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10/04/2007
-
08h35
da Folha Online
Inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) iniciaram uma visita a instalações nucleares do Irã nesta terça-feira, um dia depois que Teerã anunciou que passou para a fase de produção industrial de combustível nuclear.
Ontem, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou que cientistas iranianos começaram a produzir combustível nuclear em escala industrial na usina de Natanz, expandindo as atividades que já resultaram em sanções da ONU.
Ahmadinejad fez o anúncio presença da imprensa iraniana e internacional na data em que o Irã celebra o "Dia da Energia Nuclear". "Não há provas de ilegalidade em nossas atividades", disse Ahmadinejad, afirmando que o Irã agiu com transparência ao permitir inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no passado.
"Aqueles que nos desafiam usam eles mesmos a tecnologia nuclear", lembrou Ahmadinejad, em alusão aos membros permanentes do Conselho de Segurança (CS) da ONU (EUA, Rússia, França, Reino Unido e China).
Nações ocidentais temem que o Irã converta seu programa nuclear civil em um programa clandestino de produção de armas atômicas. O Irã nega, dizendo que seu programa tem fins meramente pacíficos e visa apenas produzir energia elétrica e combustível nuclear.
Segundo a agência de notícias iraniana Fars, os inspetores da AIEA devem permanecer no Irã por uma semana. Fontes do governo iraniano confirmaram a chegada dos representantes da agência da ONU a Teerã, mas disseram que se trata de uma "visita de rotina".
As inspeções da AIEA em Natanz e em outras plataformas nucleares do Irã são freqüentes, mas Teerã cancelou visitas mais invasivas no ano passado, quando a discussão a respeito de seu programa nuclear foi encaminhada ao Conselho de Segurança (CS) da ONU.
Rússia
A Rússia afirmou nesta terça-feira que não possui evidências de que o Irã tenha adquirido progresso tecnológico que permita o enriquecimento de urânio em escala industrial.
"Não estamos cientes de nenhum avanço tecnológico no programa nuclear iraniano que possa modificar a natureza dos trabalhos de enriquecimento de urânio realizados em nosso território", afirmou o Ministério russo de Relações Exteriores em um comunicado.
"Estamos esclarecendo a situação, inclusive por meio de contato com especialistas da AIEA", afirmou o ministro russo de Relações Exteriores, Sergei Lavrov. "Por enquanto, não confirmamos que atividades de enriquecimento tenham sido iniciadas nas novas centrífugas".
Em níveis mais baixos (cerca de 3,5%), o enriquecimento de urânio produz combustível para os reatores nucleares de uso civil, mas a níveis altos (próximos de 90%), o urânio enriquecido pode proporcionar material para uma bomba nuclear.
De acordo com os últimos relatórios da AIEA, Natanz dispõe atualmente de mil centrífugas em diferentes graus de instalação. O Irã informou que pretende pôr em funcionamento 3.000 centrífugas até maio de 2007, apesar das exigências do Conselho de Segurança da ONU para que o país suspenda o enriquecimento de urânio.
Em resposta ao anúncio do Irã de que o país passou para a fase de produção industrial de combustível nuclear, a Casa Branca afirmou nesta segunda-feira estar "muito preocupada" com o avanço do controverso programa nuclear iraniano. Washington considerou que agora é "inaceitável" um retorno da cooperação iraniana com a agência atômica das Nações Unidas, já que o país violou mais uma vez as exigências da ONU para o final do programa.
Sanções
Em 9 de abril de 2006 o presidente iraniano afirmou que o país havia completado com êxito o ciclo de produção de combustível nuclear em laboratório.
A ONU aprovou em março sua segunda resolução (1.747) contra o Irã devido à insistência do país persa em manter o programa nuclear. Na resolução, os 15 membros conselho aprovam por unanimidade novas sanções ao país pela manutenção de seu programa nuclear.
Em resposta à resolução, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, afirmou que as sanções são "inúteis e ilegais" e que o governo iraniano não mudará seu curso com relação ao programa nuclear.
Neste domingo (8), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Ali Hoseini, disse que a suspensão do enriquecimento de urânio "não está de forma alguma na agenda do Irã". Ele afirma que a exigência contraria as regulações do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual o Irã é signatário, que permitem o desenvolvimento de tecnologia nuclear voltada para a obtenção de energia.
