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15/03/2007 - 09h15

Irã questiona legitimidade de Conselho de Segurança da ONU

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da Folha Online

O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, declarou nesta quinta-feira que o Conselho de Segurança da ONU não tem "nenhuma legitimidade" para impor sanções contra Teerã devido a seu programa nuclear, acrescentando que seu país "não teme" novas sanções econômicas.

"Hoje os inimigos do povo iraniano querem utilizar o Conselho de Segurança (CS) para impedir o progresso e o desenvolvimento do Irã, mas ele não tem nenhuma legitimidade entre os povos do mundo", declarou Ahmadinejad durante um discurso feito na Província de Yazd.

"O que vocês [membros do CS] querem? O povo iraniano já dispõe do ciclo de combustível nuclear. Mesmo que todos vocês se reúnam e façam seus ancestrais voltarem do inferno, não conseguirão impedir o caminho do povo iraniano em direção ao progresso", acrescentou.

11.fev.2007/Reuters
Mahmoud Ahmadinejad afirmou que programa nuclear é direito do Irã
Mahmoud Ahmadinejad questiona legimtidade de sanções da ONU
Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança --Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido-- mais a Alemanha chegaram a um acordo no diálogo para a imposição de mais sanções devido à recusa iraniana em suspender o enriquecimento de urânio, apesar da resolução 1737 do Conselho de Segurança, adotada em 23 de dezembro passado.

As grandes potências ocidentais suspeitam que o Irã quer utilizar seu programa com fins militares, mas autoridades iranianas alegam que ele tem caráter pacífico e visa apenas a produção de combustível nuclear e energia elétrica.

Urânio enriquecido pode ser usado tanto como combustível para plantas nucleares como para fabricar armas nucleares.

Ahmadinejad disse ainda que que seu país não teme novas sanções do CS da ONU.

"Eles [os países ocidentais] dizem que querem impor sanções econômicas. Nós já sofremos sanções há 27 anos", afirmou. "Vocês nos impuseram sanções e nós nos tornamos um país nuclear. Imponham sanções econômicas, e verão o que acontecerá", ameaçou Ahmadinejad.

Sanções

O Irã sofre sanções econômicas dos EUA há muitos anos, e as medidas adotadas em dezembro pelo Conselho de Segurança foram limitadas aos setores nuclear e balístico.

Mesmo assim os EUA exerceram pressões sobre bancos internacionais para que restrinjam negócios com o Irã. O setor petroleiro do país persa, quarto produtor mundial, também se encontra sob pressão, sofrendo com a falta de investimento estrangeiro.

As novas medidas em estudo incluem a proibição de viagem ao exterior de iranianos envolvidos no programa nuclear, um embargo de armas e restrições comerciais e financeiras.

Israel

Na terça-feira (13), o ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, acusou Israel e EUA de serem as maiores ameaças para a segurança no Oriente Médio.

Mottaki declarou durante a Conferência de Desarmamento, o principal fórum de desarmamento mundial, que Israel é o único país na região que se recusa a fazer parte do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, embora o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, tenha reconhecido no ano passado que seu país possui armas nucleares. Olmert nega essa informação.

"[Israel com armas nucleares representa] uma ameaça grave para a segurança e a paz regional e internacional e requer que seja lidada seriamente pela comunidade internacional", disse Mottaki durante a conferência, que reúne 65 países.

"É surpreendente que enquanto nenhuma medida prática é tomada para conter a real fonte de perigo nuclear no Oriente Médio, meu país esteja sob tremenda pressão para que renuncie ao seu direito inalienável do uso pacífico de energia nuclear", declarou Mottaki.

A outra ameaça ao Oriente Médio vem dos EUA, segundo Mottaki. Ele disse que os americanos invadiram o Iraque sob o pretexto de eliminar armas de destruição em massa e de trazer mais segurança à região.

"Após anos de busca por armas de destruição em massa, é óbvio que o preparativo para o ataque ao Iraque foi baseado em informações falsas ou, de fato, forjadas", declarou o ministro iraniano. "Pode-se julgar facilmente se há mais segurança ou insegurança na região como resultado de tal operação militar. Aqueles que criaram essa situação no Iraque não podem fugir de sua responsabilidade".

Com agências internacionais

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