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27/02/2007 - 11h53

Taleban assume ataque suicida contra vice de Bush no Afeganistão

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da Folha Online

O Taleban [grupo que controlava 90% do Afeganistão até 2001, quando foi deposto por ação militar dos EUA na invasão ao país] assumiu nesta terça-feira a autoria do ataque terrorista contra o vice-presidente dos Estados Unidos, Dick Cheney, que escapou ileso porque não estava no local na hora da ação suicida contra a base aérea de Bagram, a 60 km de Cabul.

"Nós desejávamos atingir Cheney", afirmou à agência Reuters o porta-voz do Taleban, mulá Hayat Khan, por telefone.

Syed Jan Sabawoon/Efe
Dick Cheney, que escapou ileso de ação terrorista no Afeganistão
Dick Cheney, que escapou ileso de ação terrorista no Afeganistão
O ataque parece ser uma resposta ao vice de George W. Bush, que ontem pediu mais empenho do Paquistão para combater o Taleban e a rede terrorista Al Qaeda nas fronteiras do país com o Afeganistão.

Apesar de Cheney não ter corrido risco direto, por estar ausente na hora do ataque, ele foi levado para um abrigo antibombas. Em seguida, seguiu o plano de se reunir com o presidente afegão, Hamid Karzai. O encontro estava marcado para ontem, mas foi adiado para hoje devido a nevascas que impediram Cheney de chegar a Cabul.

"Eu ouvi um forte estrondo", relatou Cheney. "Em seguida, eles me levaram até um abrigo próximo, onde permaneci por um curto período. Conforme a situação foi se acalmando, descobriu-se o que estava havendo e fui levado de volta ao meu hotel."

Alerta

Após o ataque, autoridades da base de Bagram emitiram alerta vermelho e fontes do serviço secreto afegão informaram Cheney sobre o ataque suicida.

Há relatos conflitantes a respeito do número de vítimas no ataque. Um policial afegão afirmou ter visto 15 mortos no local, incluindo três soldados dos EUA, além de mais 12 feridos. No entanto, a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) contabilizou quatro mortos --entre eles, um soldado dos EUA e um sul-coreano que integrava as forças de coalizão.

Karzai e Cheney ficaram reunidos por cerca de 50 minutos no palácio presidencial, antes de integrarem uma segunda reunião ao lado de assessores e outros membros dos governos.

Violência

O ano passado foi o mais violento no país desde a invasão dos EUA, em 2001. A ação militar ocorreu depois que o governo Taleban recusou-se a entregar ao governo americano o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, a quem se atribui os ataques de 11 de setembro de 2001.

Abastecidos por dinheiro vindo das plantações de papoula para a produção de ópio, a milícia Taleban acirrou sua campanha de ações suicidas no Afeganistão. Até 2005, tais atentados somavam apenas 21, mas saltaram para 139 em 2006. Cerca de 4.000 pessoas morreram.

O governo afegão e seus aliados estrangeiros entraram em violentos confrontos com insurgentes nas últimas semanas, enquanto a neve do inverno rigoroso cobre o país.

Os EUA mantêm cerca de 27 mil soldados no Afeganistão, onde afirmam que derrotar o Taleban é "vital". No entanto, há poucas evidências de que tenham conseguido deter a milícia.

Paquistão

Ontem, durante visita-surpresa ao Paquistão, Cheney pressionou o presidente Pervez Musharraf por mais ação para combater o uso do território paquistanês para abrigo e treinamento de rebeldes talebans.

Cheney também destacou em Islamabad "as graves preocupações dos EUA" depois das informações proporcionadas pelos serviços de inteligência americanos sobre uma iminente ofensiva taleban contra as forças armadas ocidentais no Afeganistão.

Segundo a rede ABC, o vice-diretor da CIA [inteligência americana], Stephen Kappes, relatou que Musharraf possui informações a respeito do ressurgimento da Al Qaeda no Paquistão.

As evidências da CIA incluiriam fotos de satélite que apontam novas bases da Al Qaeda em diversas regiões da Província do Waziristão, localizada na fronteira afegã com o Paquistão.

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