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04/04/2007 - 11h30

Reino Unido elogia decisão iraniana de libertar militares

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da Efe, em Londres
da Folha Online

O governo do Reino Unido elogiou nesta quarta-feira a decisão do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, de libertar os 15 militares britânicos detidos por forças iranianas em 23 de março em águas da região norte do golfo Pérsico.

"Cumprimentamos o que o Irã disse sobre a libertação dos 15 militares. Estamos verificando agora exatamente o que isto significa em relação ao método e ao momento da libertação", disse um porta-voz de Downing Street, casa oficial do premiê britânico, Tony Blair.

Ahmadinejad anunciou nesta quarta-feira, em entrevista coletiva em Teerã, que os 15 marinheiros britânicos detidos pelo Irã nas águas do golfo Pérsico "serão libertados como presente ao povo britânico". A libertação deve ocorrer ainda hoje, segundo o presidente.

Vahid Salemi/AP
Presidente iraniano, Mahmoud Ahnmadibnejad, condecora membros da Guarda Costeira
Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, condecora membros da Guarda Costeira
Em coletiva de imprensa, o líder do Irã deu medalhas de condecoração aos guardas da costa iraniana que interceptaram a embarcação britânica, reiterando que os militares estavam em águas territoriais do Irã no momento em que foram capturados.

"Em nome do grande povo iraniano, quero agradecer à Guarda Costeira, que corajosamente defendeu nossas águas territoriais e deteve aqueles que violaram nossa fronteira", disse.

O Irã acusa o grupo de marinheiros e marines britânicos de invadir suas águas. O Reino Unido nega, dizendo que os militares faziam uma inspeção de rotina em águas iraquianas na região do canal de Shatt al Arab quando foram capturados.

Ahmadinejad afirmou que, após o término da entrevista coletiva, os 15 militares seriam levados diretamente ao aeroporto para sua repatriação. Blair disse ontem que confiava em uma "rápida resolução" do caso com o Irã após ser confirmado que Londres mantinha contatos com altos funcionários iranianos.

Contatos

O governo britânico revelou na noite de terça-feira que houve "contatos entre o Reino Unido e o Irã, incluindo um contato direto com Larijani", secretário-geral do Conselho Supremo de Segurança nacional iraniano e principal negociador internacional do país.

Após quase 15 dias de crise, Irã e Reino Unido já davam sinais de que iriam contornar a questão por meio da diplomacia. Nesta quarta-feira, Naigil Shinvald, conselheiro do premiê britânico, Tony Blair, conversou por telefone com Ali Larijani, chefe do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, para discutir a questão, segundo a agência oficial iraniana Irna.

Após cortar relações com o Irã, o Reino Unido só permite discussões sobre a detenção dos marinheiros e fuzileiros navais britânicos detidos no país persa.

Em um comunicado divulgado ontem, Blair disse que "ambos os lados compartilham o desejo de uma resolução rápida para a questão através de conversas diretas".

Captura

O impasse começou no último dia 23 de março, quando os 15 militares britânicos foram detidos por Teerã por terem supostamente entrado ilegalmente nas águas iranianas, acusação que o Reino Unido nega.

Marcelo Katsuki/Fol
Os dois países viveram um incidente similar em 2004, quando o regime de Teerã manteve detidos durante três dias oito militares britânicos acusados de entrarem de forma ilegal em águas territoriais do Irã no golfo Pérsico. Na época, o Reino Unido também negou a invasão.

A tensão teve início na mesma semana em que o Conselho de Segurança da ONU aprovou novas sanções contra Teerã por sua insistência em manter seu programa nuclear.

Na segunda-feira (2), a TV estatal de Teerã informou que os militares britânicos admitiram ter invadido águas territoriais do Irã. Segundo a Irna, agência oficial iraniana, o país não exibiria as imagens das confissões devido à 'mudança de postura' do Reino Unido.

A Irna não detalhou a que tipo de mudança Teerã se refere. O Reino Unido rejeitou as declarações sobre confissões, dizendo que elas são 'inaceitáveis', e reiterando que os militares faziam uma inspeção em águas iraquianas quando foram detidos.

Síria

Nesta quarta-feira, o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid al Moallem, afirmou a um jornal do Kuait que seu país estaria mediando o impasse entre o Reino Unido e o Irã.

"A solução deve ser diplomática, e a Síria agora media esse processo entre os dois países", afirmou Moallem ao jornal "Al Anba", em entrevista em Damasco. "Nós torcemos por uma solução satisfatória, que leve à resolução da crise em torno da prisão dos britânicos".

O ministro não detalhou que tipo de medida seu país irá tomar para tentar dar fim à controvérsia. O Irã acusa o grupo de marinheiros e marines britânicos de invadir suas águas.

Entre as nações árabes, a Síria é o mais próximo aliado do Irã, que é um país persa. Os dois países estreitaram ainda mais as relações quando passaram a ser acusados pelos Estados Unidos e pela União Européia (UE) de interferirem nos conflitos no Iraque e no Líbano.

A guerra do Líbano, que teve início em julho de 2006, durou 34 dias e deixou 1.200 mortos.

Com agências internacionais

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