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10/12/2006 - 08h43

Presidente do Iraque rejeita relatório Baker por completo

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da Folha Online

O presidente do Iraque, Jalal Talabani, rejeitou inteiramente o relatório do Grupo de Estudos sobre o Iraque --conhecido como relatório Baker-- que recomenda uma mudança na estratégia dos Estados Unidos em sua ação no país. Talabani expressou sua recusa em concordar com o relatório em uma entrevista concedida neste domingo em sua casa em Bagdá.

AP
O presidente do Iraque, Jalal Talabani, rejeitou o relatório Baker
O presidente do Iraque, Jalal Talabani, rejeitou o relatório Baker
"O relatório Hamilton-Baker é injusto. Contém artigos perigosos que solapam a soberania do Iraque e sua Constituição. O rejeito inteiramente", afirmou o presidente.

Talabani, curdo, se mostrou particularmente hostil à sugestão de reintegração dos ex-integrantes do partido Baath, do ex-ditador Saddam Hussein, no processo político iraquiano.

"Isto é contrário à grande luta que o povo iraquiano empreendeu contra a ditadura", disse o presidente.

O Baath era o único partido do Iraque durante o regime de Saddam Hussein e foi dissolvido depois da queda do ex-ditador em abril de 2003, após a invasão da coalizão dos EUA ao país.

Relatório

O Grupo de Estudos para o Iraque, liderado pelo ex-secretário de Estado republicano James A. Baker e pelo ex-legislador democrata Lee Hamilton, divulgou na última semana um relatório dizendo que a estratégia no Iraque "falhou" e que é preciso uma vasta mudança de foco, que incluiria o início da retirada das tropas de coalizão lideradas pelos EUA.

O documento aponta que a política de Bush no Iraque "não está funcionando" e alerta que a situação é "grave e se deteriora". A comissão pede a retirada das tropas liderada pelos EUA até 2008.

Uma das principais recomendações do relatório indica que a administração do presidente americano, George W. Bush, inclua a Síria e o Irã nos esforços para estabilizar o Iraque. Bush rejeitou a medida anteriormente.

O relatório afirma também que o governo do presidente americano deverá abordar a crise entre Israel e os palestinos se quiser alcançar seus objetivos no Oriente Médio. O grupo recomendou no relatório que Israel estabeleça negociações diretas com a Síria, com o Líbano e com os palestinos, e argumentou que o esforço para resolver o conflito árabe-israelense poderia melhorar a situação no Iraque.

Treinamento

O Grupo de Estudos sobre o Iraque recomendou também que os EUA acelerem o treinamento das forças iraquianas para que elas possam defender o país. Para o grupo, assim como já vem afirmando vários oficiais do Exército americano, as tropas americanas devem passar do papel de combatentes para um papel de apoio para as forças locais.

Apesar de dizer que, dependendo das condições, já no início de 2008 será possível começar a retirar as tropas, o relatório não apresenta um cronograma fixo para a saída.

O relatório afirma também que os iraquianos precisam assumir um papel maior na ação militar no país, e sugere que os EUA devem retirar seu apoio se o governo local não progredir mais eficazmente em direção a uma reconciliação entre os grupos nacionais, além de melhorar a segurança e governar melhor.

Grupo de Estudos

O Grupo de Estudos para o Iraque é composto por cinco republicanos e cinco democratas. A comissão é liderada por Baker, ex-secretário de Estado e amigo da família Bush, e por Lee Hamilton.

As recomendações da semana passada representam a maior avaliação das opções americanas no Iraque feita em conjunto pelos dois partidos --Republicano e Democrata. Legisladores e eleitores aguardavam o relatório da comissão com ansiedade, depois que assistiram as eleições legislativas de novembro ecoarem uma clara insatisfação com a ação de Bush no Iraque.

O relatório foi apresentado logo após o novo secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, ter afirmado em uma audiência no Senado que é preciso uma nova abordagem no país. Questionado sobre se os EUA estavam vencendo a guerra, Gates declarou: "não, senhor".

Foi uma admissão muito maior do que qualquer outra já feita pelo presidente americano, que disse no dia 25 de outubro acreditar que os americanos estão, sim, vencendo no Iraque.

Com agências internacionais

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