07/05/2007 - 09h05

Israel se prepara para retomar diálogo com a Síria, diz jornal

da Efe, em Jerusalém

A ministra de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, prepara com sua equipe o possível reatamento das conversas com a Síria, interrompidas desde 1999, informa em sua edição desta segunda-feira hoje o jornal israelense "Haaretz".

"Se o primeiro-ministro decidir que quer ouvir, teremos um plano preparado, inclusive com os aspectos operacionais", disse ao jornal uma fonte do Ministério de Exteriores israelense.

Os planos estão sendo elaborados por um grupo de trabalho com vistas a uma possível negociação com Damasco, a fim de definir os interesses vitais de Israel e de ter uma estratégia preparada de antemão. Segundo o "Haaretz", trata-se da mesma equipe que preparou a saída diplomática ao conflito com a milicía libanesa Hizbollah, em 2006.

Kevin Frayer/AP

Tzipi Livni defendeu a renúncia do premiê israelense Ehud Olmert

Nos últimos seis meses, o presidente sírio, Bashar al Assad, pediu a Israel que resolva o conflito pela via negociadora, e em uma entrevista disse que a outra alternativa para recuperar as colinas de Golan--ocupadas desde a guerra de 1967-- era "a via militar".

Israel respondeu a este "convite" de forma fria e afirmando a Assad que quem deseja negociar "não pode ao mesmo tempo apoiar o Hizbollah".

Livni, que na semana passada disse ao premiê israelense, Ehud Olmert, que renunciará se suas opiniões não forem levadas em conta na política do governo, começou os preparativos de uma possível negociação com a Síria desde o fim do conflito no Líbano, em 14 de agosto.

Segundo o jornal, sua iniciativa responde não só aos "convites" de Damasco para negociar, mas também às advertências do Corpo de Inteligência do Exército israelense de que a Síria poderia estar se preparando para uma guerra.

Planos

Segundo os relatórios, divulgados durante a Comissão de Exteriores do Parlamento, o Exército sírio deslocou vários efetivos à fronteira com Israel, em números sem precedentes desde a guerra de 1973.

A inteligência israelense adverte sobre supostos planos sírios para um ataque em massa ataque com foguetes balísticos, o que pode gerar um novo conflito armado na região.

"A ministra entende a necessidade de estudar a questão da Síria a fundo", declarou a fonte ao jornal. Por isso, ela teria ordenado a preparação de uma relação das reivindicações da Síria --que já foi elaborada--, assim como um mapa detalhado dos riscos e oportunidades de um processo negociador com esse país árabe.

Um dos estudos que destinado a Livni considera que a Síria ainda não está preparada para uma guerra e que as ofertas de paz do presidente Assad são sérias.

O "Haaretz" destaca também a proximidade entre Livni e a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, como um dos fatores que a levaram a estudar a fundo a questão de uma possível paz com a Síria.

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