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21/03/2007
-
17h17
da Folha Online
Em um dos primeiros confrontos entre militantes dos grupos palestinos Hamas e Fatah após a formação de um governo de coalizão entre os dois movimentos, uma pessoa morreu e sete ficaram feridas em Gaza nesta quarta-feira.
O Hamas, do premiê Ismail Haniyeh, e o Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, realizaram a primeira reunião do governo de poder compartilhado no último sábado (17) após meses de conflitos e disputas entre os militantes.
No confronto de hoje, um ativista leal a Abbas morreu e dois palestinos ligados ao Hamas foram seqüestrados na Cidade de Gaza, em um sinal de que a violência pode voltar a crescer apesar do novo governo de união. O gabinete compartilhado foi formado para, entre outros objetivos, pôr um fim à rivalidade e à violência entre militantes. Ambos os grupos possuem braços armados e políticos.
Segundo o Fatah, forças de segurança do Hamas atiraram granadas contra a casa de um comandante da Brigada dos Mártires de Al Aqsa (grupo armado ligado ao Fatah) em Gaza, matando um dos membros do grupo. Sete pessoas, incluindo quatro atiradores e um pedestre, ficaram feridos no ataque, mas o comandante não foi atingido.
O porta-voz do Fatah Abdel Hakim Awad afirmou que o Hamas planejou o ataque com antecedência. Ele advertiu contra "graves conseqüências" se os membros do grupo rival mantiverem as ações. Tiroteios foram ouvidos em várias partes de Gaza, onde militantes dos dois grupos tomaram as ruas.l
Um porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Ubaida, negou as acusações e disse que atiradores do grupo apenas responderam a tiros feitos a partir da casa do comandante da Al Aqsa. Segundo Ubaida, um ativista do Fatah estava preparando uma granada quando ela explodiu em suas mãos. O ativista teria morrido na explosão.
O acordo para o governo de coalizão foi fechado em Meca (Arábia Saudita) no começo de fevereiro, e pretende acabar com a disputa entre os palestinos e pôr fim a um bloqueio financeiro internacional em vigor desde que o Hamas subiu ao poder, em março de 2006.
Contatos internacionais
Apesar da pressão israelense para o isolamento do novo governo, a União Européia (UE) e os Estados Unidos enviaram representantes ao Oriente Médio para dialogar com ministros palestinos.
Marc Otte, enviado da UE ao Oriente Médio, reuniu-se com o ministro das Finanças Salam Fayyad na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, nesta quarta-feira, depois de ter conduzido negociações em Gaza com o ministro das Relações Exteriores Ziad Abu Amr, segundo oficiais palestinos e europeus.
A ONU (Organização das Nações Unidas) também enviou representantes: o diplomata Alvaro de Soto se reuniu separadamente com Fayyad também hoje. "O ministro das Finanças tem uma difícil tarefa pela frente e quero oferecer a ele meu apoio", disse Soto.
Fayyad se encontrou ainda com um diplomata americano. Ele já foi alto funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI) e goza da confiança dos países doadores por não pertencer ao Fatah nem ao Hamas.
Os encontros marcam os primeiros movimentos de volta a algum nível de comprometimento entre o governo palestino e os mediadores do chamado Quarteto para o Oriente Médio --EUA, UE, ONU e Rússia.
Envio
Apesar da continuidade do embargo a repasses financeiros diretos para a ANP, a ONU afirmou que cerca de US$ 1,2 bilhões chegaram até os palestinos no último ano. Em 2005, foram enviados US$ 1 bilhão.
A UE, os EUA e outros doadores internacionais aumentaram o fluxo de assistência humanitária no último ano usando canais fora do governo palestino, de forma a continuar com o boicote ao mesmo tempo em que mantêm a ajuda.
Mesmo assim, a polêmica não foi encerrada. Hoje, a administração do presidente George W. Bush anunciou que irá reduzir um pacote de US$ 86 milhões em ajuda de segurança ao governo palestino, em um esforço para que nenhuma parte do dinheiro vá para forças leais ao Hamas, considerado pelos americanos um grupo terrorista.
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse nesta quarta-feira que ela logo enviará ao Congresso o pacote revisto, que garantirá que apenas instituições de segurança leais ao presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, recebam a ajuda.
Além das relações internacionais, a situação interna do novo governo também apresenta seus desafios. Em seu primeiro ato após nomear oficialmente o novo governo, Abbas apontou Mohammad Dahlan como conselheiro de segurança nacional. Dahlan é um antigo desafeto do Hamas, e a nomeação causou mal estar e protestos entre membros deste grupo.
Como resposta, o Hamas manteve um plano para dobrar o tamanho de suas forças de segurança para 12 mil membros. O grupo é atualmente composto, em sua maioria, por membros do braço armado do Hamas --os mesmos que levaram a cabo na última segunda-feira (19) o primeiro ataque contra israelenses desde que uma trégua foi feita em novembro do ano passado.
