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18/03/2007 - 12h41

Questão de fundos congelados da Coréia será superada, diz EUA

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da Folha Online

A Coréia do Norte está no caminho para fechar seu principal reator nuclear e cumprir sua parte no acordo para desmantelar seu programa nuclear, afirmou neste domingo o principal negociador americano para assuntos nucleares, Christopher Hill.

Hill também disse estar confiante que uma nova rodada de negociações que começa nesta segunda-feira poderá resolver a questão de contas bancárias norte-coreanas congeladas em um banco em Macau, e assim dar andamento ao acordo de desnuclearização da Coréia do Norte firmado em fevereiro.

O principal negociador da Coréia do Norte, Kim Kye Gwan, disse ao chegar a Pequim neste sábado que seu país "não suspenderá suas atividades nucleares" até que todos os US$ 25 milhões congelados em sua conta no Banco Delta Asia (BDA) de Macau sejam liberados.

"Acho que superamos a questão do BDA e que ela não será um impedimento para nosso processo", disse Hill neste domingo.

O vice-secretário-assistente do Tesouro americano, Daniel Glaser, chegou a Pequim neste domingo para discutir o tema.

Hill disse que se reuniu com representantes norte-coreanos neste sábado e domingo para explicar a posição americana sobre os fundos congelados no BDA em Macau, um território semi-autônomo da China que possui sistemas legal e financeiro próprios.

No entanto, Hill ainda precisava encontrar Kim Kye Gwan, que não participou dos encontros preparatórios para as reuniões oficiais dos seis países envolvidos na questão nuclear da Coréia do Norte (EUA, as duas Coréias, Japão, Rússia e China).

A nova rodada de reuniões visa avaliar o progresso realizado desde o acordo fechado em 13 de fevereiro, no qual a Coréia do Norte comprometeu-se a fechar seu principal reator nuclear num prazo de 60 dias em troca de ajuda econômica e da normalização de relações com os EUA e Japão.

Hill disse que os oficiais norte-coreanos com quem conversou deixaram claro que começaram suas tarefas rumo à desnuclearização do país.

O enviado da Coréia do Sul, Chun Yung-woo, também foi otimista e disse que espera que a questão dos fundos seja resolvida "em um curto espaço de tempo, de maneira que não venha a ser um obstáculo ao progresso das conversações".

O conselheiro do Estado chinês Tang Jiaxuan disse a um grupo de legisladores japoneses em visita à China que os EUA e a Coréia do Norte já haviam resolvido a questão, informou a agência de notícias estatal Xinhua, sem dar detalhes.

Preparativos

Um grupo de trabalho dos representantes dos seis países envolvidos na questão nuclear norte-coreana encontraram-se neste domingo para ajudar a definir os passos para o cumprimento do próximo prazo das negociações, em 14 de abril.

Segundo o representante do Japão, Akio Suda, os delegados norte-coreanos disseram na reunião que estão "preparados" para fazer o que for necessário, "desde que os outros cinco membros façam o que lhes foi solicitado". Suda, porém, não deu detalhes.

Suda disse que "a maioria dos representantes" expressaram a necessidade de concentrar esforços no fechamento do reator nuclear de Yongbyon, na inspeção da ONU (Organização das Nações Unidas) dessa desativação e no esclarecimento do suposto programa de enriquecimento de urânio da Coréia do Norte.

Crise nuclear

Acusações feitas pelos EUA em 2002 de que a Coréia do Norte possui um programa secreto de enriquecimento de urânio levou o governo norte-coreano a expulsar inspetores da ONU. Em outubro de 2006, o país realizou um teste e detonou sua primeira bomba nuclear.

Pelo acordo de fevereiro, a Coréia do Norte receberá assistência equivalente a um milhão de toneladas de combustível pesado, caso ela revele e desative todos os seus programas nucleares.

A promessa americana de resolver a questão dos fundos congelados, que os EUA suspeitam estarem ligados a lavagem de dinheiro, tornou-se uma questão crucial nas conversações.

Washington prometeu resolver o problema, mas a solução que anunciou na semana passada --uma ordem aos bancos americanos que romper relacionamentos com Macau-- foi criticado pela China e pela Coréia do Norte.

O Tesouro americano deve ajudar o banco de Macau a identificar contas conectadas à Coréia do Norte que não estejam maculadas por supostas ligações com a proliferação nuclear ou outros crimes, o que possivelmente resultará na liberação de cerca de US$ 20 milhões, disse um oficial americano que não quis ser identificado.

Enquanto isso, o ex-legislador sul-coreano Jang Sung-min disse neste domingo que Kim, da Coréia do Norte, propôs a Hill no início deste mês que o Norte destruiria simultaneamente todas as suas instalações, programas e armas nucleares em troca de concessões americanas.

Hill negou o relato, dizendo que ele não lembra ter recebido tal tipo de "oferta extraordinária".

Com agências internacionais

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