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24/12/2006
-
17h19
da Folha Online
A polícia italiana prendeu neste domingo Mario Scaramella, contato do ex-espião russo Alexander Livtinenko, 43, morto em Londres após ser contaminado com polônio-210 --substância altamente radioativa. Scaramella foi detido em Nápoles após retornar de Londres.
Promotores de Roma o acusaram de traficar armas e de divulgar informações confidenciais. Após a prisão, Scaramella foi levado para Roma, segundo seu pai, Amedeo Scaramella.
O italiano é a primeira pessoa ligada à morte do ex-espião a ser presa. No entanto, as acusações contra ele não têm ligação direta com o caso. Ele se reuniu com Litvinenko em um sushi bar de Londres em 1º de novembro, dia em que o ex-espião começou a sentir-se mal.
Scaramella afirma ter mostrado a Litvinenko e-mails de uma fonte confidencial que apontavam os prováveis assassinos da jornalista russa Anna Politkovskaya --opositora do governo de Vladimir Putin--, que foi morta a tiros em Moscou, e listavam outros possíveis alvos de assassinato, que incluiriam ele e Litvinenko.
Antes de morrer, Litvinenko acusou Putin por seu envenenamento. O Kremlin nega.
Scaramella ficou hospitalizado durante alguns dias em Londres, mas não mostrou sinais de contaminação. No total, dez pessoas no Reino Unido apresentaram vestígios de polônio-230 desde a morte de Litvinenko --entre eles, dois funcionários do Hotel Millennium, em Londres.
No mesmo dia em que se reuniu com Scaramella, o ex-espião encontrou o ex-agente russo Andrei Lugovoi, o empresário russo Dmitry Kovtun, e Vyacheslav Sokolenko, chefe de uma empresa privada de segurança, no bar do Hotel Millennium.
Investigadores britânicos viajaram a Moscou para investigar as circunstâncias da morte, e tanto Kovtun quanto Lugovoi foram interrogadas pela polícia como testemunhas.
Os três homens negam envolvimento com a morte de Livtinenko.
Espionagem
Scaramella coletava informações para o senador italiano Paolo Guzzanti -- ex-presidente de uma comissão parlamentar que examinava casos de infiltração de agentes da KGB na Itália.
Segundo Guzzanti, as acusações contra Scaramella não parecem ter relação com a morte de Livtinenko. O senador diz ter conversado com o italiano neste sábado, e Scaramella teria dito a ele que a polícia britânica o havia avisado de que seria preso ao retornar à Itália.
"Eu disse a ele que passasse o Natal em Londres, mas ele afirmou que não queria parecer um fugitivo", afirmou Guzzanti.
No mês passado, o jornal "Corriere della Sera" publicou trechos de uma suposta gravação datada de janeiro que registrava uma conversa telefônica entre Scaramella e Guzzanti, durante a qual o ex-espião italiano dizia a Guzzanti que não poderia coletar informações que provassem que o premiê italiano, Romano Prodi, foi um agente da KGB.
Dias depois, o escritório de Prodi anunciou que o governo italiano tomaria medidas legais contra partidos que pretendiam "difamar" seu nome.
Com agências internacionais
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A polícia italiana prendeu neste domingo Mario Scaramella, contato do ex-espião russo Alexander Livtinenko, 43, morto em Londres após ser contaminado com polônio-210 --substância altamente radioativa. Scaramella foi detido em Nápoles após retornar de Londres.
Promotores de Roma o acusaram de traficar armas e de divulgar informações confidenciais. Após a prisão, Scaramella foi levado para Roma, segundo seu pai, Amedeo Scaramella.
O italiano é a primeira pessoa ligada à morte do ex-espião a ser presa. No entanto, as acusações contra ele não têm ligação direta com o caso. Ele se reuniu com Litvinenko em um sushi bar de Londres em 1º de novembro, dia em que o ex-espião começou a sentir-se mal.
AP |
Itália prende Scaramella, contato de ex-espião russo envenenado |
Antes de morrer, Litvinenko acusou Putin por seu envenenamento. O Kremlin nega.
Scaramella ficou hospitalizado durante alguns dias em Londres, mas não mostrou sinais de contaminação. No total, dez pessoas no Reino Unido apresentaram vestígios de polônio-230 desde a morte de Litvinenko --entre eles, dois funcionários do Hotel Millennium, em Londres.
No mesmo dia em que se reuniu com Scaramella, o ex-espião encontrou o ex-agente russo Andrei Lugovoi, o empresário russo Dmitry Kovtun, e Vyacheslav Sokolenko, chefe de uma empresa privada de segurança, no bar do Hotel Millennium.
Investigadores britânicos viajaram a Moscou para investigar as circunstâncias da morte, e tanto Kovtun quanto Lugovoi foram interrogadas pela polícia como testemunhas.
Os três homens negam envolvimento com a morte de Livtinenko.
Espionagem
Scaramella coletava informações para o senador italiano Paolo Guzzanti -- ex-presidente de uma comissão parlamentar que examinava casos de infiltração de agentes da KGB na Itália.
Segundo Guzzanti, as acusações contra Scaramella não parecem ter relação com a morte de Livtinenko. O senador diz ter conversado com o italiano neste sábado, e Scaramella teria dito a ele que a polícia britânica o havia avisado de que seria preso ao retornar à Itália.
"Eu disse a ele que passasse o Natal em Londres, mas ele afirmou que não queria parecer um fugitivo", afirmou Guzzanti.
No mês passado, o jornal "Corriere della Sera" publicou trechos de uma suposta gravação datada de janeiro que registrava uma conversa telefônica entre Scaramella e Guzzanti, durante a qual o ex-espião italiano dizia a Guzzanti que não poderia coletar informações que provassem que o premiê italiano, Romano Prodi, foi um agente da KGB.
Dias depois, o escritório de Prodi anunciou que o governo italiano tomaria medidas legais contra partidos que pretendiam "difamar" seu nome.
Com agências internacionais
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