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04/04/2007
-
04h02
da Efe, em Havana
O presidente cubano, Fidel Castro, fez críticas ao caso dos militares britânicos detidos pelas autoridades do Irã ao estarem patrulhando em águas do país.
Em artigo, Castro aponta que o incidente "parece uma provocação exatamente igual à dos chamados 'Irmãos ao Resgate'", organização anticastrista com sede em Miami, nos Estados Unidos.
O texto, chamado "A internacionalização do genocídio", foi divulgado pelo centro de imprensa internacional dependente da Chancelaria cubana, e deve estar nas páginas do jornal oficial "Granma" desta quarta-feira.
Castro, que sofre há oito meses de uma doença declarada "segredo de Estado", também ataca o uso do etanol e a política dos Estados Unidos, como já havia feito em outro texto divulgado no último dia 29. No artigo, Castro afirmou que o uso de cana-de-açúcar como fonte de etanol poderia levar à fome de milhões de pessoas. "As terras dedicadas à produção direta de álcool podem ser muito mais úteis na produção de alimentos para o povo", afirmou. Não há qualquer menção a seu estado de saúde ou à situação política da ilha.
Quanto à crise entre Reino Unido e Irã, Castro, cujas funções são ocupadas interinamente por seu irmão mais novo, Raúl, afirma: "A detenção dos soldados ingleses em águas jurisdicionais do Irã parece uma provocação exatamente igual à dos chamados 'Irmãos ao Resgate' que, violando as ordens do então presidente Bill Clinton, avançavam sobre as águas de nossa jurisdição. A ação defensiva de Cuba, absolutamente legítima, serviu de pretexto ao Governo dos EUA para promulgar a famosa Lei Helms-Burton, que viola a soberania de outros países".
A queda de dois pequenos aviões civis da organização "Irmãos ao Resgate", em 24 de fevereiro de 1996, provocou um fortalecimento do bloqueio econômico e comercial de Washington sobre Cuba.
Castro adverte sobre a possibilidade de "uma nova guerra para assegurar o fornecimento de gás e petróleo, que colocará a espécie humana à beira do holocausto total".
"Demolir até a última fábrica iraniana é uma tarefa técnica relativamente fácil para um poder como o dos Estados Unidos. O difícil pode vir depois, se surgir uma nova guerra contra outra crença muçulmana que merece todo nosso respeito", continua.
O presidente cubano insiste em denunciar os efeitos devastadores da produção de biocombustíveis à base de alimentos nos países do Terceiro Mundo, e critica as conclusões sobre o uso do etanol no recente encontro entre Bush e Lula.
"Em Camp David, Bush declarou sua intenção de aplicar esta fórmula em nível mundial, o que não significa outra coisa se não a internacionalização do genocídio", diz o texto.
"Não é minha intenção lastimar o Brasil, nem me misturar em assuntos relacionados à política interna deste grande país", aponta Castro, lembrando que na recente reunião não foram resolvidas questões como quem fornecerá os cereais necessários para os países desenvolvidos produzirem etanol.
Castro vem apostando novamente em métodos mais simples de economia energética, como o uso de lâmpadas fluorescentes em Cuba.
Fidel Castro cedeu o poder a seu irmão mais novo e ministro das Forças Armadas, Raúl Castro, em 31 de julho, após ser operado em razão de uma hemorragia provocada pela doença.
Nas últimas semanas houve diversas declarações de funcionários cubanos e aliados de Havana sobre a melhora de seu estado de saúde.
Na última foto divulgada de Castro, pelo jornal colombiano "El Tiempo", em meados de março, ele é visto de pé, com roupas esportivas, conversando com o escritor colombiano Gabriel García Márquez.
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O presidente cubano, Fidel Castro, fez críticas ao caso dos militares britânicos detidos pelas autoridades do Irã ao estarem patrulhando em águas do país.
Em artigo, Castro aponta que o incidente "parece uma provocação exatamente igual à dos chamados 'Irmãos ao Resgate'", organização anticastrista com sede em Miami, nos Estados Unidos.
O texto, chamado "A internacionalização do genocídio", foi divulgado pelo centro de imprensa internacional dependente da Chancelaria cubana, e deve estar nas páginas do jornal oficial "Granma" desta quarta-feira.
Castro, que sofre há oito meses de uma doença declarada "segredo de Estado", também ataca o uso do etanol e a política dos Estados Unidos, como já havia feito em outro texto divulgado no último dia 29. No artigo, Castro afirmou que o uso de cana-de-açúcar como fonte de etanol poderia levar à fome de milhões de pessoas. "As terras dedicadas à produção direta de álcool podem ser muito mais úteis na produção de alimentos para o povo", afirmou. Não há qualquer menção a seu estado de saúde ou à situação política da ilha.
Quanto à crise entre Reino Unido e Irã, Castro, cujas funções são ocupadas interinamente por seu irmão mais novo, Raúl, afirma: "A detenção dos soldados ingleses em águas jurisdicionais do Irã parece uma provocação exatamente igual à dos chamados 'Irmãos ao Resgate' que, violando as ordens do então presidente Bill Clinton, avançavam sobre as águas de nossa jurisdição. A ação defensiva de Cuba, absolutamente legítima, serviu de pretexto ao Governo dos EUA para promulgar a famosa Lei Helms-Burton, que viola a soberania de outros países".
A queda de dois pequenos aviões civis da organização "Irmãos ao Resgate", em 24 de fevereiro de 1996, provocou um fortalecimento do bloqueio econômico e comercial de Washington sobre Cuba.
Castro adverte sobre a possibilidade de "uma nova guerra para assegurar o fornecimento de gás e petróleo, que colocará a espécie humana à beira do holocausto total".
"Demolir até a última fábrica iraniana é uma tarefa técnica relativamente fácil para um poder como o dos Estados Unidos. O difícil pode vir depois, se surgir uma nova guerra contra outra crença muçulmana que merece todo nosso respeito", continua.
O presidente cubano insiste em denunciar os efeitos devastadores da produção de biocombustíveis à base de alimentos nos países do Terceiro Mundo, e critica as conclusões sobre o uso do etanol no recente encontro entre Bush e Lula.
"Em Camp David, Bush declarou sua intenção de aplicar esta fórmula em nível mundial, o que não significa outra coisa se não a internacionalização do genocídio", diz o texto.
"Não é minha intenção lastimar o Brasil, nem me misturar em assuntos relacionados à política interna deste grande país", aponta Castro, lembrando que na recente reunião não foram resolvidas questões como quem fornecerá os cereais necessários para os países desenvolvidos produzirem etanol.
Castro vem apostando novamente em métodos mais simples de economia energética, como o uso de lâmpadas fluorescentes em Cuba.
Fidel Castro cedeu o poder a seu irmão mais novo e ministro das Forças Armadas, Raúl Castro, em 31 de julho, após ser operado em razão de uma hemorragia provocada pela doença.
Nas últimas semanas houve diversas declarações de funcionários cubanos e aliados de Havana sobre a melhora de seu estado de saúde.
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