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11/02/2007 - 12h33

Israel continuará obras na rampa e analisará Acordo de Meca

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da Efe, em Jerusalém

O governo israelense aprovou hoje a continuidade das obras na polêmica rampa que dará acesso às mesquitas sagradas de Jerusalém, apesar dos protestos do mundo muçulmano, ao mesmo tempo em que decidiu continuar analisando o Acordo de Meca para criar um Executivo palestino de união nacional.

As obras na rampa foram retomadas esta manhã, no início da semana de trabalho em Israel, sob um cinturão de segurança policial que contou com a presença de 2 mil agentes na Cidade Antiga e em suas proximidades. Até agora, apenas um incidente sem maiores proporções foi registrado.

No início da reunião semanal do Gabinete Nacional, o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, falou sobre o acordo entre os movimentos palestinos, o islâmico Hamas e o nacionalista Fatah. "Não o rejeitamos nem aceitamos, apenas estamos estudando [o acordo]", afirmou à imprensa.

Além disso, o primeiro-ministro israelense também disse que conversou hoje por telefone com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, pouco antes que este desse início a uma viagem pela Jordânia --onde, na terça-feira, se reunirá com o presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina) Mahmoud Abbas--, pela Arábia Saudita e pelo Qatar, no Golfo Pérsico.

"Era importante para ele e para mim que definíssemos exatamente nossas posições", disse o premiê israelense para seus ministros.

"Fico feliz em ouvir de sua boca [de Putin] que a Rússia continua aderindo aos princípios do Quarteto de Madri", afirmou Olmert. "Nós apoiamos as decisões do Quarteto e esperamos que o governo palestino siga seus princípios, ou seja, que reconheça o direito de Israel a existir, pare com os ataques terroristas, e aceite os acordos assinados pela ANP e pela OLP (Organização para a Libertação da Palestina) com Israel."

Fontes ligadas à Presidência palestina em Ramallah acreditam que, após o Acordo de Meca, a formação do novo governo de união nacional deve demorar ainda cerca de dez dias.

Por enquanto, os assuntos em suspenso e que possuem potencial para gerar conflitos são a nomeação do futuro ministro do Interior, o representante que controlará os órgãos de segurança do governo, e a aprovação dos termos da plataforma política que dirigirá a coalizão.

O presidente da ANP, que hoje detalhará o conteúdo do Acordo de Meca para o presidente egípcio Hosni Mubarak, enviou a Washington com a mesma finalidade dois representantes, Yasser Abed Rabbo e Saeb Erekat, para obter o respaldo dos Estados Unidos ao próximo governo.

A mesma atitude foi tomada pelo primeiro-ministro da ANP, Ismail Haniyeh, do Hamas, que enviou seu conselheiro Nabil Amre à Europa para conquistar o apoio dos europeus.

Tanto na União Européia --membro do Quarteto de Madri com os EUA, Rússia e a ONU (Organização das Nações Unidas)--, como em Israel, os princípios do Acordo entre os islamitas e os nacionalistas palestinos estão sendo "estudados", antes de o embargo imposto no ano passado ao governo de Haniyeh ser suspenso.

Em relação à rampa que dará acesso ao Portão Mugrabi, pelo qual é possível entrar na Esplanada das Mesquitas, Olmert reagiu aos violentos protestos da comunidade muçulmana dizendo que as obras "estão sendo realizadas fora da colina de Haram es Sharif", onde estão situadas as Mesquitas sagradas de Al Aqsa e de Omar.

O Portão também fica perto do Muro das Lamentações cultuado pelos judeus por ser o único vestígio de seus templos bíblicos.

Segundo o primeiro-ministro, a rampa existente "é uma construção perigosa para quem passa por ela". A estrutura será substituída por uma ponte de mais de 100 metros de extensão sustentada por pilares.

"Não há motivo para suspender a obra, pois não constitui nenhum perigo às mesquitas nem é uma ofensa ao sentimento dos muçulmanos", afirmou o israelense.

O ministro da Defesa, Amir Peretz, que não escondeu suas reservas com as obras, propôs que sejam realizadas reuniões com dirigentes islâmicos e árabes para evitar protestos indignados.

A rampa é usada por israelenses e turistas que chegam ao Portão Mugrabi e, dali, à esplanada onde estão as mesquitas, o terceiro lugar mais sagrado do Islã após Meca e Medina.

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