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02/05/2007 - 15h50

Ministra de Relações Exteriores de Israel pede renúncia de Olmert

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da Folha Online

A ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, defendeu nesta quarta-feira a saída do premiê israelense, Ehud Olmert, de seu posto devido às críticas crescentes à sua atuação durante a guerra com o grupo radical libanês Hizbollah em meados de 2006. Livni é a oficial de posto mais importante a pedir a renúncia de Olmert. A notícia foi divulgada hoje pelo jornal israelense "Haaretz"

Kevin Frayer/AP
Tzipi Livni defendeu a renúncia do premiê israelense Ehud Olmert
Tzipi Livni defendeu a renúncia do premiê israelense Ehud Olmert
Olmert passou a ser pressionado após a divulgação, na segunda-feira (30), de um relatório da Comissão Winograd que o acusa de ter cometido "graves erros" durante o conflito no Líbano. A campanha para que ele deixe o governo acirrou-se nesta terça-feira depois da renúncia do ministro sem pasta Eitan Cabel, no primeiro impacto na formação governista após a divulgação do documento.

Após anunciar que deixará o cargo, o ministro aconselhou o premiê a seguir seu exemplo. "Olmert deve renunciar. Ele tem que assumir a responsabilidade. Eu não posso mais fazer parte deste governo", afirmou Cabel.

A ministra reforçou as críticas hoje. "Disse a ele que a renúncia seria a coisa certa a ser feita", disse Livni a jornalistas depois de uma reunião de uma hora com o premiê. "Não é uma questão pessoal entre nós. A questão é mais importante do que nós dois", completou, citada pelo "Haaretz".

Apesar da pressão, Olmert voltou a declarar que não pretende deixar o cargo.

Substituto

Já em meio a especulações sobre um possível novo premiê, Livni afirmou que é contra a nomeação de um substituto de outro partido que não o Kadima (do qual tanto ela quanto Olmert fazem parte). A ministra expressou confiança de que a saída de Olmert facilitaria a formação de um governo diferente sem a necessidade de novas eleições, segundo o jornal israelense.

"Acho que convocar eleições gerais seriam um erro. Israel precisa de estabilidade. Se o premiê decidir renunciar, o Knesset (Parlamento) é capaz de formar outro governo. Acredito que precisamos de um governo mais amplo para lidar com os desafios do futuro", afirmou.

Livni também disse que concorreria pela liderança do partido. "O Kadima precisa escolher sua liderança de uma maneira democrática, e quando a hora chegar eu pretendo submeter minha candidatura. Agora é a hora de restaurara a confiança do público no governo".

Público

Uma pesquisa divulgada hoje revela que 68% dos israelenses querem a renúncia de Olmert, e 40% defendem a antecipação das eleições, segundo a empresa independente "Diálogo".

Os números foram publicados nesta quarta-feira pelo "Haaretz". A pesquisa ouviu 500 pessoas. A popularidade de Olmert caiu devido não apenas ao conflito no Líbano mas também a uma série de escândalos de corrupção envolvendo membros de seu governo.

Se Olmert perder o apoio interno de seu partido Livni deve sucedê-lo como premiê. Caso sua administração caia e novas eleições sejam convocadas, o ex-premiê Binyamin Netanyahu, do Partido Likud, seria o eleito, de acordo com pesquisas.

Cargo ameaçado

Livni disse que apoiou a decisão de enviar uma operação militar ao Líbano em 12 de julho de 2006, mas afirmou que mais tarde votou contra uma intensificação das hostilidades. Ela afirmou ainda que não houve coordenação com o gabinete do premiê durante a guerra.

Depois da entrevista coletiva, a rádio Israel informou que o assistente estratégico de Olmert Tal Zilberstein havia dito que não havia mais alternativa a não ser demitir Livni após a defesa da renúncia do premiê.

Menahem Kahana/AP
Olmert sofre pressão para renunciar após relatório
Olmert sofre pressão para renunciar após relatório
Em resposta à declaração de Zilberstein, um oficial do governo disse que o premiê não tomará nenhuma decisão às pressas. Ele não negou as afirmações, mas afirmou que Olmert trabalhará a partir de agora para consertar as falhas apontadas pelo relatório da Comissão Winograd.

Uma reunião de emergência do Partido Kadima foi convocada nesta quarta-feira após a entrevista de Livni. No encontro, Olmert disse que pretende implantar todas as recomendações do relatório.

"Estou pessoalmente em uma posição desconfortável, mas não fugirei de minha responsabilidade e vou reparar todos os erros", disse Olmert, citado por um oficial do governo.

Antes do encontro de Livni com Olmert, seus assistentes negaram um comentário de que ela pretendia ameaçar deixar o cargo de ministra das Relações Exteriores caso o premiê continuasse no cargo. Os assistentes afirmaram que ela não tem planos de renunciar "no momento".

Bastidores

Olmert e seus assistentes criticaram duramente na noite desta terça-feira o que classificaram como papel ativo e aberto de Livni dentro do Kadima para remover o premiê, informou ainda o "Haaretz".

Para eles, a chave da sobrevivência política do premiê depende agora de identificar a fonte da "rebelião" interna do Kadima em vez de buscar apoio na opinião pública.

"Tzipi sempre se apresenta como justa e 'limpa', mas ela está fazendo algo inaceitável: uma ministra do governo está trabalhando para enfraquecer Olmert e recrutar legisladores para votarem contra sua permanência no cargo", disse um assistente.

Para algumas fontes do Kadima, se Livni renunciar ela receberá amplo apoio do público, o que aumentaria suas chances de conquistar o posto de premiê e líder do Kadima no lugar de Olmert.

Com Haaretz, Reuters, Efe e Associated Press

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