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26/03/2007
-
19h05
da Folha Online
Em meio à crescente tensão com o Reino Unido, o Irã afirmou nesta segunda-feira que os 15 marinheiros britânicos detidos desde a última sexta-feira (16) deverão "responder pela violação" das águas iranianas, segundo um diplomata persa. O Reino Unido manteve a pressão pela libertação de seus cidadãos hoje, mas sem resultados.
O Irã acusa os 15 marinheiros de terem violado propositalmente as águas iranianas, em uma "clara agressão" ao país. O Reino Unido nega dizendo que os marinheiros realizavam uma inspeção de rotina em águas do Iraque na região do canal de Shatt al Arab, localizado na fronteira sul entre Irã e Iraque.
Os britânicos foram transferidos para Teerã e interrogados, onde teriam supostamente "confessado" a invasão como um ato ilegal, segundo a agência de notícias semi-estatal do Irã, Fars.
A ministra britânica das Relações Exteriores, Margaret Beckett, exigiu novamente hoje que Teerã autorize militares de seu país a se encontrarem com os detidos, enquanto o embaixador do Irã em Londres, Rasul Movahedian, foi convocado pela terceira vez para dar explicações ao governo. Neste domingo, o Ministério das Relações Exteriores iraniano afirmou que poderá conceder acesso britânico aos 15 marinheiros detidos pelo governo de Teerã quando a investigação estiver concluída.
"O destino dos britânicos que violaram as águas iranianas segue seu curso legal e eles devem responder pela violação", afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Mehdi Mostafavi, citado pela TV pública do país. O jornal britânico "The Guardian" divulgou o temor de que os marinheiros sejam julgados por espionagem no país persa.
Em Teerã
O embaixador britânico em Teerã se reuniu novamente nesta segunda-feira com altos funcionários do ministério iraniano das Relações Exteriores, que afirmaram que os 15 marinheiros estavam "bem", segundo um porta-voz da chancelaria britânica.
Durante a reunião, solicitada pelo Reino Unido, o embaixador Geoffrey Adams "insistiu em saber onde se encontram detidos" os marinheiros, disse o porta-voz. "O ministério iraniano das Relações Exteriores nos assegurou que o grupo está bem e se encontra no Irã", acrescentou.
"Os marinheiros britânicos estão sendo interrogados atualmente e vamos determinar se entraram voluntariamente ou por erro nas águas iranianas. Quando isso ficar claro, tomaremos uma decisão" a respeito, afirmou Mostafavi.
Iraque
Em Bagdá, o ministro iraquiano das Relações Exteriores, Hoshiyar Zebari, que se manifestou sobre o caso pela primeira vez, afirmou nesta segunda-feira que os marinheiros foram capturados em águas iraquianas, confirmando a declaração do Reino Unido.
Ontem, o ministro pediu que o Irã liberte os 15 marinheiros em um telefonema feito a seu colega iraniano, Manouchehr Mottaki. "O ministro pediu que os detidos sejam liberados, e que o Irã lide de maneira inteligente com o caso", diz um comunicado iraquiano a respeito do incidente.
Segundo o Irã, no entanto, os britânicos "confessaram ter entrado ilegalmente em águas iranianas e reconheceram seu erro".
Também hoje, o Irã negou especulações de que planeja trocar os 15 marinheiros britânicos detidos por prisioneiros iranianos no Iraque.
Forças americanas no Iraque detiveram recentemente cinco iranianos em um escritório em Irbil, a capital da região autônoma do Curdistão, no Iraque. Os iranianos são acusados de fornecer armas e dinheiro a insurgentes que atuam no país.
Tony Blair
O premiê britânico, Tony Blair, qualificou o incidente de "injustificado e equivocado", e reiterou que os militares estavam em águas territoriais iraquianas quando foram detidos.
Ao falar neste domingo durante um encontro de líderes europeus em Berlim, Blair negou que os marinheiros tenham entrado ilegalmente em águas iranianas. "Isso simplesmente não é verdade", disse.
"Quero resolver essa situação pela via diplomática o mais rápido possível", disse Blair. Ele afirmou ainda que espera que os iranianos "entendam o quanto essa crise é fundamental para o governo do Reino Unido".
O Reino Unido e o Irã viveram um incidente similar em 2004, quando o regime de Teerã manteve detidos durante três dias oito militares britânicos acusados de entrarem de forma ilegal em águas territoriais do Irã no golfo Pérsico. Na época, o Reino Unido negou a invasão.
