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04/05/2007
-
12h06
da Folha Online
da Reuters
Depois de ter ignorado os cerca de 100 mil manifestantes que pediram sua renúncia nas ruas de Tel Aviv ontem, o premiê de Israel, Ehud Olmert, enfrenta nesta sexta-feira um novo desafio. Membros do Partido Trabalhista israelense ameaçarem se retirar da coalizão governista após o escândalo do relatório Winograd, que responsabilizou Olmert pelo fracasso na guerra no Líbano em 2006 e o acusou de cometer "graves erros".
Os trabalhistas, que enfrentam sua própria disputa de poder, representam o maior parceiro na coalizão do governo de Olmert e sua retirada pode forçar a organização de novas eleições. A princípio, as próximas eleições gerais israelenses só ocorrerão em 2010.
Líder dos trabalhistas, o ministro da Defesa, Amir Peretz, está considerando renunciar a seu posto em resposta ao relatório Winograd, que investigou o conflito entre Israel e o grupo radical libanês Hizbollah de meados de 2006. Com impopularidade crescente em seu próprio partido, Peretz pode ser forçado a sair quando os trabalhistas fizerem sua eleição interna, em 28 de maio.
O jornal israelense "Haaretz" citou hoje colaboradores de Olmert que expressaram preocupação com o risco de membros trabalhistas abandonarem a coalizão com o partido Kadima, do premiê, forçando a formação de um novo governo.
Olmert negou repetidamente qualquer intenção de renunciar ao posto apesar das duras críticas do relatório Winograd e alegações de corrupção política, que desgastaram sua imagem pública.
Pressão
O relatório sobre a guerra do Líbano foi divulgado na segunda-feira (30). O documento, elaborado pela Comissão Winograd, o acusa de ter cometido graves erros durante o conflito. Entre os que pedem sua renúncia devido ao relatório está a própria ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni.
"Disse a ele que a renúncia seria a coisa certa a ser feita", afirmou ela a jornalistas depois de uma reunião de uma hora com o premiê. "Não é uma questão pessoal entre nós. A questão é mais importante do que nós dois", completou, citada pelo jornal "Haaretz".
Já em meio a especulações sobre um possível novo premiê, Livni afirmou que é contra a nomeação de um substituto de outro partido que não o Kadima (do qual tanto ela quanto Olmert fazem parte). A ministra expressou confiança de que a saída de Olmert facilitaria a formação de um governo diferente sem a necessidade de novas eleições, segundo o jornal israelense.
"Acho que convocar eleições gerais seriam um erro. Israel precisa de estabilidade. Se o premiê decidir renunciar, o Knesset (Parlamento) é capaz de formar outro governo. Acredito que precisamos de um governo mais amplo para lidar com os desafios do futuro", afirmou.
Livni também disse que concorreria pela liderança do partido. "O Kadima precisa escolher sua liderança de uma maneira democrática, e quando a hora chegar eu pretendo submeter minha candidatura. Agora é a hora de restaurara a confiança do público no governo".
Guerra
A sessão desta quinta-feira foi acompanhada no Parlamento por parentes de soldados mortos no combate de 2006. "Todos estão criticando, mas não devem se esquecer de que as Forças Armadas de Israel não foram derrotadas no Líbano, a milícia do Hizbollah não está mais na fronteira. Isso é um fracasso?", questionou o membro do Partido dos Aposentados, Moshé Sharoni, que faz parte da coalizão de governo.
O deputado árabe-israelense Ahmed Tibi disse que "o grande erro não foi o fracasso na condução do conflito, como diz o relatório da comissão, mas tê-lo empreendido".
Olmert obteve na noite de quarta-feira uma vitória política entre os 19 representantes do Kadima no Parlamento, que o apoiaram na recusa em renunciar.
O relatório da Comissão Winograd foi divulgado em meio a grande expectativa após seis meses de investigações sobre o confronto, que foi desencadeado em julho de 2006 depois que três soldados israelenses foram mortos e outros dois foram seqüestrados na fronteira israelo-libanesa.
De acordo com o documento, Olmert lançou a guerra sem ter um plano bem definido e Peretz pecou pela "inexperiência" e pela "falta de familiaridade" com o Exército. Em 34 dias de conflito, Israel não conseguiu resgatar os soldados capturados nem impedir o lançamento de milhares de foguetes e morteiros contra o território israelense.
