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14/04/2007 - 11h20

Polícia detém ao menos 200 em manifestação contra Putin em Moscou

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OLGA ROTENBERG
da France Presse, em Moscou

Ao menos 200 pessoas foram detidas neste sábado em Moscou --entre elas o ex-campeão mundial de xadrez Garry Kasparov-- durante um protesto convocado pela oposição russa e proibido pelas autoridades.

Kasparov, um dos líderes do movimento de oposição Outra Rússia, foi detido e levado com um grupo de simpatizantes para uma delegacia do bairro ainda no início da manifestação, ao meio-dia (5h de Brasília) na praça Pushkin.

A agência de notícias russa Interfax anunciou que Kasparov havia sido libertado algumas horas depois, mas a polícia e sua advogada desmentiram esta informação.

"Ele ainda está na delegacia. Os investigadores estão trabalhando no seu depoimento", declarou o porta-voz da polícia de Moscou, Viktor Biriukov, citado pela agência Rio Novosti.

"Ele está aqui comigo. Estamos redigindo nosso depoimento", disse a advogada de Kasparov, Karina Moskalenko, à rádio Echo de Moscou.

Denis Sinyakov/Reuters
Policiais russos enfrentam manifestantes em protesto contra governo em Moscou
Policiais russos enfrentam manifestantes em protesto contra governo em Moscou
Dezenas de pessoas foram detidas no mesmo momento que Kasparov nos quatro cantos da praça, quando tentavam passar por barreiras policiais, segundo jornalistas da France Presse. Elas foram levadas em sete ônibus, cada um podendo transportar entre 30 e 40 pessoas.

A polícia mencionou 170 detenções. Confrontos foram registrados entre policiais e manifestantes, alguns dos quais foram espancados, segundo a rádio Echo.

No total, cerca de 9.000 policiais e membros das forças do ministério do Interior haviam sido mobilizados em volta da praça e em seus arredores, informaram as autoridades.

"Kasparov! Kasparov! Rússia sem Putin!", clamavam os manifestantes, chamando os policiais de "fascistas".

"Nenhum motivo para nossa detenção nos foi comunicado. Trata-se de uma demonstração de força extremamente violenta que tinha como objetivo aterrorizar as pessoas", disse Garry Kasparov, contactado pela rádio Echo na delegacia onde permanece detido.

"Ele foi à praça sabendo que o protesto havia sido proibido e começou a provocar os policiais de forma brutal", afirmou, por sua vez, um representante policial, citado pela Interfax.

Indignação

O ex-primeiro-ministro Mikhail Kassianov e o ex-conselheiro econômico do presidente Vladimir Putin, Andrei Illarionov, que se juntaram à oposição, estavam presentes na praça Pushkin.

"O que está acontecendo com as autoridades? Elas perderam a cabeça?", exclamou Kassionov, antes de ser repelido pelos policiais.

"É preciso parar de desrespeitar as liberdades, acabar com essa farsa, dar aos cidadãos o direito de se expressar através de eleições normais", disse o ex-primeiro-ministro.

No mesmo momento, cerca de 200 partidários do movimento da juventude pró-Kremlin Molodaïa Gvardia (Jovem Guarda) se manifestavam a alguns metros da praça Pushkin.

Quatro desses jovens subiram no teto de um prédio e ergueram, sob as vaias dos simpatizantes da oposição, um cartaz no qual se podia ler: "Saudamos a marcha das prostitutas políticas".

"Somos contra a política de Putin, contra as proibições de partidos, contra os monopólios econômicos que são feitos por pessoas próximas a Putin", resumiu Anton Maliavski, vice-presidente do partido liberal SPS (União das Forças de Direita).

As detenções são "uma violação grosseira dos direitos humanos e da Constituição, que garante aos cidadãos o direito de protestar", denunciou Liudmila Aleexeva, fundadora da ONG Helsinque de Moscou.

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