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17/04/2007
-
15h16
da Folha Online
Um dos professores do Instituto Politécnico da Virgínia (Virginia Tech) que morreram nesta segunda-feira vítima do ataque a tiros de um estudante era sobrevivente do Holocausto.
As informações sobre Liviu Librescu, 76, professor de engenharia na Virginia Tech por mais de 20 anos, foram fornecidas por familiares. O ataque na universidade, que deixou 32 mortos, além do atirador, foi o pior já registrado em um campus americano na História.
"Na época do Holocausto, Librescu, que vivia na Romênia, foi enviado para um campo de trabalhos forçados em Transnistria e depois deportado com a família e milhares de outros judeus para o gueto central da cidade de Focsani.
A data da morte do professor coincidiu com o dia de lembrança do Holocausto em Israel. Segundo o relato de testemunhas e familiares, Librescu salvou a vida de vários estudantes da universidade ontem ao bloquear a porta da sala em que dava aulas no prédio da engenharia Norris Hall antes de ser baleado.
Alguns alunos conseguiram fugir pulando pelas janelas, mas o professor e ao menos outras 29 pessoas, além do atirador, morreram no ataque ao prédio ontem.
Pós-guerra
Segundo um relatório compilado pelo governo da Romênia em 2004, entre 280 mil e 380 mil judeus foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Depois do fim da guerra, Librescu foi libertado e encontrou trabalho como engenheiro no governo comunista da Romênia, em uma agência aeroespacial. Sua carreira foi interrompida nos anos 1970 por sua recusa em jurar lealdade ao regime comunista, e quando pediu permissão para se mudar para Israel, ele foi demitido.
Depois de anos de recusa do governo romeno, o então premiê israelense Menachem Begin interveio pessoalmente para oferecer à família uma permissão de emigração. Os Librescu se mudaram para Israel em 1978.
Em 1985, o engenheiro se mudou para a Virgínia (Estados Unidos) para um ano sabático. A mudança veio a se tornar definitiva.
Na Romênia
A comunidade acadêmica na Romênia fez luto pela morte de Librescu nesta terça-feira. "É uma grande perda", disse Ecaterina Andronescu, reitora da Universidade Politécnica de Bucareste, onde Librescu se graduou em 1953. "Temos imensa consideração pela forma como ele reagiu e defendeu a vida de seus alunos."
Na universidade em Bucareste, uma foto do engenheiro foi colocada em uma mesa ao lado de uma vela acesa, e várias pessoas foram ao local deixar flores ao redor.
Nos EUA
Os estudantes de Librescu enviaram vários e-mails narrando os últimos momentos do professor para sua mulher, Marlena, e seu filho, Joe, segundo a agência de notícias Associated Press.
"Meu pai bloqueou a porta com seu corpo e pediu aos alunos para fugirem", disse Joe Librescu. "Os estudantes começaram a abrir as janelas e pular para fora."
O atirador se suicidou após o ataque. Ele foi identificado como Cho Seung-Hui, 23, um sul-coreano que estudava inglês na Virginia Tech.
Duas pessoas também foram mortas em um dormitório da universidade antes do ataque ao prédio da engenharia. Ao todo, 32 pessoas foram assassinadas ontem.
Após a ação --o pior contra o campus de uma universidade da história dos Estados Unidos-- o governador da Virgínia, Tim Kaine, declarou estado de emergência em todo o Estado americano.
Com Associated Press
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Vítima de ataque na Virgínia era sobrevivente do Holocausto
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Um dos professores do Instituto Politécnico da Virgínia (Virginia Tech) que morreram nesta segunda-feira vítima do ataque a tiros de um estudante era sobrevivente do Holocausto.
As informações sobre Liviu Librescu, 76, professor de engenharia na Virginia Tech por mais de 20 anos, foram fornecidas por familiares. O ataque na universidade, que deixou 32 mortos, além do atirador, foi o pior já registrado em um campus americano na História.
Divulgação |
Liviu Librescu, 76, um dos professores mortos na tragédia |
A data da morte do professor coincidiu com o dia de lembrança do Holocausto em Israel. Segundo o relato de testemunhas e familiares, Librescu salvou a vida de vários estudantes da universidade ontem ao bloquear a porta da sala em que dava aulas no prédio da engenharia Norris Hall antes de ser baleado.
Alguns alunos conseguiram fugir pulando pelas janelas, mas o professor e ao menos outras 29 pessoas, além do atirador, morreram no ataque ao prédio ontem.
Pós-guerra
Segundo um relatório compilado pelo governo da Romênia em 2004, entre 280 mil e 380 mil judeus foram mortos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Depois do fim da guerra, Librescu foi libertado e encontrou trabalho como engenheiro no governo comunista da Romênia, em uma agência aeroespacial. Sua carreira foi interrompida nos anos 1970 por sua recusa em jurar lealdade ao regime comunista, e quando pediu permissão para se mudar para Israel, ele foi demitido.
Depois de anos de recusa do governo romeno, o então premiê israelense Menachem Begin interveio pessoalmente para oferecer à família uma permissão de emigração. Os Librescu se mudaram para Israel em 1978.
Em 1985, o engenheiro se mudou para a Virgínia (Estados Unidos) para um ano sabático. A mudança veio a se tornar definitiva.
Na Romênia
A comunidade acadêmica na Romênia fez luto pela morte de Librescu nesta terça-feira. "É uma grande perda", disse Ecaterina Andronescu, reitora da Universidade Politécnica de Bucareste, onde Librescu se graduou em 1953. "Temos imensa consideração pela forma como ele reagiu e defendeu a vida de seus alunos."
Na universidade em Bucareste, uma foto do engenheiro foi colocada em uma mesa ao lado de uma vela acesa, e várias pessoas foram ao local deixar flores ao redor.
Nos EUA
Os estudantes de Librescu enviaram vários e-mails narrando os últimos momentos do professor para sua mulher, Marlena, e seu filho, Joe, segundo a agência de notícias Associated Press.
Michael Kiernan/Virginia Tech |
Campus de Virginia Tech, onde um atirador matou ao menos 32 pessoas ontem |
O atirador se suicidou após o ataque. Ele foi identificado como Cho Seung-Hui, 23, um sul-coreano que estudava inglês na Virginia Tech.
Duas pessoas também foram mortas em um dormitório da universidade antes do ataque ao prédio da engenharia. Ao todo, 32 pessoas foram assassinadas ontem.
Após a ação --o pior contra o campus de uma universidade da história dos Estados Unidos-- o governador da Virgínia, Tim Kaine, declarou estado de emergência em todo o Estado americano.
Com Associated Press
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