O conflito deixou um saldo de cerca de 1.400 mortos [1.200 civis] no Líbano e 200 em Israel [a maioria militares].
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da Reuters
Depois de ter ignorado os cerca de 100 mil manifestantes que pediram sua renúncia nas ruas de Tel Aviv ontem, o premiê de Israel, Ehud Olmert, enfrenta nesta sexta-feira um novo desafio. Membros do Partido Trabalhista israelense ameaçarem se retirar da coalizão governista após o escândalo do relatório Winograd, que responsabilizou Olmert pelo fracasso na guerra no Líbano em 2006 e o acusou de cometer "graves erros".
02.mai.2007/AP |
O premiê israelense, Ehud Olmert, sofre pressão para renunciar |
Líder dos trabalhistas, o ministro da Defesa, Amir Peretz, está considerando renunciar a seu posto em resposta ao relatório Winograd, que investigou o conflito entre Israel e o grupo radical libanês Hizbollah de meados de 2006. Com impopularidade crescente em seu próprio partido, Peretz pode ser forçado a sair quando os trabalhistas fizerem sua eleição interna, em 28 de maio.
O jornal israelense "Haaretz" citou hoje colaboradores de Olmert que expressaram preocupação com o risco de membros trabalhistas abandonarem a coalizão com o partido Kadima, do premiê, forçando a formação de um novo governo.
Olmert negou repetidamente qualquer intenção de renunciar ao posto apesar das duras críticas do relatório Winograd e alegações de corrupção política, que desgastaram sua imagem pública.
Pressão
O relatório sobre a guerra do Líbano foi divulgado na segunda-feira (30). O documento, elaborado pela Comissão Winograd, o acusa de ter cometido graves erros durante o conflito. Entre os que pedem sua renúncia devido ao relatório está a própria ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni.
3.mai.2007/AP |
Israelenses saem às ruas de Tel Aviv para pedir renúncia de primeiro-ministro |
Já em meio a especulações sobre um possível novo premiê, Livni afirmou que é contra a nomeação de um substituto de outro partido que não o Kadima (do qual tanto ela quanto Olmert fazem parte). A ministra expressou confiança de que a saída de Olmert facilitaria a formação de um governo diferente sem a necessidade de novas eleições, segundo o jornal israelense.
"Acho que convocar eleições gerais seriam um erro. Israel precisa de estabilidade. Se o premiê decidir renunciar, o Knesset (Parlamento) é capaz de formar outro governo. Acredito que precisamos de um governo mais amplo para lidar com os desafios do futuro", afirmou.
Livni também disse que concorreria pela liderança do partido. "O Kadima precisa escolher sua liderança de uma maneira democrática, e quando a hora chegar eu pretendo submeter minha candidatura. Agora é a hora de restaurara a confiança do público no governo".
Guerra
A sessão desta quinta-feira foi acompanhada no Parlamento por parentes de soldados mortos no combate de 2006. "Todos estão criticando, mas não devem se esquecer de que as Forças Armadas de Israel não foram derrotadas no Líbano, a milícia do Hizbollah não está mais na fronteira. Isso é um fracasso?", questionou o membro do Partido dos Aposentados, Moshé Sharoni, que faz parte da coalizão de governo.
O deputado árabe-israelense Ahmed Tibi disse que "o grande erro não foi o fracasso na condução do conflito, como diz o relatório da comissão, mas tê-lo empreendido".
Olmert obteve na noite de quarta-feira uma vitória política entre os 19 representantes do Kadima no Parlamento, que o apoiaram na recusa em renunciar.
O relatório da Comissão Winograd foi divulgado em meio a grande expectativa após seis meses de investigações sobre o confronto, que foi desencadeado em julho de 2006 depois que três soldados israelenses foram mortos e outros dois foram seqüestrados na fronteira israelo-libanesa.
De acordo com o documento, Olmert lançou a guerra sem ter um plano bem definido e Peretz pecou pela "inexperiência" e pela "falta de familiaridade" com o Exército. Em 34 dias de conflito, Israel não conseguiu resgatar os soldados capturados nem impedir o lançamento de milhares de foguetes e morteiros contra o território israelense.
O conflito deixou um saldo de cerca de 1.400 mortos [1.200 civis] no Líbano e 200 em Israel [a maioria militares].
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