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01/03/2007
-
08h38
da Folha Online
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, acusou nesta quinta-feira Israel e os EUA por crises internacionais durante discurso em visita ao Sudão.
"Não há nenhum local do mundo que sofra com divisões e guerras se os EUA e os sionistas [Israel] não tiverem colocado suas mãos lá", afirmou Ahmadinejad no discurso intitulado "O Irã e o Mundo" e transmitido ao vivo pela rede de TV árabe Al Jazeera, baseada no Qatar.
Os comentários foram feitos em um momento em que Irã e Sudão enfrentam pressão internacional --Teerã devido a seu programa nuclear e o Sudão devido ao conflito em Darfur.
Ahmadinejad também criticou os dois países por tentarem impedir Teerã de desenvolver atividades nucleares, e pediu que os muçulmanos protestem para demonstrar apoio ao Irã.
"Nossa força e nossa vitória dependem da unidade muçulmana. Temos que prestar atenção dos 'demônios' que querem causar divisão entre nós", afirmou.
Segundo o líder iraniano, EUA e Israel querem "manter os avanços científicos em suas mãos" e impedir que o "restante do mundo obtenha progresso".
Nesta quinta-feira, funcionários do governo de Teerã anunciaram que Ahmadinejad viajará à Arábia Saudita no sábado (3). A visita, cujo propósito não foi anunciado, durará dois dias.
Os EUA e seus aliados regionais --entre eles Israel e a Arábia Saudita-- suspeitam que o programa nuclear iraniano tem por objetivo a produção de armas nucleares.
Israel
Israel está preparado para lidar sozinho com a "ameaça" iraniana, afirmou o ministro de Assuntos Estratégicos Avigdor Lieberman ao Knesset [Parlamento] nesta quarta-feira.
"Possuímos a capacidade de resolver a questão do Irã, mesmo na pior hipótesde de todas, na qual nossos aliados deixariam de cuidar do problema e nós ficaríamos sozinhos", afirmou.
Lieberman alertou que caso o Irã "não seja contido e impedido de atingir seus objetivos", no momento em que conseguir produzir armas nucleares todo o Oriente Médio entrará em uma
"corrida maluca de armas", e os países ocidentais terão a obrigação de deter o país persa.
De acordo com o ministro, as sanções impostas até agora ao Irã pelo Conselho de Segurança (CS) da ONU surtiram efeito, causando impacto sobre a economia iraniana.
Ele defendeu a imposição do banimento de viagens e restrições bancárias a algumas famílias que monopolizam o cenário econômico no país. Lieberman afirmou ainda que "espera" que as sanções levem a economia do regime de Teerã ao colapso.
O ministro, que retornou recentemente de uma visita à Rússia, afirmou que Moscou não se opõe ao endurecimento das sanções contra o Irã no Conselho de Segurança. "Rússia e Israel estão do mesmo lado. O governo russo irá apoiar sanções contra o Irã", afirmou ele.
Iraque
Nesta quarta-feira, os EUA confirmaram a participação de uma reunião a respeito do Iraque ao lado de vários países --entre eles, o Irã e a Síria. O governo iraniano afirmou que participará da reunião "caso isso beneficie" o país árabe vizinho.
No Sudão, Ahmadinejad, afirmou ontem que o apoio "ao governo legal do Iraque, à sua soberania e à sua unidade nacional" é importante porque tais elementos são "fundamentais" para resolver os problemas do país.
A Síria será representada na reunião por Ahmed Arnous, assessor do Ministério de Relações Exteriores, de acordo com informações de fontes do ministério.
Damasco diz acreditar que a participação americana no encontro é um "primeiro passo (...) na direção correta para um diálogo compreensivo com a Síria e para todos os assuntos no Oriente Médio", segundo a agência de notícias estatal síria Sana.
Além do Irã e da Síria, o Iraque também convidou outros países do Oriente Médio para as discussões --entre eles, o Bahrein, Egito, Jordânia, Kuait, Arábia Saudita e Turquia.
Ainda não há data oficial para a conferência. No entanto, a TV iraquiana especula que o encontro, que incluirá também os membros do G8 [os sete países mais desenvolvidos e a Rússia] deve ocorrer em 10 de março.
Diplomacia
Apesar das negativas de ontem, muitos analistas afirmam que a aceitação dos EUA em participar de uma reunião ao lado do Irã marca uma mudança da postura diplomática do país, que vinha se recusando a discutir a questão da segurança no Iraque com o regime de Teerã.
Washington acusou várias vezes o Irã e a Síria de incitarem a violência no Iraque e rejeitou um relatório do Grupo de Estudos para o Iraque, divulgado em dezembro, que recomendava a participação dos dois países nas discussões a respeito da situação do conflito no Iraque.
Os EUA afirmam que ambos os países financiam o terrorismo, e dizem que agentes iranianos fornecem a insurgentes bombas sofisticadas utilizadas em ataques. O governo americano também acusa a Síria de não combater a entrada de terroristas por meio de sua fronteira.
Na terça-feira (26), no entanto, a secretária de Estado Condoleezza Rice anunciou que os EUA participarão do encontro e disse que seu país 'apóia' o convite feito ao Irã e à Síria.
Os EUA cortaram relações diplomáticas com o Irã em 1979, quando extremistas iranianos invadiram o prédio da Embaixada americana em Teerã, fazendo funcionários reféns.
