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07/12/2006 - 22h37

Litvinenko é enterrado, mas investigações continuam

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da Efe, em Londres

O ex-espião russo Alexander Litvinenko, supostamente assassinado por radiação com polônio 210, foi enterrado hoje em Londres, enquanto a polícia interroga em Moscou as últimas pessoas com as quais ele teve contato antes de ficar doente.

Cerca de 50 pessoas assistiram ao discreto funeral do ex-coronel do Serviço Federal de Segurança (FSB, a antiga KGB) no cemitério londrino de Highgate (norte da cidade), onde estão enterradas personalidades como Karl Marx.

Entre os presentes na cerimônia privada, estiveram a esposa do falecido, Marina, e o filho de 12 anos do casal, Anatoli, assim como os pais do ex-espião, Valter Litvinenko e Nina Belyavskaya, além de sua primeira mulher, Natalia.

Também estiveram presentes vários amigos do ex-agente secreto --que morreu em 23 de novembro-- entre eles Alex Goldfarg, uma das últimas pessoas a ver Litvinenko vivo; o milionário russo exilado no Reino Unido Boris Berezovsky; o cineasta Andrei Nekrasov; e o dissidente checheno Ahmed Zakayev

Litvinenko, 43, foi enterrado em um caixão especial para evitar que a radiação contaminasse outras pessoas.

Durante o funeral, que devia ser não confessional por desejo da mulher do falecido, um imame entoou preces inesperadas, o que incomodou alguns dos parentes e amigos presentes.

Antes da cerimônia em Highgate, várias pessoas, entre elas o pai do ex-espião, reuniram-se na mesquita de Regent's Park, no centro da cidade, para ouvir orações em memória de Litvinenko.

Segundo a agência britânica de notícias "PA", Valter Litvinenko disse recentemente que seu filho tinha se convertido ao Islã pouco antes de sua morte no University College Hospital de Londres.

Enquanto as pessoas próximas da vítima davam o último adeus em Londres, em Moscou as autoridades russas, com a colaboração da polícia britânica, davam continuidade à investigação do caso.

A Procuradoria geral anunciou que abriu uma investigação penal pelo assassinato de Litvinenko e pela tentativa de assassinato por suposto envenenamento de um de seus contatos, Dmitri Kovtun, com quem se reuniu em Londres.

Na quarta-feira, as autoridades interrogaram Kovtun, que está em estado de coma, ao passo que o interrogatório de outra testemunha do caso, Andrei Lugovoi, foi adiado.

Supostamente, Litvinenko reuniu-se com Kovtun e Lugovoi no hotel londrino Millennium em 1º de novembro, dia em que ficou doente.

Uma terceira suposta testemunha, Viacheslav Sokolenko, negou ter sido visto com Litvinenko nesse hotel antes de o ex-expião ter sido hospitalizado.

A Agência britânica de Proteção da Saúde (HPA, sigla em inglês) anunciou hoje que sete análises de trabalhadores do Millennium apontaram pequenas doses de radiação, o que não significa uma ameaça imediata para sua saúde nem representa um risco para as pessoas.

As autoridades sanitárias pediram que as pessoas que estiveram no bar do hotel de 31 de outubro a 2 de novembro entrassem em contato com o Serviço Nacional de Saúde.

Até hoje, apenas duas análises no Reino Unido tinham dado positivo para radiação por polônio 210: o consultor italiano Mario Scaramella, que se reuniu com o ex-espião no dia em que este ficou doente, e a mulher da vítima, embora ambos estejam fora de perigo.

Em carta divulgada após sua morte, Litvinenko responsabilizou o presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.

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