Com Associated Press
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Em um dos primeiros confrontos entre militantes dos grupos palestinos Hamas e Fatah após a formação de um governo de coalizão entre os dois movimentos, uma pessoa morreu e sete ficaram feridas em Gaza nesta quarta-feira.
O Hamas, do premiê Ismail Haniyeh, e o Fatah, do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, realizaram a primeira reunião do governo de poder compartilhado no último sábado (17) após meses de conflitos e disputas entre os militantes.
No confronto de hoje, um ativista leal a Abbas morreu e dois palestinos ligados ao Hamas foram seqüestrados na Cidade de Gaza, em um sinal de que a violência pode voltar a crescer apesar do novo governo de união. O gabinete compartilhado foi formado para, entre outros objetivos, pôr um fim à rivalidade e à violência entre militantes. Ambos os grupos possuem braços armados e políticos.
Segundo o Fatah, forças de segurança do Hamas atiraram granadas contra a casa de um comandante da Brigada dos Mártires de Al Aqsa (grupo armado ligado ao Fatah) em Gaza, matando um dos membros do grupo. Sete pessoas, incluindo quatro atiradores e um pedestre, ficaram feridos no ataque, mas o comandante não foi atingido.
O porta-voz do Fatah Abdel Hakim Awad afirmou que o Hamas planejou o ataque com antecedência. Ele advertiu contra "graves conseqüências" se os membros do grupo rival mantiverem as ações. Tiroteios foram ouvidos em várias partes de Gaza, onde militantes dos dois grupos tomaram as ruas.l
Um porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Ubaida, negou as acusações e disse que atiradores do grupo apenas responderam a tiros feitos a partir da casa do comandante da Al Aqsa. Segundo Ubaida, um ativista do Fatah estava preparando uma granada quando ela explodiu em suas mãos. O ativista teria morrido na explosão.
O acordo para o governo de coalizão foi fechado em Meca (Arábia Saudita) no começo de fevereiro, e pretende acabar com a disputa entre os palestinos e pôr fim a um bloqueio financeiro internacional em vigor desde que o Hamas subiu ao poder, em março de 2006.
Contatos internacionais
Apesar da pressão israelense para o isolamento do novo governo, a União Européia (UE) e os Estados Unidos enviaram representantes ao Oriente Médio para dialogar com ministros palestinos.
Marc Otte, enviado da UE ao Oriente Médio, reuniu-se com o ministro das Finanças Salam Fayyad na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, nesta quarta-feira, depois de ter conduzido negociações em Gaza com o ministro das Relações Exteriores Ziad Abu Amr, segundo oficiais palestinos e europeus.
18.mar.2007/AP |
Mahmoud Abbas (dir.) e Ismail Haniyeh se reúnem em Gaza |
Fayyad se encontrou ainda com um diplomata americano. Ele já foi alto funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI) e goza da confiança dos países doadores por não pertencer ao Fatah nem ao Hamas.
Os encontros marcam os primeiros movimentos de volta a algum nível de comprometimento entre o governo palestino e os mediadores do chamado Quarteto para o Oriente Médio --EUA, UE, ONU e Rússia.
Envio
Apesar da continuidade do embargo a repasses financeiros diretos para a ANP, a ONU afirmou que cerca de US$ 1,2 bilhões chegaram até os palestinos no último ano. Em 2005, foram enviados US$ 1 bilhão.
A UE, os EUA e outros doadores internacionais aumentaram o fluxo de assistência humanitária no último ano usando canais fora do governo palestino, de forma a continuar com o boicote ao mesmo tempo em que mantêm a ajuda.
18.fev.2007/Reuters |
Mahmoud Abbas (dir.) e Condoleezza Rice discutem ajuda americana aos palestinos |
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, disse nesta quarta-feira que ela logo enviará ao Congresso o pacote revisto, que garantirá que apenas instituições de segurança leais ao presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, recebam a ajuda.
Além das relações internacionais, a situação interna do novo governo também apresenta seus desafios. Em seu primeiro ato após nomear oficialmente o novo governo, Abbas apontou Mohammad Dahlan como conselheiro de segurança nacional. Dahlan é um antigo desafeto do Hamas, e a nomeação causou mal estar e protestos entre membros deste grupo.
Como resposta, o Hamas manteve um plano para dobrar o tamanho de suas forças de segurança para 12 mil membros. O grupo é atualmente composto, em sua maioria, por membros do braço armado do Hamas --os mesmos que levaram a cabo na última segunda-feira (19) o primeiro ataque contra israelenses desde que uma trégua foi feita em novembro do ano passado.
Com Associated Press
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