"O inimigo quer criar uma guerra psicológica, mas o povo do Irã é consciente e esta medida vai o afetar pouco", disse o vice-presidente iraniano em alusão à resolução 1.747.
Com agências internacionais
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Inspetores da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) iniciaram uma visita a instalações nucleares do Irã nesta terça-feira, um dia depois que Teerã anunciou que passou para a fase de produção industrial de combustível nuclear.
Ontem, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou que cientistas iranianos começaram a produzir combustível nuclear em escala industrial na usina de Natanz, expandindo as atividades que já resultaram em sanções da ONU.
Ahmadinejad fez o anúncio presença da imprensa iraniana e internacional na data em que o Irã celebra o "Dia da Energia Nuclear". "Não há provas de ilegalidade em nossas atividades", disse Ahmadinejad, afirmando que o Irã agiu com transparência ao permitir inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) no passado.
Raheb Homavandi/Reuters |
Base anti-míssel no complexo de enriquecimento de urânio de Natanz (Irã) |
Nações ocidentais temem que o Irã converta seu programa nuclear civil em um programa clandestino de produção de armas atômicas. O Irã nega, dizendo que seu programa tem fins meramente pacíficos e visa apenas produzir energia elétrica e combustível nuclear.
Segundo a agência de notícias iraniana Fars, os inspetores da AIEA devem permanecer no Irã por uma semana. Fontes do governo iraniano confirmaram a chegada dos representantes da agência da ONU a Teerã, mas disseram que se trata de uma "visita de rotina".
As inspeções da AIEA em Natanz e em outras plataformas nucleares do Irã são freqüentes, mas Teerã cancelou visitas mais invasivas no ano passado, quando a discussão a respeito de seu programa nuclear foi encaminhada ao Conselho de Segurança (CS) da ONU.
Rússia
A Rússia afirmou nesta terça-feira que não possui evidências de que o Irã tenha adquirido progresso tecnológico que permita o enriquecimento de urânio em escala industrial.
Marcelo Katsuki/Fol |
"Estamos esclarecendo a situação, inclusive por meio de contato com especialistas da AIEA", afirmou o ministro russo de Relações Exteriores, Sergei Lavrov. "Por enquanto, não confirmamos que atividades de enriquecimento tenham sido iniciadas nas novas centrífugas".
Em níveis mais baixos (cerca de 3,5%), o enriquecimento de urânio produz combustível para os reatores nucleares de uso civil, mas a níveis altos (próximos de 90%), o urânio enriquecido pode proporcionar material para uma bomba nuclear.
De acordo com os últimos relatórios da AIEA, Natanz dispõe atualmente de mil centrífugas em diferentes graus de instalação. O Irã informou que pretende pôr em funcionamento 3.000 centrífugas até maio de 2007, apesar das exigências do Conselho de Segurança da ONU para que o país suspenda o enriquecimento de urânio.
Em resposta ao anúncio do Irã de que o país passou para a fase de produção industrial de combustível nuclear, a Casa Branca afirmou nesta segunda-feira estar "muito preocupada" com o avanço do controverso programa nuclear iraniano. Washington considerou que agora é "inaceitável" um retorno da cooperação iraniana com a agência atômica das Nações Unidas, já que o país violou mais uma vez as exigências da ONU para o final do programa.
Sanções
Em 9 de abril de 2006 o presidente iraniano afirmou que o país havia completado com êxito o ciclo de produção de combustível nuclear em laboratório.
A ONU aprovou em março sua segunda resolução (1.747) contra o Irã devido à insistência do país persa em manter o programa nuclear. Na resolução, os 15 membros conselho aprovam por unanimidade novas sanções ao país pela manutenção de seu programa nuclear.
Em resposta à resolução, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, afirmou que as sanções são "inúteis e ilegais" e que o governo iraniano não mudará seu curso com relação ao programa nuclear.
Neste domingo (8), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Ali Hoseini, disse que a suspensão do enriquecimento de urânio "não está de forma alguma na agenda do Irã". Ele afirma que a exigência contraria as regulações do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual o Irã é signatário, que permitem o desenvolvimento de tecnologia nuclear voltada para a obtenção de energia.
"O inimigo quer criar uma guerra psicológica, mas o povo do Irã é consciente e esta medida vai o afetar pouco", disse o vice-presidente iraniano em alusão à resolução 1.747.
Com agências internacionais
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