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08/05/2007
-
11h51
da Folha Online
O líder protestante Ian Paisley, do Partido Democrático Unionista (DUP), que passou décadas recusando-se a cooperar com a minoria católica representada pelo Sinn Fein, assumiu hoje o cargo de primeiro-ministro do governo de divisão de poder da Irlanda do Norte.
Ao seu lado, o líder católico Martin McGuinness assumiu o cargo de vice-primeiro-ministro.
O acordo em torno do governo conjunto foi selado em 26 de março deste ano, com o objetivo de colocar de lado as hostilidades entre ambos os lados, que já duram décadas no país. Apesar de tentativas anteriores de divisão de poder terem fracassado, desta vez líderes protestantes e católicos parecem determinados em fazer a nova liderança funcionar.
O DUP assumiu cinco dos 12 outros cargos de ministro de gabinete, enquanto o Sinn Fein ficou com quatro. Protestantes moderados da União do Ulster obtiveram outras duas cadeiras, e os partidos católicos Democracia Social e Partido trabalhista ficaram com a última.
"Eu acredito que a Irlanda do Norte inaugura uma período de paz, uma época em que o ódio não irá mais imperar. Será muito bom fazer parte dessa maravilhosa cura", disse Paisley.
Em seu discurso, McGuinness afirmou que o acordo "surpreendeu os céticos", e disse a Paisley, que será seu parceiro no governo: "Quero desejar a você o melhor neste momento, em que damos um passo para o maior desafio de nossas vidas", afirmou.
McGuinness também qualificou o dia de hoje como uma "data histórica". "O que estamos vendo hoje é um dos dias mais importantes para um processo que dura quase 15 anos".
Segundo Gerry Adams, líder do Sinn Fein, o acordo mostrou que o "diálogo" e a "perseverança" dão resultado. "Vamos mudar o cenário político, teremos sucesso".
Ao chegar ao Parlamento, Paisley cumprimentou Adams, como quem sempre se recusou a dialogar devido à ligação do Sinn Fein com o IRA (Exército Republicano Irlandês).
O grupo armado é apontado como responsável por cerca de 3.600 mortes durante 30 anos de conflito sectário na Irlanda do Norte.
Reino Unido
O ministro britânico para a Irlanda do Norte, Peter Hain, que assinou nesta terça-feira uma ordem transferindo o governo local de Londres a Belfast, elogiou a determinação dos líderes.
"Estamos no nascimento de um novo futuro democrático. (...) Acredito que ele irá durar, e que dará certo", afirmou ele. O novo governo da Irlanda do Norte terá poder sobre assuntos locais, mas Londres manterá a soberania sobre a Província.
O Reino Unido e a Irlanda pressionavam os partidos da Irlanda do Norte há anos para que entrassem em um acordo de divisão de poder, passo fundamental para a estabilização do país de 1,6 milhão de habitantes, que vive em divisão há décadas.
O premiê britânico, Tony Blair, e o premiê irlandês, Bertie Ahern, que guiaram o processo de paz na Irlanda do Norte da última década, estarão presentes na cerimônia de posse.
Blair, que planeja deixar o cargo de premiê nesta semana, vê o acordo de divisão de poder entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte como um dos principais méritos de seus dez anos à frente do governo britânico.
Em seu discurso, Blair afirmou que a Irlanda do Norte deixa para trás "séculos de conflito e ódio", e que o governo de divisão de Belfast é uma alternativa para "escapar" deste caminho.
Ahern afirmou que a paz na Irlanda do Norte não teria ocorrido "sem a determinação de Blair", e qualificou o premiê britânico de "verdadeiro amigo da Irlanda".
Com Efe e Associated Press
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O líder protestante Ian Paisley, do Partido Democrático Unionista (DUP), que passou décadas recusando-se a cooperar com a minoria católica representada pelo Sinn Fein, assumiu hoje o cargo de primeiro-ministro do governo de divisão de poder da Irlanda do Norte.
Ao seu lado, o líder católico Martin McGuinness assumiu o cargo de vice-primeiro-ministro.
O acordo em torno do governo conjunto foi selado em 26 de março deste ano, com o objetivo de colocar de lado as hostilidades entre ambos os lados, que já duram décadas no país. Apesar de tentativas anteriores de divisão de poder terem fracassado, desta vez líderes protestantes e católicos parecem determinados em fazer a nova liderança funcionar.
AP |
Paisley (à esq.) e McGuinness (à dir.), prêmie e vice-premiê do novo governo autônomo |
"Eu acredito que a Irlanda do Norte inaugura uma período de paz, uma época em que o ódio não irá mais imperar. Será muito bom fazer parte dessa maravilhosa cura", disse Paisley.
Em seu discurso, McGuinness afirmou que o acordo "surpreendeu os céticos", e disse a Paisley, que será seu parceiro no governo: "Quero desejar a você o melhor neste momento, em que damos um passo para o maior desafio de nossas vidas", afirmou.
McGuinness também qualificou o dia de hoje como uma "data histórica". "O que estamos vendo hoje é um dos dias mais importantes para um processo que dura quase 15 anos".
Segundo Gerry Adams, líder do Sinn Fein, o acordo mostrou que o "diálogo" e a "perseverança" dão resultado. "Vamos mudar o cenário político, teremos sucesso".
Ao chegar ao Parlamento, Paisley cumprimentou Adams, como quem sempre se recusou a dialogar devido à ligação do Sinn Fein com o IRA (Exército Republicano Irlandês).
O grupo armado é apontado como responsável por cerca de 3.600 mortes durante 30 anos de conflito sectário na Irlanda do Norte.
Reino Unido
O ministro britânico para a Irlanda do Norte, Peter Hain, que assinou nesta terça-feira uma ordem transferindo o governo local de Londres a Belfast, elogiou a determinação dos líderes.
"Estamos no nascimento de um novo futuro democrático. (...) Acredito que ele irá durar, e que dará certo", afirmou ele. O novo governo da Irlanda do Norte terá poder sobre assuntos locais, mas Londres manterá a soberania sobre a Província.
O Reino Unido e a Irlanda pressionavam os partidos da Irlanda do Norte há anos para que entrassem em um acordo de divisão de poder, passo fundamental para a estabilização do país de 1,6 milhão de habitantes, que vive em divisão há décadas.
O premiê britânico, Tony Blair, e o premiê irlandês, Bertie Ahern, que guiaram o processo de paz na Irlanda do Norte da última década, estarão presentes na cerimônia de posse.
Blair, que planeja deixar o cargo de premiê nesta semana, vê o acordo de divisão de poder entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte como um dos principais méritos de seus dez anos à frente do governo britânico.
Em seu discurso, Blair afirmou que a Irlanda do Norte deixa para trás "séculos de conflito e ódio", e que o governo de divisão de Belfast é uma alternativa para "escapar" deste caminho.
Ahern afirmou que a paz na Irlanda do Norte não teria ocorrido "sem a determinação de Blair", e qualificou o premiê britânico de "verdadeiro amigo da Irlanda".
Com Efe e Associated Press
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