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08/05/2007 - 14h06

Protestos anti-Sarkozy continuam e socialistas pedem calma

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da Folha Online

Os episódios de violência que se seguiram à vitória do conservador Nicolas Sarkozy para a Presidência da França continuaram por mais uma noite na madrugada desta terça-feira, levando os socialistas, derrotados na eleição, a fazerem um apelo por calma hoje. Ainda assim, um novo protesto anti-Sarkozy estava marcado para ser realizado nas ruas de Paris na tarde de hoje (Paris está cinco horas à frente do horário de Brasília).

6.mai.2007/Reuters
Policiais e manifestantes se confrontam em Paris após vitória de Sarkozy em eleição
Policiais e manifestantes se confrontam em Paris após vitória de Sarkozy em eleição
Sarkozy venceu com 53% dos votos o segundo turno da eleição no último domingo, derrotando a socialista Ségolène Royal, que obteve 47% dos votos. Apesar de popular, as posições duras do conservador quanto a imigração e segurança geram oposição de setores da esquerda e descendentes de imigrantes, que ainda não se esqueceram das revoltas nos subúrbios de Paris em 2005.

Após sua vitória no domingo, 730 carros foram queimados em todo o país, e 592 pessoas foram presas, de acordo com dados da polícia. Na noite desta segunda-feira, centenas de pessoas se reuniram na praça da Bastilha, em Paris, quebrando janelas de lojas próximas e acendendo fogueiras nas ruas. A multidão foi dispersada pela polícia e cerca de cem manifestantes foram presos.

Em Nantes, no oeste da França, centenas de pessoas voltaram a se reunir na noite de ontem. Em confrontos isolados com a polícia, alguns manifestantes jogaram garrafas e pedras contra os oficiais, que responderam com gás lacrimogêneo e prenderam um número não divulgado de pessoas. Prédios públicos foram danificados e pequenos confrontos também aconteceram em Toulouse, no sul da França.

Apelo

Em resposta aos protestos, os socialistas fizeram hoje um apelo por calma. "A todos que podem me ouvir, peço que parem imediatamente com este comportamento", disse o líder do Partido Socialista, François Hollande, à rádio RTL nesta terça-feira.

"Somos uma república, onde o sufrágio universal é a única lei que conhecemos. Pode haver decepção, pode haver raiva, pode haver frustração. Mas a única maneira de reagir é voltar às urnas, não pegar em armas", completou Hollande.

Pouco antes do segundo turno, Royal fez uma advertência para a possibilidade de episódios violentos tomarem a França se Sarkozy ganhasse a eleição. Ainda assim, a vitória do candidato conservador confirmou a preferência que já vinha sendo apontada em todas as pesquisas de opinião.

Novo presidente

Durante a campanha, o conservador prometeu empreender a liberalização do mercado de trabalho, o aumento da jornada de 35 horas de trabalho semanais e a adoção de medidas mais duras contra o crime e no controle da imigração.

7.mai.2007/AP
O presidente eleito, Nicolas Sarkozy, deixa hotel em Paris
O presidente eleito, Nicolas Sarkozy, deixa hotel em Paris
No entanto, implementar as mudanças prometidas não será tarefa fácil. Sarkozy deve enfrentar resistência dos sindicatos e uniões trabalhistas devido a seus planos de reforma, que tornarão mais fácil a contratação e a demissão por parte das empresas.

François Fillon, assessor de Sarkozy, disse à rádio francesa que o presidente eleito deve permanecer fora da vida pública e de Paris por alguns dias, durante os quais irá organizar sua estratégia de governo.

Ele deve tomar posse em 16 de maio, e o novo governo será instalado em 19 ou 20 de maio.

Sarkozy já planejou a agenda dos seus cem dias de governo e pretende apresentar propostas de grandes reformas ao Parlamento francês em julho.

Entre as propostas, estariam a isenção de impostos sobre as horas extras, para incentivar os franceses a trabalharem mais, punições mais severas a criminosos reincidentes e critérios mais rígidos para os imigrantes que querem trazer a família para a a França.

Com France Presse

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