânico examinou quatro aviões da companhia --três em Londres e um em Moscou-- em busca de sinais de radiação. Resultados iniciais indicaram rastros radioativos "muito pequenos" em dois dos aviões examinados em Londres. O ministro do interior britânico, John Reid, divulgou a notícia ontem à noite ao Comitê de Emergências do governo.

Cerca de 5.500 passageiros entraram em contato com a companhia em busca de informações.

De acordo com o Reid, 1.700 pessoas telefonaram para a British Airways até a noite da quarta-feira (29). Destas, 69 foram encaminhadas à Agência Britânica de Proteção à Saúde (HPA, na sigla em inglês), das quais 29 fizeram testes de urina para medir a radiação.

Segundo o ministro, nenhuma delas apresentou um quadro preocupante. A maior parte dos examinados eram funcionários do Hospital Barnet, de Londres, um dos dois nos quais o ex-espião russo Alexander Livitnenko, 43, ficou internado antes de morrer, na semana passada, por envenenamento com polônio-210 --material raro e altamente radioativo.

Autoridades britânicas pediram que a população não telefone à British Airways ou à HPA a não ser que haja algum sintoma. "Se alguém estava em um dos vôos ou nos locais onde Litvinenko esteve em Londres e se sentiu mal, deve nos contactar", disse Simone Lester, diretora da HPA. "Mas se quiserem apenas informações a respeito da radiação ou das ação do polônio, podem acessar o nosso site na internet", acrescentou.

De acordo com a porta-voz da HPA, "seja em um hotel ou em um avião", os riscos de contaminação "são pequenos" já que é preciso checar a presença do material no organismo.

O polônio é um metalóide mortal quando ingerido, pois tem o poder de destruir o DNA do corpo humano. Mas devido ao fato de não penetrar a pele, é de fácil transporte --mesmo através de fronteiras nacionais-- já que pode ser carregado em forma de pó ou de pílulas.

Morte

Litvinenko, 43, morreu na última quinta-feira (23) após ter sido envenenado no começo deste mês com polônio radioativo. Antes de morrer, ele deixou uma carta acusando o presidente da Rússia, Vladimir Putin, de ter planejado seu assassinato.

No dia em que adoeceu, 1º de novembro, Litvinenko se reuniu em um hotel de Londres com dois compatriotas, um deles também ex-agente do KGB (antigo serviço de espionagem soviético).

Nesse mesmo dia, o ex-espião se reuniu em um restaurante japonês no centro de Londres com o professor italiano Mario Scaramella, assessorou uma investigação sobre espionagem na Itália.

Hoje, cientistas britânicos anunciaram que exames realizados em Scaramella para detectar sinais de contaminação radioativa tiveram resultado positivo, segundo a rede britânica BBC.

Os exames feitos em Scaramella teriam apontado uma quantidade 'significativa' de polônio-210.

Autoridades policiais e de saúde do Reino Unido confirmaram que os testes acusaram contaminação em uma segunda pessoa, mas se recusaram a confirmar se seria Scaramella.

Autópsia

Nesta sexta-feira, uma equipe médica deve realizar autópsia no corpo de Litvinenko no departamento forense do Hospital Royal London, segundo o médico Andrew Reid.

Um representante do governo, uma pessoa indicada pela mulher do ex-espião, Marina, e um especialista independente irão acompanhar o procedimento.

Devido à natureza da morte de Litvinenko --doses extremamente altas de polônio-210 foram detectadas em seu organismo-- a equipe utilizará medidas extras de segurança por precaução.

O funeral do ex-agente deve ocorrer logo após a autópsia, segundo seu amigo Alex Goldfarb.

Com agências internacionais

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