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14/03/2007
-
15h21
da Folha Online
Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira medidas formais para a suspensão das sanções financeiras contra a Coréia do Norte, em uma ação que faz parte do acordo para o desarmamento nuclear de Pyongyang. Como medida inicial, o Tesouro americano pretende liberar milhões de dólares congelados em um banco de Macau, o Banco Delta Asia (BDA).
No acordo, fechado em 13 de fevereiro em Pequim entre a Coréia do Norte, a China, o Japão, a Coréia do Sul, a Rússia e os EUA, Pyongyang se comprometeu a fechar suas instalações nucleares em troca do fornecimento de 50 mil toneladas de combustível.
O país também aceitou o retorno dos inspetores da AIEA, expulsos em 2002, e o desmantelamento, em um prazo de 60 dias, do complexo nuclear de Yongbyon, que produz o plutônio necessário para a produção de armamentos atômicos. Entre as bombas produzidas no local estariam os explosivos utilizados em um teste nuclear realizado em 9 de outubro.
O governo norte-coreano expulsou os inspetores da agência da ONU (Organização das Nações Unidas) depois que oficiais dos EUA acusaram Pyongyang de manter um programa clandestino de enriquecimento de urânio. Em seguida, retomou as atividades em Yongbyon.
A Coréia do Norte anunciou em 2005 que possuía armas nucleares. O teste nuclear realizado em outubro de 2006 causou indignação da comunidade internacional e levou a ONU a impor sanções econômicas e de armamentos ao país.
O BDA mantém US$ 25 milhões em bens congelados na Coréia do Norte, segundo os EUA.
Em setembro de 2005, Washington acusou o BDA de ajudar o regime de Pyongyang na circulação de cédulas falsas de cem dólares, de lavar fundos do narcotráfico e de venda ilegal de armas. O Departamento de Tesouro dos EUA não detalhou a quantia que será liberada.
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Tom Casey, não quis comentar as medidas anunciadas pelo Tesouro, mas disse que os EUA se comprometeram a suspender as sanções até a metade de março, como parte do acordo para o desarmamento.
Visita
O chefe da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Mohamed ElBaradei, afirmou nesta quarta-feira que Pyongyang está "totalmente compromtido" com o acordo, e permitirá que os inspetores da agência retornem ao país assim que as sanções forem retiradas.
ElBaradei descreveu as conversas a respeito do fechamento do principal reator nuclear norte-coreano, Yongbyon, como "úteis".
"Eles [a Coréia do Norte] disseram estar totalmente comprometidos com o acordo, e estão prontos para permitir as inspeções da AIEA e o fechamento de Yongbyon", afirmou.
Na segunda-feira (12), em Pequim, ElBaradei afirmou que o processo de fechamento das instalações nucleares na Coréia do Norte será "complexo" e exigirá o reforço da confiança entre as partes. "Há laços de confiança que precisam ser reconstruídos", disse.
A visita a Pyongyang do diretor da AIEA acontece antes de uma nova sessão de conversações dos seis países em Pequim a partir de 19 de março.
EUA
Na semana passada, a Coréia do Norte e os EUA também iniciaram conversações bilaterais.
Os dois países não mantinham relações diplomáticas desde que a Coréia do Norte, então dominada por comunistas, foi criada, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O vice-ministro das Relações Exteriores norte-coreano, Kim Kye Gwan, e o secretário-assistente de Estado americano, Christopher Hill, reuniram-se durante quatro horas na segunda-feira em Nova York, mas não falaram com a imprensa. Foi a primeira visita aos EUA de Kim, o principal negociador de questões nucleares da Coréia do Norte, desde o início da crise internacional gerada pelo programa nuclear norte-coreano, em 2002.
Kim também se encontrou, durante o fim de semana, com o principal negociador para assuntos nucleares da Coréia do Sul, Chun Yung-woo.
Com agências internacionais
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Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira medidas formais para a suspensão das sanções financeiras contra a Coréia do Norte, em uma ação que faz parte do acordo para o desarmamento nuclear de Pyongyang. Como medida inicial, o Tesouro americano pretende liberar milhões de dólares congelados em um banco de Macau, o Banco Delta Asia (BDA).
No acordo, fechado em 13 de fevereiro em Pequim entre a Coréia do Norte, a China, o Japão, a Coréia do Sul, a Rússia e os EUA, Pyongyang se comprometeu a fechar suas instalações nucleares em troca do fornecimento de 50 mil toneladas de combustível.
O país também aceitou o retorno dos inspetores da AIEA, expulsos em 2002, e o desmantelamento, em um prazo de 60 dias, do complexo nuclear de Yongbyon, que produz o plutônio necessário para a produção de armamentos atômicos. Entre as bombas produzidas no local estariam os explosivos utilizados em um teste nuclear realizado em 9 de outubro.
O governo norte-coreano expulsou os inspetores da agência da ONU (Organização das Nações Unidas) depois que oficiais dos EUA acusaram Pyongyang de manter um programa clandestino de enriquecimento de urânio. Em seguida, retomou as atividades em Yongbyon.
A Coréia do Norte anunciou em 2005 que possuía armas nucleares. O teste nuclear realizado em outubro de 2006 causou indignação da comunidade internacional e levou a ONU a impor sanções econômicas e de armamentos ao país.
O BDA mantém US$ 25 milhões em bens congelados na Coréia do Norte, segundo os EUA.
Em setembro de 2005, Washington acusou o BDA de ajudar o regime de Pyongyang na circulação de cédulas falsas de cem dólares, de lavar fundos do narcotráfico e de venda ilegal de armas. O Departamento de Tesouro dos EUA não detalhou a quantia que será liberada.
O porta-voz do Departamento de Estado americano, Tom Casey, não quis comentar as medidas anunciadas pelo Tesouro, mas disse que os EUA se comprometeram a suspender as sanções até a metade de março, como parte do acordo para o desarmamento.
Visita
O chefe da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Mohamed ElBaradei, afirmou nesta quarta-feira que Pyongyang está "totalmente compromtido" com o acordo, e permitirá que os inspetores da agência retornem ao país assim que as sanções forem retiradas.
ElBaradei descreveu as conversas a respeito do fechamento do principal reator nuclear norte-coreano, Yongbyon, como "úteis".
"Eles [a Coréia do Norte] disseram estar totalmente comprometidos com o acordo, e estão prontos para permitir as inspeções da AIEA e o fechamento de Yongbyon", afirmou.
Na segunda-feira (12), em Pequim, ElBaradei afirmou que o processo de fechamento das instalações nucleares na Coréia do Norte será "complexo" e exigirá o reforço da confiança entre as partes. "Há laços de confiança que precisam ser reconstruídos", disse.
A visita a Pyongyang do diretor da AIEA acontece antes de uma nova sessão de conversações dos seis países em Pequim a partir de 19 de março.
EUA
Na semana passada, a Coréia do Norte e os EUA também iniciaram conversações bilaterais.
Os dois países não mantinham relações diplomáticas desde que a Coréia do Norte, então dominada por comunistas, foi criada, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O vice-ministro das Relações Exteriores norte-coreano, Kim Kye Gwan, e o secretário-assistente de Estado americano, Christopher Hill, reuniram-se durante quatro horas na segunda-feira em Nova York, mas não falaram com a imprensa. Foi a primeira visita aos EUA de Kim, o principal negociador de questões nucleares da Coréia do Norte, desde o início da crise internacional gerada pelo programa nuclear norte-coreano, em 2002.
Kim também se encontrou, durante o fim de semana, com o principal negociador para assuntos nucleares da Coréia do Sul, Chun Yung-woo.
Com agências internacionais
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