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12/12/2006 - 16h18

Ataques matam 70 em Bagdá; Bush adia anúncio de nova estratégia

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da Folha Online

Ao menos 70 pessoas morreram em dois ataques a bomba ocorridos em uma praça no centro de Bagdá onde centenas de trabalhadores iraquianos buscavam emprego nesta terça-feira.

O presidente americano, George W. Bush, anunciou hoje o adiamento do anúncio de uma nova estratégia para o conflito no Iraque, enquanto as pesquisas apontam insatisfação crescente da opinião pública americana com a questão.

Segundo a Casa Branca, é "mais provável" que Bush anuncie a nova estratégia no início de 2007. Anteriormente, o prazo anunciado para o novo plano era até o Natal.

Além dos 70 mortos, os ataques desta terça-feira também deixaram outras 221 pessoas feridas, segundo informações do Ministério do Interior.

O ataque, cuidadosamente coordenado para causar danos na praça Tayaran, ocorreu às 7h (2h de Brasília). Os explosivos foram detonados a partir de um carro estacionado e vazio e de um microônibus que um terrorista suicida usou para atrair os trabalhadores.

Depois de reunir os civis, o suicida explodiu a bomba, segundo informações da polícia.

AP Photo/Karim Kadim
Iraquiano na praça de Tayaran, em Bagdá, onde 70 pessoas morreram
Iraquiano na praça de Tayaran, em Bagdá, onde 70 pessoas morreram
Os ataques foram quase simultâneos e as bombas estavam a uma distância de 30 metros uma da outra. Além das mortes, houve danos a prédios e lojas ao redor da praça.

Outros dez carros estacionados na área das explosões foram incendiados pelas bombas.

Em Bagdá, onde as taxas de desemprego são alarmantes, multidões de iraquianos se reúnem diariamente na praça Tayaran pela manhã para esperar microônibus ou carros particulares que chegam com pessoas buscando trabalhadores para o dia.

A maioria busca operários para executar serviços de construção, limpeza ou pintura.

A praça Tayaran fica próxima a vários prédios de ministérios governamentais e a uma ponte de leva à fortificada zona verde, onde o Parlamento do Iraque e as Embaixadas dos Estados Unidos e do Reino Unido estão localizadas.

Qualificando o ataque de um "horrível massacre", o premiê iraquiano, o xiita Nouri al Maliki, acusou simpatizantes do ex-ditador Saddam Hussein e membros da Al Qaeda pelo ataque.

"Esses grupos terroristas tentam disseminar o caos e estimular a violência sectária", disse Al Maliki em um comunicado.

Pesquisas

A continuidade da violência torna a ação no Iraque cada vez mais impopular nos EUA.

Segundo uma pesquisa realizada pela rede CBS, os americanos nunca estiveram tão pessimistas a respeito da guerra, que mais de 60% consideram "um erro".

De acordo com um segundo estudo, feito pelo USA Today/Gallup, 55% dos americanos dizem querer que as tropas dos EUA sejam retiradas do Iraque dentro de um ano, mas apenas 18% dizem acreditar que a saída dos soldados irá de fato ocorrer neste prazo

Uma terceira pesquisa, da rede ABC, aponta que 70% dos americanos desaprovam a política de Bush no Iraque, enquanto 61% dizem que não valeu a pena se envolver no conflito.

Al Maliki --cuja coalizão governamental entre sunitas, xiitas e curdos não conseguiu controlar a violência no país-- organizará uma conferência de reconciliação nacional no próximo sábado (16), e já anunciou planos de convocar um encontro com países vizinhos.

Mais violência

A cerca de 2,5 km de distância da Tayaran, outras duas bombas armadas em estradas explodiram por volta das 8h30 (3h30 de Brasília).

Dois policiais e sete civis iraquianos ficaram feridos nestas explosões, de acordo com a polícia.

Ambas as explosões puderam ser ouvidas da praça Tayaran, que já estava cheia de gente, fumaça e corpos.

Nesta segunda-feira, ao menos 66 pessoas morreram em Bagdá e no norte do Iraque. O número inclui 46 homens encontrados mortos com vendas nos olhos, mãos amarradas e marcas de tiros na cabeça em Bagdá --indicando a ação de esquadrões da morte sectários.

O Exército americano também anunciou a morte de três soldados dos EUA no domingo (10), levando o mês de dezembro a entrar para o trágico ranking dos mais mortíferos desde o início da guerra. Ao menos 2.931 membros do Exército americano morreram desde o início da invasão, em março de 2003.

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