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20/04/2007 - 10h20

Quase 45 mi devem ir às urnas para eleger presidente na França

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da Folha Online

Um total de 44,5 milhões de franceses estão resgistrados para votar no domingo (22), na eleição presidencial do país, que irá apontar o novo líder para um mandato de 5 anos. O voto na França é voluntário.

Segundo o Ministério do Interior francês, cerca de 2 milhões de novos eleitores --que representam 4,2% do total-- se registraram para votar nas eleições de 2007. Destes, 1 milhão e 800 mil estão na França e outros 160 mil registrarão seus votos em outros países.

As eleições representam o início de uma nova era na França já que, após 12 anos no poder, o atual presidente, Jacques Chirac, 74, decidiu não concorrer à reeleição.

Com a saída do premiê britânico, Tony Blair, do governo do Reino Unido, a Europa deve passar por uma reestruturação na administração de sua economia, diplomacia e de seu poder militar.

Entre as principais questões que envolvem a corrida presidencial estão o desemprego, a imigração e a aspiração da França em se tornar a principal economia da Europa --posição disputada com a Alemanha e o Reino Unido--, que levou os franceses a votarem contra uma maior integração entre os países da União Européia (UE) em referendo realizado em 2005.

A imigração, uma das principais dificuldades enfrentadas pela França, levou a uma onda de violência nos subúrbios que durou três semanas em 2005. Nos violentos distúrbios, imigrantes árabes e negros protestavam contra a discriminação e a opressão social que sofrem no país.

O desemprego é outro problema grave, já que países como a Índia e a China, e outros com economias mais dinâmicas que a francesa, absorveram as ofertas de trabalho, principalmente no setor industrial.

A sociedade francesa, que tem caráter conservador, teme que seu amplo programa de seguridade social, que representa um alto custo para o governo, tenha que ser sacrificado para tornar a economia do país mais competitiva.

Favoritos

De acordo com pesquisa divulgada no domingo (15) pelo instituto Ipsos, Nicolas Sarkozy (direita) é o favorito na corrida, com 29,5% das intenções de voto.

Em segundo lugar, aparece a socialista Ségolène Royal, com 23% das intenções de voto.

O candidato centrista François Bayrou aparece com 17% das intenções de voto, seguido do ultradireitista Jean Marie Le Pen, com 13,5%. Todos os outros ficariam abaixo de 4%.

A divulgação do resultado oficial do primeiro turno está prevista para a quarta-feira (25).

Caso nenhum dos candidatos obtenha a maioria absoluta na disputa --51%--, o segundo turno das eleições ocorrerá em 6 de maio entre os dois candidatos mais votados.

Se houver segundo turno, Sarkozy ganharia com 53% contra 47% da socialista, ainda de acordo com a pesquisa do Ipsos.

Vitória de Sarkozy

Caso a tendência de vitória de Sarkozy se confirme, sua Presidência deverá empreender uma profunda reforma para o sistema econômico e trabalhista da França.

Ele defende, entre outras mudanças, o aumento das 35 horas de trabalho semanais dos franceses. Seu maior desafio será convencer os mais conservadores de que as mudanças são necessárias.

Sarkozy, o mais pró-americano dos candidatos, foi criticado por reunir-se com Bush no final de 2006. Em uma pesquisa divulgada em dezembro, 75% dos franceses dizem que preferem que o próximo presidente mantenha distância da política externa dos Estados Unidos.

O favorito na disputa diz que não apoiaria uma ação militar dos EUA para forçar o Irã a abandonar seu programa nuclear, mas que quer seguir "o máximo possível" com as sanções.

Em relação ao Iraque, ele apóia Chirac por ter envolvido a França no conflito e diz que, embora o enforcamento do ex-ditador Saddam Hussein tenha sido "equivocado", ele era o "pior dos homens".

Ele também é contra a entrada da Turquia na União Européia (UE).

Urnas eletrônicas

Cerca de 1,5 milhão dos 44,5 milhões de franceses irão registrar seus votos em urnas eletrônicas espalhadas pelo país e no exterior. O Ministério do Interior aprovou três modelos de urnas eletrônicas para ganhar agilidade na votação e, a longo prazo, cortar gastos.

No entanto, milhares de eleitores dizem estar preocupados com a segurança das máquinas. Eles lembram que houve controvérsia na Irlanda e na Holanda a esse respeito em 2000.

"Os cidadãos não conseguem mais verificar a boa condução das eleições, não são capazes de entender o que acontece nos postos de votação", afirmou Pierre Muller, um dos líderes de uma petição contra o uso das urnas eletrônicas, assinadas por cerca de 68 mil pessoas.

O uso de urnas eletrônicas foi aprovado em 2004 e enfrentou pouca controvérsia. No entanto, nas últimas semanas, partidos de oposição passaram a questionar o seu uso.

"Há símbolos e rituais que são vitais. O ritual democrático é fundamental", disse Vincent Feltesse, do Partido Socialista, referindo-se ao tradicional sistema de cédulas de papel.

No exterior

Autoridades francesas disporão de 547 postos de votação no exterior para que os 820 mil cidadãos inscritos possam exercer seu direito ao voto no domingo, segundo informações do Ministério francês de Relações Exteriores.

Ambos os números indicam um aumento considerável em relação ao pleito anterior, de 2002, quando havia 206 colégios eleitorais para os 385 mil eleitores no exterior.

O país com mais franceses inscritos é a Suíça, com 76 mil, seguido dos Estados Unidos (74 mil), da Alemanha (56 mil), do Reino Unido (53 mil) e da Espanha (51 mil).

Autoridades eleitorais enviaram aos postos fora da França 12 milhões de cédulas de votação, assim como várias centenas de urnas e mais de 1 milhão de envelopes.

Outros 120 mil franceses deverão deslocar-se a seu país para poder votar para presidente.

Devido à diferença de horário, em alguns países os cidadãos inscritos poderão votar antes da abertura dos colégios eleitorais na França, e outros poderão ir às urnas quando a apuração dos votos já tiver começado em Paris.

Com agências internacionais

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