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18/05/2007
-
08h40
da Folha Online
A força aérea de Israel lançou novos ataques aéreos contra alvos do grupo extremista palestino Hamas na manhã desta sexta-feira, um dia após o início da ofensiva militar em retaliação aos lançamentos de foguetes Qassam contra territórios israelenses.
Segundo fontes médicas palestinas, citadas pela rede de TV americana CNN, os ataques de Israel mataram ao menos 11 pessoas desde esta quinta-feira --seis delas ontem e mais cinco durante a madrugada de hoje.
Entre os ataques de hoje está o lançamento de mísseis contra uma estrutura do Hamas que servia de proteção para um túnel, segundo o Exército de Israel.
Ao menos oito foguetes Qassam caíram na região de Sderot, no sul de Israel, na manhã desta sexta-feira, ferindo uma pessoa, segundo fontes israelenses. Desde o início desta semanas, mais de cem foguetes foram lançadas de Gaza contra Israel.
Os ataques foram lançados nesta quinta-feira, depois que o país ameaçou dar uma "resposta severa" aos repetidos lançamentos de foguetes.
"Já chega. Israel tomará as medidas necessárias para proteger seus cidadãos de foguetes lançados pelo Hamas", afirmou ontem Miri Eisin, porta-voz do premiê de Israel, Ehud Olmert.
Após o início dos bombardeios aéreos, o Hamas ameaçou retomar as ações suicidas contra alvos de Israel.
"O inimigo sionista [Israel] lançou uma guerra aberta contra o Hamas. Por isso, nossas opções de represália estão abertas, e incluem as ações que exigem o auto-sacrifício", afirmou o porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Obeida. "Nós avisamos ao inimigo que volte imediatamente para sua base, porque nossos foguetes não pouparão nenhum deles".
"Mensagem"
A ministra israelense de Relações Exteriores, Tzipi Livni, disse que os palestinos "causaram" os ataques aéreos contra si mesmos.
"É preciso mandar uma mensagem aos palestinos, a de que o terror tem um preço. O governo palestino divide a responsabilidade pelas ações agressivas, já que não as controla".
O ministro palestinos da Informação, Mustapha Barghouti, disse que os palestinos estão "muito bravos" com o fato de "os israelenses tentaram tirar vantagem da disputa interna".
"Israel decidiu escalar a violência, e isso pode ser desatroso", afirmou ele.
Em visita a Sderot, perto da fronteira com Gaza, o premiê israelense, Ehud Olmert, prometeu manter a pressão para que os palestinos cessem os lançamentos de foguetes.
"Estou lidando com esta crise para demover a ameaça a vocês", disse ele à população. "O governo fará tudo o que for certo para vocês e para a segurança do Estado de Israel", disse.
Tanques
Na noite de ontem, tanques e soldados da infantaria das Forças de Defesa de Israel avançaram dentro da faixa de Gaza, mas o Exército israelense descartou a organização de uma operação militar em larga escala em Gaza, segundo o jornal "Haaretz".
As tropas se posicionaram a oeste de Sderot, cidade atingida por vários foguetes lançados por grupos palestinos nos últimos dias.
Nesta quinta-feira, o porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Gaza disse em entrevista à Folha Online que a situação dos civis palestinos se deterioraria fortemente se a região sofresse uma invasão por parte de Israel.
"Se Israel invadir, a situação vai ficar mais severa e problemática. Os choques internos já foram muito difíceis para os civis palestinos nos últimos dias, e se os israelenses entrarem aqui vai ser um desastre", disse o porta-voz, Iyad Nasr.
Hamas X Fatah
Mais de 50 pessoas já morreram desde sexta-feira (11), quando teve início a onda de violência entre os movimentos palestinos Hamas e Fatah em Gaza. Grande parte dos cerca de 1,5 milhão de moradores da faixa permanecem dentro de casa desde que os confrontos eclodiram nas ruas.
A violência que atinge Gaza é a pior desde a formação do governo de coalizão, em fevereiro.
A continuidade dos conflitos ameaça cada vez mais a existência do frágil governo de união, que iniciou suas atividades em março último. Um dos objetivos da aliança era justamente pôr um fim a meses de violência entre as facções, mas o acordo de unidade nunca resolveu uma área sensível: o controle das forças de segurança palestinas.
A atual onda de violência foi detonada na última semana, depois que o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, do Fatah, destacou milhares de policiais para deter uma série de crimes em Gaza. O destacamento não foi aprovado pelo Hamas, que reagiu se voltando contra as forças leais a Abbas.
A maioria dos 80 mil homens destacados na Cisjordânia e em Gaza são leais a Abbas. No ano passado, o Hamas montou a sua própria milícia, que conta com cerca de 6.000 integrantes.
Ataques
A escalada de ataques se intensificou ao longo dos últimos dias. Nesta quinta-feira, um tiroteio eclodiu durante o funeral de dois integrantes do Hamas, matando duas pessoas e ferindo 14.
Segundo testemunhas, membros do Hamas atiravam para o alto durante a procissão --o que é usual em funerais palestinos-- quando integrantes das forças de segurança ligadas ao Fatah, que estavam em cima de um prédio próximo, começaram a atirar.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, adiou nesta quinta-feira uma visita à faixa de Gaza e à Cisjordânia devido à onda de violência.
Funcionários de seu escritório afirmaram que a viagem foi adiada por ao menos um dia, sem detalhar uma nova data. "O motivo desta viagem é deter a violência", afirmou o assessor presidencial Saeb Erekat.
Segundo ele, as conversas serão focadas no plano de Abbas para dar fim aos confrontos. "Temos que preservar nossa sociedade e nossa paz interna. Sem isso, estamos perdidos".
