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17/05/2007 - 19h23

Exército de Israel entra em faixa de Gaza após ataques aéreos

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da Folha Online

Tanques e soldados da infantaria das Forças de Defesa de Israel avançaram na noite desta quinta-feira dentro da faixa de Gaza, informou nesta quinta-feira uma reportagem publicada pelo jornal israelense "Haaretz". Apesar de penetrar dezenas de metros dentro do território palestino, o Exército israelense descartou a organização de uma operação em larga escala em Gaza, segundo o jornal.

A invasão de Gaza por tropas israelenses, temida pela população e por organizações internacionais, se deu após a condução de vários ataques aéreos do Exército de Israel contra posições palestinas, que resultaram na morte de ao menos seis pessoas hoje. A faixa de Gaza vive atualmente sérios confrontos entre os grupos palestinos Fatah e Hamas, que acabaram envolvendo Israel.

Mohammed Saber/Efe
Tanque patrulha rua deserta; violência tirou moradores da Cidade de Gaza das ruas
Tanque patrulha rua deserta; violência tirou moradores da Cidade de Gaza das ruas
As tropas se posicionaram ao oeste da cidade israelense de Sderot, que foi atingida por vários foguetes palestinos nos últimos dias. O "Haaretz" afirmou que tanques israelenses também entraram em Gaza mais cedo hoje, no norte do território palestino.

Nesta quinta-feira, o porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Gaza disse em entrevista à Folha Online que a situação dos civis palestinos se deterioraria fortemente se a região sofresse uma invasão por parte de Israel.

"Se Israel invadir, a situação vai ficar mais severa e problemática. Os choques internos já foram muito difíceis para os civis palestinos nos últimos dias, e se os israelenses entrarem aqui vai ser um desastre", disse o porta-voz, Iyad Nasr.

Foguetes

A força aérea de Israel matou seis pessoas em quatro ataques aéreos contra alvos do grupo extremista palestino Hamas nesta quinta-feira. As ações israelenses agravam a crise de segurança em Gaza, em meio aos confrontos entre os rivais Hamas e Fatah.

Hatem Moussa/AP
Palestinos observam ruínas de prédio após ataque de Israel
Palestinos observam ruínas de prédio após ataque de Israel
A ofensiva de Israel é uma resposta aos mais de 50 foguetes vindos de Gaza que atingiram a cidade israelense de Sderot nos últimos três dias. Os ataques foram lançados depois que o país ameaçou dar uma "resposta severa" aos repetidos lançamentos de foguetes. "Já chega. Israel tomará as medidas necessárias para proteger seus cidadãos de foguetes lançados pelo Hamas", afirmou anteriormente Miri Eisin, porta-voz do premiê de Israel, Ehud Olmert.

Segundo o "Haaretz", cerca de 30 foguetes foram lançados por palestinos contra a região de Negev hoje, um dos quais destruiu uma escola na periferia de Sderot e deixou dois feridos.

Após os bombardeios aéreos do Exército, o Hamas ameaçou retomar as ações suicidas contra alvos de Israel.

"O inimigo sionista [Israel] lançou uma guerra aberta contra o Hamas. Por isso, nossas opções de represália estão abertas, e incluem as ações que exigem o auto-sacrifício", afirmou o porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Obeida. "Nós avisamos ao inimigo que volte imediatamente para sua base, porque nossos foguetes não pouparão nenhum deles".

Retirada

O temor dos ataques contínuos com foguetes contra Sderot levou o Ministério da Defesa de Israel a retirar 800 moradores de suas casas.

Yonathan Weitzman/Reuters
Policial israelense gesticula em frente a casa após ataque de foguete palestino em Sderot
Policial israelense gesticula em frente a casa após ataque de foguete palestino em Sderot
A retirada teve de ser interrompida na noite de hoje devido à falta de acomodações disponíveis paara atender a todos os moradores que desejavam sair da cidade.

Outros 1.600 moradores de Sderot, segundo o "Haaretz", conseguiram acomodações em quartos de hotel em Tel Aviv com o financiamento de instituições particulares.

Olmert se opôs à retirada de Sderot. Muitas famílias, no entanto, saíram da cidade por conta própria e foram para a casa de parentes ou amigos em outras cidades.

As escolas de Sderot permaneceram fechadas nesta quinta-feira pelo segundo dia consecutivo, ainda de acordo com o "Haaretz".

Hamas X Fatah

Mais de 50 pessoas já morreram desde sexta-feira (11), quando teve início a onda de violência entre os movimentos palestinos Hamas e Fatah em Gaza. Grande parte dos cerca de 1,5 milhão de moradores da faixa permanecem dentro de casa desde que os confrontos eclodiram nas ruas.

Mohammed Saber/Efe
Membro armado do Fatah exibe arma no centro da Cidade de Gaza; ações de Israel matam 6
Membro armado do Fatah exibe arma no centro da Cidade de Gaza; ações de Israel matam 6
A violência que atinge Gaza é a pior desde a formação do governo de coalizão, em fevereiro. A continuidade dos conflitos ameaça cada vez mais a existência do frágil governo de união, que iniciou suas atividades em março último. Um dos objetivos da aliança era justamente pôr um fim a meses de violência entre as facções, mas o acordo de unidade nunca resolveu uma área sensível: o controle das forças de segurança palestinas.

A atual onda de violência foi detonada na última semana, depois que o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, do Fatah, destacou milhares de policiais para deter uma série de crimes em Gaza. O destacamento não foi aprovado pelo Hamas, que reagiu se voltando contra as forças leais a Abbas.

A maioria dos 80 mil homens destacados na Cisjordânia e em Gaza são leais a Abbas. No ano passado, o Hamas montou a sua própria milícia, que conta com cerca de 6.000 integrantes.

Ataques

A escalada de ataques se intensificou ao longo dos últimos dias. Nesta quinta-feira, um tiroteio eclodiu durante o funeral de dois integrantes do Hamas, matando duas pessoas e ferindo 14.

Suhaib Salem/Reuters
Membro armado do Hamas vigia funeral de integrante do grupo
Membro armado do Hamas vigia funeral de integrante do grupo
Segundo testemunhas, membros do Hamas atiravam para o alto durante a procissão --o que é usual em funerais palestinos-- quando integrantes das forças de segurança ligadas ao Fatah, que estavam em cima de um prédio próximo, começaram a atirar.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, adiou nesta quinta-feira uma visita à faixa de Gaza e à Cisjordânia devido à onda de violência.

Funcionários de seu escritório afirmaram que a viagem foi adiada por ao menos um dia, sem detalhar uma nova data. "O motivo desta viagem é deter a violência", afirmou o assessor presidencial Saeb Erekat.

Segundo ele, as conversas serão focadas no plano de Abbas para dar fim aos confrontos. "Temos que preservar nossa sociedade e nossa paz interna. Sem isso, estamos perdidos".

Com "Haaretz", Associated Press e Reuters

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