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14/04/2007
-
19h54
da Folha Online
A polícia russa deteve ao menos 200 pessoas neste sábado em Moscou, incluindo o ex-campeão mundial de xadrez Garry Kasparov, ao tentar evitar manifestações contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que foram proibidas pelas autoridades russas.
Mais protestos --também proibidos pelas autoridades-- estavam previstos para o domingo, em São Petersburgo.
Os ativistas haviam planejado se reunir na praça central de Moscou, a um quilômetro do Kremlin. Eles acusam Putin de cortar liberdades democráticas e pedem uma votação justa para a escolha de um novo presidente, em 2008.
Cerca de 9.000 policiais foram mobilizados para evitar o protesto.
Caminhões com canhões de água e pelo menos mil policiais cercaram a praça. Houve confrontos quando os manifestantes começaram a aparecer, em pequenos grupos.
Kasparov, que hoje é um dos líderes da coalizão Outra Rússia, que organizou o protesto, e seus aliados calcularam que cerca de 2.000 pessoas foram ao protesto.
Grupos de manifestantes, levando bandeiras russas e rosas e gritando "Rússia sem Putin", foram dispersados ao tentar chegar à praça.
"A polícia simplesmente não nos deixou ficar juntos. Foi difícil mostrar nosso ponto de vista", disse Yuri Vatsky, 28.
O porta-voz da polícia de Moscou, Viktor Biryukov, disse que cerca de 170 dos manifestantes "mais agressivos" foram detidos.
As pessoas detidas foram colocados em sete ônibus, cada um capaz de levar de 30 a 40 passageiros.
Kasparov
A polícia chegou a entrar em confronto com cerca de 200 pessoas fora da delegacia onde o ex-jogador de xadrez estava detido.
Kasparov, 44, foi levado a um tribunal em Moscou e acusado de ofensa à ordem pública. Ele pagou uma multa de mil rublos (cerca de US$ 40) e foi liberado, após 10 horas de detenção.
"Hoje o regime mostrou seu verdadeiro rosto", disse Kasparov, que foi campeão mundial de xadrez por mais de uma década.
"Acredito que esta foi uma vitória para a oposição, porque as pessoas conseguiram passar e a marcha aconteceu", afirmou.
Sobre a interferência da polícia, ele afirmou que o governo "mostrou que já não respeita a imprensa mundial, a opinião pública ou mesmo as leis russas".
"Agora é um país em algum lugar entre Belarus e o Zimbábue", duas ditaduras, disse, que acabaram com os movimentos de oposição.
Influência
"Somos contra a política de Putin, contra as proibições de partidos, contra os monopólios econômicos que são feitos por pessoas próximas a Putin", resumiu Anton Maliavski, vice-presidente do partido liberal SPS (União das Forças de Direita).
"As autoridades temem seus próprios cidadãos", disse Mikhail Kasyanov, da Outra Rússia.
"Às vésperas das eleições (...), claro que as autoridades estão muito assustadas [com a manifestação] e as ações excessivas de hoje pela polícia [são prova disso]", disse Kasyanov, um ex-primeiro-ministro de Putin.
Os manifestantes têm influência marginal na Rússia. A maioria dos eleitores apóiam Putin, cujo governo viu as receitas aumentarem e a política se estabilizar.
Os que são leais ao Kremlin disseram que os manifestantes são extremistas perigosos, que planejam uma revolução.
Os protestos aconteceram um dia depois que o multimilionário russo Boris Berezovsky, que mora no Reino Unido, declarou a um jornal britânico que ele está fomentando uma revolução na Rússia.
Os organizadores do protesto de sábado em Moscou se distanciaram de Berezovsky.
Com agências internacionais
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A polícia russa deteve ao menos 200 pessoas neste sábado em Moscou, incluindo o ex-campeão mundial de xadrez Garry Kasparov, ao tentar evitar manifestações contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que foram proibidas pelas autoridades russas.
Mais protestos --também proibidos pelas autoridades-- estavam previstos para o domingo, em São Petersburgo.
Denis Sinyakov/Reuters |
Policiais russos enfrentam manifestantes em protesto contra governo em Moscou |
Cerca de 9.000 policiais foram mobilizados para evitar o protesto.
Caminhões com canhões de água e pelo menos mil policiais cercaram a praça. Houve confrontos quando os manifestantes começaram a aparecer, em pequenos grupos.
Kasparov, que hoje é um dos líderes da coalizão Outra Rússia, que organizou o protesto, e seus aliados calcularam que cerca de 2.000 pessoas foram ao protesto.
Grupos de manifestantes, levando bandeiras russas e rosas e gritando "Rússia sem Putin", foram dispersados ao tentar chegar à praça.
"A polícia simplesmente não nos deixou ficar juntos. Foi difícil mostrar nosso ponto de vista", disse Yuri Vatsky, 28.
O porta-voz da polícia de Moscou, Viktor Biryukov, disse que cerca de 170 dos manifestantes "mais agressivos" foram detidos.
As pessoas detidas foram colocados em sete ônibus, cada um capaz de levar de 30 a 40 passageiros.
Kasparov
A polícia chegou a entrar em confronto com cerca de 200 pessoas fora da delegacia onde o ex-jogador de xadrez estava detido.
Ivan Sekretarev/AP |
Garry Kasparov fala com jornalistas no tribunal, antes de ser liberado |
"Hoje o regime mostrou seu verdadeiro rosto", disse Kasparov, que foi campeão mundial de xadrez por mais de uma década.
"Acredito que esta foi uma vitória para a oposição, porque as pessoas conseguiram passar e a marcha aconteceu", afirmou.
Sobre a interferência da polícia, ele afirmou que o governo "mostrou que já não respeita a imprensa mundial, a opinião pública ou mesmo as leis russas".
"Agora é um país em algum lugar entre Belarus e o Zimbábue", duas ditaduras, disse, que acabaram com os movimentos de oposição.
Influência
"Somos contra a política de Putin, contra as proibições de partidos, contra os monopólios econômicos que são feitos por pessoas próximas a Putin", resumiu Anton Maliavski, vice-presidente do partido liberal SPS (União das Forças de Direita).
"As autoridades temem seus próprios cidadãos", disse Mikhail Kasyanov, da Outra Rússia.
"Às vésperas das eleições (...), claro que as autoridades estão muito assustadas [com a manifestação] e as ações excessivas de hoje pela polícia [são prova disso]", disse Kasyanov, um ex-primeiro-ministro de Putin.
Os manifestantes têm influência marginal na Rússia. A maioria dos eleitores apóiam Putin, cujo governo viu as receitas aumentarem e a política se estabilizar.
Os que são leais ao Kremlin disseram que os manifestantes são extremistas perigosos, que planejam uma revolução.
Os protestos aconteceram um dia depois que o multimilionário russo Boris Berezovsky, que mora no Reino Unido, declarou a um jornal britânico que ele está fomentando uma revolução na Rússia.
Os organizadores do protesto de sábado em Moscou se distanciaram de Berezovsky.
Com agências internacionais
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