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02/05/2007 - 19h11

Em meio à crise, Olmert consegue voto de confiança de seu partido

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da Folha Online

Pressionado após a divulgação, na segunda-feira (30), de um relatório da Comissão Winograd que o acusa de ter cometido "graves erros" durante o conflito em 2006 no Líbano, o premiê de Israel, Ehud Olmert, obteve nesta quarta-feira o voto de confiança de seu partido, o Kadima.

Menahem Kahana/AP
Olmert sofre pressão para renunciar após relatório
Olmert sofre pressão para renunciar após relatório
Altos oficiais do partido, como a ministra das Relações Exteriores israelense, Tzipi Livni, haviam pedido a renúncia do premiê.

O vice-premiê, Shimon Peres, afirmou que Olmert conseguiu um apoio sem precedentes no Kadima. "É um grande dia para o Kadima, que sai [da reunião] unido e convencido de sua força", disse Peres. Segundo a rádio militar israelense, apenas três parlamentares, Avigdor Itzchaky, Marina Solodkin e Livni, dos 29 legisladores do partido centrista, pediram a demissão de Olmert.

Após o voto de confiança, Avigdor Itzchaky apresentou sua demissão como líder do grupo parlamentar em protesto contra a decisão de Olmert de permanecer no cargo.

O apoio do partido alivia ligeiramente a pressão sobre Olmert, que continua no entanto enfrentando a oposição da opinião pública. Uma pesquisa divulgada hoje revela que 68% dos israelenses querem a renúncia de Olmert, e 40% defendem a antecipação das eleições, segundo a empresa independente "Diálogo".

Os números foram publicados nesta quarta-feira pelo jornal israelense "Haaretz". A pesquisa ouviu 500 pessoas. A popularidade de Olmert caiu devido não apenas ao conflito no Líbano mas também a uma série de escândalos de corrupção envolvendo membros de seu governo.

Pressão

Se Olmert perdesse o apoio interno de seu partido Livni deveria sucedê-lo como premiê. Caso sua administração caia e novas eleições sejam convocadas, o ex-premiê Binyamin Netanyahu, do Partido Likud, seria o eleito, de acordo com pesquisas.

A campanha para que Olmert deixe o governo acirrou-se nesta terça-feira depois da renúncia do ministro sem pasta Eitan Cabel, no primeiro impacto na formação governista após a divulgação do documento, e se aprofundou hoje com o pedido de renúncia do premiê feito por Livni.

Kevin Frayer/AP
Tzipi Livni defendeu a renúncia do premiê israelense Ehud Olmert
Tzipi Livni defendeu a renúncia do premiê israelense Ehud Olmert
A ministra reforçou as críticas hoje. "Disse a ele que a renúncia seria a coisa certa a ser feita", disse Livni a jornalistas depois de uma reunião de uma hora com o premiê. "Não é uma questão pessoal entre nós. A questão é mais importante do que nós dois", completou, citada pelo "Haaretz".

Já em meio a especulações sobre um possível novo premiê, Livni afirmou que é contra a nomeação de um substituto de outro partido que não o Kadima (do qual tanto ela quanto Olmert fazem parte). A ministra expressou confiança de que uma eventual saída de Olmert facilitaria a formação de um governo diferente sem a necessidade de novas eleições, segundo o jornal israelense.

"Acho que convocar eleições gerais seriam um erro. Israel precisa de estabilidade. Se o premiê decidir renunciar, o Knesset (Parlamento) é capaz de formar outro governo. Acredito que precisamos de um governo mais amplo para lidar com os desafios do futuro", afirmou.

Livni também disse que concorreria pela liderança do partido. "O Kadima precisa escolher sua liderança de uma maneira democrática, e quando a hora chegar eu pretendo submeter minha candidatura. Agora é a hora de restaurara a confiança do público no governo".

Cargo ameaçado

Livni disse que apoiou a decisão de enviar uma operação militar ao Líbano em 12 de julho de 2006, mas afirmou que mais tarde votou contra uma intensificação das hostilidades. Ela afirmou ainda que não houve coordenação com o gabinete do premiê durante a guerra.

Depois da entrevista coletiva de Livni, a rádio Israel informou que o assistente estratégico de Olmert, Tal Zilberstein, havia dito que não havia mais alternativa a não ser demitir a ministra.

Em resposta à declaração de Zilberstein, um oficial do governo disse que o premiê não tomará nenhuma decisão às pressas. Ele não negou as afirmações, mas afirmou que Olmert trabalhará a partir de agora para consertar as falhas apontadas pelo relatório da Comissão Winograd.

Documento

O relatório da Comissão Winograd foi divulgado em meio a grande expectativa após seis meses de investigações sobre o confronto, que foi desencadeado em julho de 2006 depois que três soldados israelenses foram mortos e outros dois foram seqüestrados na fronteira israelo-libanesa.

De acordo com o documento, Olmert lançou a guerra sem ter um plano bem definido e Peretz pecou pela "inexperiência" e pela "falta de familiaridade" com o Exército. Já Halutz teria agido de forma "impulsiva" à frente do Exército.

Em 34 dias de conflito, Israel não conseguiu resgatar os soldados capturados nem impedir o lançamento de milhares de foguetes e morteiros contra o território israelense.

O conflito deixou um saldo de cerca de 1.400 mortos [1.200 civis] no Líbano e 200 em Israel [a maioria militares].

Com France Presse, Haaretz, Reuters, Efe e Associated Press

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