Com "Haaretz", Associated Press e Reuters
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Israel realiza novos ataques aéreos contra alvos do Hamas em Gaza
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A força aérea de Israel lançou novos ataques aéreos contra alvos do grupo extremista palestino Hamas na manhã desta sexta-feira, um dia após o início da ofensiva militar em retaliação aos lançamentos de foguetes Qassam contra territórios israelenses.
Segundo fontes médicas palestinas, citadas pela rede de TV americana CNN, os ataques de Israel mataram ao menos 11 pessoas desde esta quinta-feira --seis delas ontem e mais cinco durante a madrugada de hoje.
Entre os ataques de hoje está o lançamento de mísseis contra uma estrutura do Hamas que servia de proteção para um túnel, segundo o Exército de Israel.
Hatem Moussa/AP |
Palestinos se reúnem em frente a prédio do Hamas atacado em Gaza |
Os ataques foram lançados nesta quinta-feira, depois que o país ameaçou dar uma "resposta severa" aos repetidos lançamentos de foguetes.
"Já chega. Israel tomará as medidas necessárias para proteger seus cidadãos de foguetes lançados pelo Hamas", afirmou ontem Miri Eisin, porta-voz do premiê de Israel, Ehud Olmert.
Após o início dos bombardeios aéreos, o Hamas ameaçou retomar as ações suicidas contra alvos de Israel.
"O inimigo sionista [Israel] lançou uma guerra aberta contra o Hamas. Por isso, nossas opções de represália estão abertas, e incluem as ações que exigem o auto-sacrifício", afirmou o porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Obeida. "Nós avisamos ao inimigo que volte imediatamente para sua base, porque nossos foguetes não pouparão nenhum deles".
"Mensagem"
A ministra israelense de Relações Exteriores, Tzipi Livni, disse que os palestinos "causaram" os ataques aéreos contra si mesmos.
Sebastian Scheiner/AP |
Israelense observa estragos causados por foguete em Sderot |
O ministro palestinos da Informação, Mustapha Barghouti, disse que os palestinos estão "muito bravos" com o fato de "os israelenses tentaram tirar vantagem da disputa interna".
"Israel decidiu escalar a violência, e isso pode ser desatroso", afirmou ele.
Em visita a Sderot, perto da fronteira com Gaza, o premiê israelense, Ehud Olmert, prometeu manter a pressão para que os palestinos cessem os lançamentos de foguetes.
"Estou lidando com esta crise para demover a ameaça a vocês", disse ele à população. "O governo fará tudo o que for certo para vocês e para a segurança do Estado de Israel", disse.
Tanques
Na noite de ontem, tanques e soldados da infantaria das Forças de Defesa de Israel avançaram dentro da faixa de Gaza, mas o Exército israelense descartou a organização de uma operação militar em larga escala em Gaza, segundo o jornal "Haaretz".
Jim Hollander/EFE |
Tanque israelense patrulha fronteira norte da faixa de Gaza; ações aéreas mataram cinco hoje |
Nesta quinta-feira, o porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha em Gaza disse em entrevista à Folha Online que a situação dos civis palestinos se deterioraria fortemente se a região sofresse uma invasão por parte de Israel.
"Se Israel invadir, a situação vai ficar mais severa e problemática. Os choques internos já foram muito difíceis para os civis palestinos nos últimos dias, e se os israelenses entrarem aqui vai ser um desastre", disse o porta-voz, Iyad Nasr.
Hamas X Fatah
Mais de 50 pessoas já morreram desde sexta-feira (11), quando teve início a onda de violência entre os movimentos palestinos Hamas e Fatah em Gaza. Grande parte dos cerca de 1,5 milhão de moradores da faixa permanecem dentro de casa desde que os confrontos eclodiram nas ruas.
A violência que atinge Gaza é a pior desde a formação do governo de coalizão, em fevereiro.
A continuidade dos conflitos ameaça cada vez mais a existência do frágil governo de união, que iniciou suas atividades em março último. Um dos objetivos da aliança era justamente pôr um fim a meses de violência entre as facções, mas o acordo de unidade nunca resolveu uma área sensível: o controle das forças de segurança palestinas.
A atual onda de violência foi detonada na última semana, depois que o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, do Fatah, destacou milhares de policiais para deter uma série de crimes em Gaza. O destacamento não foi aprovado pelo Hamas, que reagiu se voltando contra as forças leais a Abbas.
A maioria dos 80 mil homens destacados na Cisjordânia e em Gaza são leais a Abbas. No ano passado, o Hamas montou a sua própria milícia, que conta com cerca de 6.000 integrantes.
Ataques
A escalada de ataques se intensificou ao longo dos últimos dias. Nesta quinta-feira, um tiroteio eclodiu durante o funeral de dois integrantes do Hamas, matando duas pessoas e ferindo 14.
Segundo testemunhas, membros do Hamas atiravam para o alto durante a procissão --o que é usual em funerais palestinos-- quando integrantes das forças de segurança ligadas ao Fatah, que estavam em cima de um prédio próximo, começaram a atirar.
O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, adiou nesta quinta-feira uma visita à faixa de Gaza e à Cisjordânia devido à onda de violência.
Funcionários de seu escritório afirmaram que a viagem foi adiada por ao menos um dia, sem detalhar uma nova data. "O motivo desta viagem é deter a violência", afirmou o assessor presidencial Saeb Erekat.
Segundo ele, as conversas serão focadas no plano de Abbas para dar fim aos confrontos. "Temos que preservar nossa sociedade e nossa paz interna. Sem isso, estamos perdidos".
Com "Haaretz", Associated Press e Reuters
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