Além da crise diplomática, o caso também fez crescer as tensões em torno do programa nuclear iraniano. O Conselho de Segurança da ONU aprovou mais sanções contra o Irã no sábado (24). Reino Unido e EUA também acusam o país de fomentar a violência no Iraque.
Com agências internacionais
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Em meio à crescente tensão com o Reino Unido, o Irã afirmou nesta segunda-feira que os 15 marinheiros britânicos detidos desde a última sexta-feira (16) deverão "responder pela violação" das águas iranianas, segundo um diplomata persa. O Reino Unido manteve a pressão pela libertação de seus cidadãos hoje, mas sem resultados.
O Irã acusa os 15 marinheiros de terem violado propositalmente as águas iranianas, em uma "clara agressão" ao país. O Reino Unido nega dizendo que os marinheiros realizavam uma inspeção de rotina em águas do Iraque na região do canal de Shatt al Arab, localizado na fronteira sul entre Irã e Iraque.
AP |
Navio britânico similar ao que patrulha águas disputadas do golfo Pérsico |
A ministra britânica das Relações Exteriores, Margaret Beckett, exigiu novamente hoje que Teerã autorize militares de seu país a se encontrarem com os detidos, enquanto o embaixador do Irã em Londres, Rasul Movahedian, foi convocado pela terceira vez para dar explicações ao governo. Neste domingo, o Ministério das Relações Exteriores iraniano afirmou que poderá conceder acesso britânico aos 15 marinheiros detidos pelo governo de Teerã quando a investigação estiver concluída.
"O destino dos britânicos que violaram as águas iranianas segue seu curso legal e eles devem responder pela violação", afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Mehdi Mostafavi, citado pela TV pública do país. O jornal britânico "The Guardian" divulgou o temor de que os marinheiros sejam julgados por espionagem no país persa.
Em Teerã
O embaixador britânico em Teerã se reuniu novamente nesta segunda-feira com altos funcionários do ministério iraniano das Relações Exteriores, que afirmaram que os 15 marinheiros estavam "bem", segundo um porta-voz da chancelaria britânica.
Durante a reunião, solicitada pelo Reino Unido, o embaixador Geoffrey Adams "insistiu em saber onde se encontram detidos" os marinheiros, disse o porta-voz. "O ministério iraniano das Relações Exteriores nos assegurou que o grupo está bem e se encontra no Irã", acrescentou.
"Os marinheiros britânicos estão sendo interrogados atualmente e vamos determinar se entraram voluntariamente ou por erro nas águas iranianas. Quando isso ficar claro, tomaremos uma decisão" a respeito, afirmou Mostafavi.
Iraque
Em Bagdá, o ministro iraquiano das Relações Exteriores, Hoshiyar Zebari, que se manifestou sobre o caso pela primeira vez, afirmou nesta segunda-feira que os marinheiros foram capturados em águas iraquianas, confirmando a declaração do Reino Unido.
Frank Franklin II/AP |
O ministro iraniano do Exterior Manouchehr Mottaki discutiu a situação dos detidos |
Segundo o Irã, no entanto, os britânicos "confessaram ter entrado ilegalmente em águas iranianas e reconheceram seu erro".
Também hoje, o Irã negou especulações de que planeja trocar os 15 marinheiros britânicos detidos por prisioneiros iranianos no Iraque.
Forças americanas no Iraque detiveram recentemente cinco iranianos em um escritório em Irbil, a capital da região autônoma do Curdistão, no Iraque. Os iranianos são acusados de fornecer armas e dinheiro a insurgentes que atuam no país.
Tony Blair
O premiê britânico, Tony Blair, qualificou o incidente de "injustificado e equivocado", e reiterou que os militares estavam em águas territoriais iraquianas quando foram detidos.
Ao falar neste domingo durante um encontro de líderes europeus em Berlim, Blair negou que os marinheiros tenham entrado ilegalmente em águas iranianas. "Isso simplesmente não é verdade", disse.
"Quero resolver essa situação pela via diplomática o mais rápido possível", disse Blair. Ele afirmou ainda que espera que os iranianos "entendam o quanto essa crise é fundamental para o governo do Reino Unido".
O Reino Unido e o Irã viveram um incidente similar em 2004, quando o regime de Teerã manteve detidos durante três dias oito militares britânicos acusados de entrarem de forma ilegal em águas territoriais do Irã no golfo Pérsico. Na época, o Reino Unido negou a invasão.
Além da crise diplomática, o caso também fez crescer as tensões em torno do programa nuclear iraniano. O Conselho de Segurança da ONU aprovou mais sanções contra o Irã no sábado (24). Reino Unido e EUA também acusam o país de fomentar a violência no Iraque.
Com agências internacionais
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