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20/04/2007 - 12h24

Estudante da Virgínia escapou por pouco de ataque em Columbine

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da Folha Online

Uma aluna do Instituto Tecnológico da Virgínia, cenário do crime que matou 32 pessoas na segunda-feira (16), escapou por pouco do ataque contra uma escola em Columbine --que completa 8 anos nesta sexta-feira.

Na época da ação em Columbine (Colorado), quando dois estudantes armados, Eric Harris e Dylan Klebold, mataram 13 pessoas em uma escola, Regina Rohde estava no prédio que foi cenário do crime, mas teve a sorte de deixar o local pouco antes do ocorrido.

Aluna da universidade atacada na Virgínia, ela lamentou o novo massacre em entrevista ao programa de TV "Today", da rede NBC. "Vai levar tempo. As pessoas estão tentando viver cada momento, mas vai demorar muito para se recuperarem dessa tragédia", disse ela.

Na segunda-feira, embora não estivesse nos dois prédios onde ocorreram os ataques a tiros, ela diz ter recordado as mesmas emoções que sentiu em 1999. "A sensação foi muito parecida. Você se pergunta: O que está acontecendo? Alguém se machucou? O que fazemos agora?. Foram as mesmas perguntas que nos fizemos após o ataque em Columbine", disse.

Para ela, a intensa cobertura da mídia dificultou a recuperação dos alunos e de outras pessoas afetadas. Ela diz que a decisão de dar entrevista à rede NBC foi "difícil".

Segundo Rohde, é compreensível que a imprensa tenha que noticiar a tragédia, mas o assédio constante é prejudicial. "A cada vez que um grupo de estudante se reunia, havia câmeras os filmando. Não sentimos que estávamos sendo respeitados como comunidade".

Massacre

A Virginia Tech enfrentou dois ataques nesta segunda-feira. As ações, que ocorreram em lados opostos do campus, tiveram início às 7h15 (8h15 de Brasília) em West Ambler Johnston Hall, residência estudantil que abriga ao menos 895 pessoas. Duas pessoas morreram.

Josh Meltzer/AP
Estádio esportivo é tomado por estudantes após homenagem à vítimas de massacre
Estádio esportivo é tomado por estudantes após homenagem à vítimas de massacre
Duas horas depois, Norris Hall, edifício da engenharia, foi alvo de outro ataque a tiros. Outras 30 pessoas morreram, na maioria estudantes.

Cho, que se suicidou em seguida, usou duas armas --uma pistola Glock 9 milímetros e outra arma calibre 22 no massacre. A polícia também encontrou facas com o estudante.

Nesta terça-feira (17), uma carta encontrada pela polícia aparentemente indica que Cho premeditou a ação. No texto de várias páginas, ele se queixa dos garotos "ricos, festeiros e charlatões" da universidade e afirma que foram eles que "causaram a tragédia".

Vídeo

Fotos e arquivos em vídeo enviados pelo autor do pior massacre em um campus dos Estados Unidos na história chocaram familiares e amigos das 32 vítimas, que criticaram nesta quinta-feira sua divulgação pela mídia. O material, enviado pelo atirador Cho Seung-hui na manhã de segunda-feira (16), entre os ataques cometidos no campus do Instituto Tecnológico da Virgínia (Virginia Tech), contém fotografias violentas e mensagens de ódio aos ricos.

Reuters
O atirador Cho Seung-Hui, 23, estudava inglês na Virginia Tech
O atirador Cho Seung-Hui, 23, estudava inglês na Virginia Tech
"Peço pelo amor de deus e por nossos filhos a todas as TVs e jornais que parem de retransmitir aquele vídeo [de Cho]. É um segundo ataque a nós", disse o pai de Mary Read, que morreu no massacre, em entrevista à rede de TV CNN.

Enquanto os familiares expressaram sua repulsa à divulgação das imagens, a polícia que investiga o massacre disse que o material ajudou muito pouco no esclarecimento dos fatos.

Para o chefe da polícia estadual da Virgínia, Steve Flaherty, as famílias das vítimas foram atingidas duas vezes --uma pelas 32 mortes causadas pelos ataques a tiros de Cho e outra pela atenção da mídia sobre o material enviado pelo atirador à rede de TV americana NBC. "Sinto muito que todos tenham sido expostos a essas imagens", disse Flaherty.

"O pacote, simplesmente, confirma o que já sabíamos na maior parte dos casos", completou. Na universidade, as autoridades enfrentam dura pressão agora que se tornou público que os problemas mentais do atirador, que estudava inglês na instituição, foram notados 17 meses antes que ele cometesse os ataques desta segunda-feira.

Com agências internacionais

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