Washington manteve as relações diplomáticas com a Síria e sua Embaixada em Damasco.
Com agências internacionais
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O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, acusou nesta quinta-feira Israel e os EUA por crises internacionais durante discurso em visita ao Sudão.
"Não há nenhum local do mundo que sofra com divisões e guerras se os EUA e os sionistas [Israel] não tiverem colocado suas mãos lá", afirmou Ahmadinejad no discurso intitulado "O Irã e o Mundo" e transmitido ao vivo pela rede de TV árabe Al Jazeera, baseada no Qatar.
Os comentários foram feitos em um momento em que Irã e Sudão enfrentam pressão internacional --Teerã devido a seu programa nuclear e o Sudão devido ao conflito em Darfur.
Ahmadinejad também criticou os dois países por tentarem impedir Teerã de desenvolver atividades nucleares, e pediu que os muçulmanos protestem para demonstrar apoio ao Irã.
"Nossa força e nossa vitória dependem da unidade muçulmana. Temos que prestar atenção dos 'demônios' que querem causar divisão entre nós", afirmou.
Segundo o líder iraniano, EUA e Israel querem "manter os avanços científicos em suas mãos" e impedir que o "restante do mundo obtenha progresso".
Nesta quinta-feira, funcionários do governo de Teerã anunciaram que Ahmadinejad viajará à Arábia Saudita no sábado (3). A visita, cujo propósito não foi anunciado, durará dois dias.
Os EUA e seus aliados regionais --entre eles Israel e a Arábia Saudita-- suspeitam que o programa nuclear iraniano tem por objetivo a produção de armas nucleares.
Israel
Israel está preparado para lidar sozinho com a "ameaça" iraniana, afirmou o ministro de Assuntos Estratégicos Avigdor Lieberman ao Knesset [Parlamento] nesta quarta-feira.
"Possuímos a capacidade de resolver a questão do Irã, mesmo na pior hipótesde de todas, na qual nossos aliados deixariam de cuidar do problema e nós ficaríamos sozinhos", afirmou.
Lieberman alertou que caso o Irã "não seja contido e impedido de atingir seus objetivos", no momento em que conseguir produzir armas nucleares todo o Oriente Médio entrará em uma
"corrida maluca de armas", e os países ocidentais terão a obrigação de deter o país persa.
De acordo com o ministro, as sanções impostas até agora ao Irã pelo Conselho de Segurança (CS) da ONU surtiram efeito, causando impacto sobre a economia iraniana.
Ele defendeu a imposição do banimento de viagens e restrições bancárias a algumas famílias que monopolizam o cenário econômico no país. Lieberman afirmou ainda que "espera" que as sanções levem a economia do regime de Teerã ao colapso.
O ministro, que retornou recentemente de uma visita à Rússia, afirmou que Moscou não se opõe ao endurecimento das sanções contra o Irã no Conselho de Segurança. "Rússia e Israel estão do mesmo lado. O governo russo irá apoiar sanções contra o Irã", afirmou ele.
Iraque
Nesta quarta-feira, os EUA confirmaram a participação de uma reunião a respeito do Iraque ao lado de vários países --entre eles, o Irã e a Síria. O governo iraniano afirmou que participará da reunião "caso isso beneficie" o país árabe vizinho.
No Sudão, Ahmadinejad, afirmou ontem que o apoio "ao governo legal do Iraque, à sua soberania e à sua unidade nacional" é importante porque tais elementos são "fundamentais" para resolver os problemas do país.
A Síria será representada na reunião por Ahmed Arnous, assessor do Ministério de Relações Exteriores, de acordo com informações de fontes do ministério.
Damasco diz acreditar que a participação americana no encontro é um "primeiro passo (...) na direção correta para um diálogo compreensivo com a Síria e para todos os assuntos no Oriente Médio", segundo a agência de notícias estatal síria Sana.
Além do Irã e da Síria, o Iraque também convidou outros países do Oriente Médio para as discussões --entre eles, o Bahrein, Egito, Jordânia, Kuait, Arábia Saudita e Turquia.
Ainda não há data oficial para a conferência. No entanto, a TV iraquiana especula que o encontro, que incluirá também os membros do G8 [os sete países mais desenvolvidos e a Rússia] deve ocorrer em 10 de março.
Diplomacia
Apesar das negativas de ontem, muitos analistas afirmam que a aceitação dos EUA em participar de uma reunião ao lado do Irã marca uma mudança da postura diplomática do país, que vinha se recusando a discutir a questão da segurança no Iraque com o regime de Teerã.
Washington acusou várias vezes o Irã e a Síria de incitarem a violência no Iraque e rejeitou um relatório do Grupo de Estudos para o Iraque, divulgado em dezembro, que recomendava a participação dos dois países nas discussões a respeito da situação do conflito no Iraque.
Os EUA afirmam que ambos os países financiam o terrorismo, e dizem que agentes iranianos fornecem a insurgentes bombas sofisticadas utilizadas em ataques. O governo americano também acusa a Síria de não combater a entrada de terroristas por meio de sua fronteira.
Na terça-feira (26), no entanto, a secretária de Estado Condoleezza Rice anunciou que os EUA participarão do encontro e disse que seu país 'apóia' o convite feito ao Irã e à Síria.
Os EUA cortaram relações diplomáticas com o Irã em 1979, quando extremistas iranianos invadiram o prédio da Embaixada americana em Teerã, fazendo funcionários reféns.
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Com agências internacionais
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