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25/04/2007 - 08h38

Líderes mundiais comparecem a funeral de Ieltsin em Moscou

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da Folha Online

O funeral de Boris Ieltsin, o primeiro presidente russo da era pós-soviética, ocorre nesta quarta-feira em Moscou, em uma cerimônia que conta com a presença de vários políticos russos, como o presidente Vladimir Putin, e também de líderes internacionais.

Considerado sucessor político de Ieltsin, Putin declarou luto oficial nesta quarta-feira em homenagem à morte. O corpo de Ieltsin será enterrado do Cemitério Novodevichy, local onde também foram sepultados vários artistas russos.

Antes do funeral, cerca de 20 mil russos aglomeraram-se em frente à Catedral Cristo o Salvador, no centro de Moscou, para se despedir de Ieltsin. A catedral, reconstruída durante seu governo e um símbolo da era pós-comunista.

Ele morreu na segunda-feira (23), em decorrência de problemas cardíacos. Entre as autoridades presentes na cerimônia estão os ex-presidentes americanos George H. Bush e Bill Clinton.

Maxim Marmur/Reuters
Cantora russa Alla Pugacheva (à esq.) oferece condolências a familiares de Boris Ieltsin
Cantora russa Alla Pugacheva (à esq.) oferece condolências a familiares de Boris Ieltsin
Entre os chefes de Estado que assistem ao funeral também estão os presidentes do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev; de Belarus, Alexander Lukashenko; da Estônia, Toomas Hendrik Ilves; e da Lituânia, Valdas Adamkus.

Também estão presentes o presidente da Alemanha, Horst Köhler; o príncipe Andrew, também duque de York, que representa o Reino Unido; e a comissária de Relações Exteriores da Comissão Européia, Benita Ferrero-Waldner.

"Eu vim até aqui para prestar homenagem a Boris Nikolayevich por tudo que ele nos proporcionou: liberdade e a oportunidade de nos realizarmos", disse Svetlana Zamishlayeva, 73, uma das presentes no funeral, citada pela agência de notícias Reuters.

Alguns aproveitaram a ocasião para tecer críticas ao atual presidente, Vladimir Putin.

A morte de Ieltsin ocorre em um momento em que a Rússia passa por um período de crise.

Na semana passada, centenas de manifestantes foram detidos em vários protestos em Moscou e São Petersburgo contra Putin, a quem a oposição acusa de "sufocar a democracia".

Os confrontos nas duas principais cidades russas podem ser o prenúncio de um longo período de tensão entre autoridades russas e a oposição, com a proximidade de eleições parlamentares e presidenciais.

"O rumo político que ele tomou está sendo abandonado hoje", disse Nikita Belykh, líder União das Forças de Direita, partido que se tornou marginalizado durante o governo de Putin.

Reações

Ieltsin, que governou a Rússia entre 1991 e 1999, foi o primeiro presidente do período pós-comunismo. Sua ascensão ao poder marcou o fim da ex-União Soviética (URSS).

"Ele representa uma época do país", afirmou o embaixador russo para a Ucrânia, Viktor Chernomyrdin, que foi um primeiro-ministro durante o mandato de Ieltsin, após receber a notícia da morte. Ele disse que conversou pela última vez com o líder russo em 9 de abril, quando Ieltsin telefonou para lhe desejar um feliz aniversário.

Yuri Kochetkov/Efe
Russos se reúnem em frente a catedral antes de funeral
Russos se reúnem em frente a catedral antes de funeral
O presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, também lamentou a morte do presidente russo, que considerou uma "referência-chave" no pós-comunismo.

"Enquanto presidente, ele enfrentou enormes desafios e mandatos difíceis, mas conseguiu aproximar o Leste e o Ocidente e ajudou a substituir o confronto pela cooperação", disse Barroso.

"Ele podia ser mal-humorado e introspectivo, mas uma vez que era seu amigo, era amigo para sempre", declarou o ex-premiê britânico John Major à rede britânica de informação BBC.

"Boris Ieltsin foi uma grande personalidade da política russa e internacional, um corajoso defensor da democracia e da liberdade e um amigo verdadeiro da Alemanha. Sua contribuição para o desenvolvimento das relações entre os dois países não será esquecido", afirmou nesta segunda-feira a chanceler alemã, Angela Merkel.

O ministro sueco das Relações Exteriores, Carl Bildt, chamou Ieltsin de um dos "maiores homens de nossos tempos".

O ex-presidente da Ucrânia Leonid Kravchuk, que encontrou Ieltsin em janeiro durante um torneio de tênis, disse estar surpreso com a morte. "Ele parecia estar tão saudável", afirmou Kravchuk. "Sua morte foi um grande choque para mim".

Mandato

Antecessor do atual presidente russo, Vladimir Putin, a quem ele havia designado como herdeiro político, Ieltsin ganhou popularidade durante seus oito anos de governo devido às suas promessas de combate à corrupção, sem conseguir, no entanto, manter o controle de grande parte de empresas estatais que foram progressivamente privatizadas.

Primeiro líder russo eleito democraticamente, durante seu mandato, a Rússia sofreu com problemas como o desemprego e a inflação. Ieltsin também levou o país a um conflito contra rebeldes separatistas na Tchetchênia, que culminou a expulsão dos russos.

Ele sofria de problemas cardíacos e renunciou à Presidência em 1999, vários meses antes do fim oficial de seu mandato. Putin, que era seu primeiro-ministro, tornou-se presidente em exercício e foi eleito democraticamente para o cargo em 2000.

Com Reuters, Efe e Associated Press

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