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08/03/2007 - 11h08

Saiba mais sobre a crise nuclear do Irã

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Folha Online

Nesta segunda-feira, os 35 representantes que integram o Conselho de Governadores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovaram a suspensão de 23 programas de assistência técnica nuclear ao Irã.

A medida é uma represália à recusa de Teerã em seguir o prazo estabelecido pela ONU para interromper o enriquecimento de urânio, um processo que pode ser utilizado tanto como combustível para usinas nucleares quanto em para a criação da bomba atômica.

Leia abaixo os principais momentos da disputa entre a ONU e o Irã a respeito do programa nuclear iraniano:

Agosto de 2002- O Conselho Nacional de Resistência do Irã, um grupo de oposição que se encontra no exílio, relata que o governo está enriquecendo urânio em laboratórios em Natanz.

Junho de 2003- A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU, afirma que o Irã fracassou em obedecer o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual faz parte até hoje. Segundo o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), um país tem o direito de enriquecer seu próprio combustível para geração de energia nuclear com fins civis, sob a inspeção da AIEA.

Dezembro de 2003- O Irã assina um acordo para permitir inspeções em suas instalações nucleares.

Fevereiro de 2005- O presidente Mohammad Khatami afirma que nenhum governo iraniano abrirá mão de desenvolver tecnologia nuclear.

Setembro de 2005- A AIEA confirma, em um relatório, que o Irã retomou negociações nucleares com a agência.

10 de janeiro de 2006- O Irã retira os lacres da ONU de suas instalações nucleares em Natanz e retoma pesquisas sobre combustíveis nucleares.

4 de fevereiro de 2006- A AIEA vota para levar a questão do Irã ao CS da ONU. O Irã acaba com inspeções da ONU em suas instalações no dia seguinte. Dez dias depois, o Irã retoma, em pequena escala, o fornecimento de gás de urânio para suas centrífugas nucleares.

8 de março de 2006- A AIEA relata ao CS da ONU que não consegue mais checar e confirmar se as atividades atômicas do Irã são pacíficas.

11 de abril de 2006- O Irã afirma que produziu urânio enriquecido adequado para ser usado em estações de energia, e a AIEA confirma.

28 de abril de 2006- A AIEA relata ao CS da ONU que o Irã não obedeceu às exigências do órgão para suspender o enriquecimento de urânio.

31 de julho de 2006- O CS da ONU exige que o Irã suspenda suas atividades nucleares até o dia 31 de agosto. O CS da ONU faz sua primeira exigência legal em uma resolução que ameaça impor sanções ao Irã em caso de desobediência.

31 de agosto de 2006- A AIEA anuncia que o Irã não obedeceu o prazo para suspender seu programa de enriquecimento de urânio.

26 de setembro de 2006- A Rússia e o Irã fazem um acordo para iniciar, em setembro de 2007, a primeira estação de energia nuclear iraniana, em Bushehr.

14 de novembro de 2006- Um relatório confidencial da AIEA afirma que o Irã continua enriquecendo urânio e realizando pesquisas apesar das ameaças de sanções. O relatório diz que o Irã iniciou uma cadeia experimental de 164 centrífugas conectadas.

23 de dezembro de 2006- CS da ONU vota sanções contra o Irã por sua recusa em suspender o enriquecimento de urânio e dá 60 dias de prazo para o fim das atividades nucleares do país. O Irã afirma que a resolução é uma medida ilegal.

22 de janeiro de 2007- O Irã barra a entrada de 38 inspetores da AIEA, segundo diplomatas internacionais, depois que políticos radicais defenderam uma retaliação pelas sanções impostas ao país.

20 de fevereiro de 2007- O negociador-chefe do programa nuclear do Irã afirma que o governo oferecerá garantias de que as atividades do país não serão desviadas para a construção de armas nucleares.

21 de fevereiro de 2007- O prazo de 60 dias dado ao Irã para a suspensão do programa nuclear expira.

22 de fevereiro de 2007- A AIEA diz que o Irã instalou duas cascatas de 164 centrífugas em Natanz, e que outras duas estruturas estão quase prontas para iniciar operações. A instalação de estruturas em cascata representa um esforço para levar o enriquecimento de urânio a uma produção em escala industrial.

24 de fevereiro de 2007- O Irã acusa os EUA, Israel e Reino Unido de provocar conflitos nas fronteiras de Iraque e Turquia com o país persa para minar o governo de Teerã. A tensão entre EUA e Irã é crescente e não há indicadores que sinalizem estabilidade.

25 de fevereiro- A revista americana "The New Yorker" publica reportagem em que afirma que o que o Pentágono teria criado um grupo especial para lançar uma ação militar contra as instalações nucleares do Irã em um prazo de 24 horas, após um aval da Casa Branca. As informações são do repórter investigativo Seymour Hersh, conhecido por suas fontes confiáveis na área da Defesa e responsável por revelar escândalos como o de Abu Ghraib, palco de maus-tratos cometidos por soldados dos EUA contra prisioneiros iraquianos.

26 de fevereiro de 2007- O CS da ONU inicia negociações para impor novas sanções ao Irã por sua recusa em interromper o programa nuclear. Segundo diplomatas britânicos, a comunidade internacional quer insistir na via diplomática para tentar convencer o Irã a pôr um fim ao enriquecimento de urânio.

27 de fevereiro de 2007- O ministro de Relações Exteriores Ehehr Mottaki afirma que seu país "nunca" suspenderá o enriquecimento de urânio, como é exigido pela ONU, mas que Teerã está disposto a negociar seu programa atômico "sem condições prévias".

05 de março de 2007- Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU --EUA, Reino Unido, França, Rússia e China-- mais a Alemanha começam a discutir a imposição de novas sanções ao Irã devido a seu programa de enriquecimento de urânio. As sanções --que incluem a redução da ajuda técnica fornecida pela AIEA ao Irã-- são discutidas três meses depois que o Conselho de Segurança da ONU baniu a transferência de tecnologia nuclear e especialistas ao regime iraniano.

05 de março de 2007: Após o início da reunião, o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, afirma que o Irã aparentemente interrompeu o enriquecimento de urânio enquanto aguarda as resoluções da ONU sobre novas sanções.

06 de março de 2007: O ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, nega que o país tenha temporariamente interrompido seu programa nuclear, ao contrário da informação dada pelo chefe da AIEA no dia anterior.

07 de março de 2007: Países europeus que fazem parte do Conselho de Governadores da AIEA pedem que o Irã aceite dar uma pausa em suas atividades nucleares, oferecendo em troca a suspensão das sanções imposta pelo Conselho de Segurança da ONU ao país. Em um comunicado do conselho, a França, a Alemanha e o Reino Unido condenam os esforços de Teerã para enriquecer urânio, e criticam ainda a recusa iraniana em permitir que a AIEA monitore sua planta nuclear de Natanz com câmeras de vídeo.

08 de março de 2007- As 35 nações do Conselho de Governadores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) aprovam a suspensão de 23 dos 55 programas de assistência técnica nuclear ao Irã. A decisão, recomendada pelo chefe da AIEA, Mohamed ElBaradei, foi tomada por consenso e já era esperada.

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