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Premiê britânico diz que quer "boa relação" com a Rússia
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da Folha Online
O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, afirmou nesta segunda-feira que o Reino Unido quer boas relações com a Rússia, mas ressaltou que Moscou precisa ajudar as autoridades britânicas que solicitaram a extradição de Andrei Lugovoi, principal suspeito do assassinato do ex-espião russo Alexander Litvinenko, morto por envenenamento em Londres no ano passado.
11.mai.2007 /Reuters |
Premiê britânico, Gordon Brown afirma que quer "a melhor relação possível" com a Rússia |
"Queremos a melhor relação possível com a Rússia", afirmou Brown em entrevista coletiva em Berlim. "Quando ocorre um assassinato, quando um número de civis inocentes é posto em risco... quando uma autoridade legal independente deixa absolutamente claro qual é o interesse da Justiça e não há a cooperação esperada, então é preciso tomar uma atitude."
O chanceler britânico, David Miliband, anunciou nesta segunda-feira a expulsão dos diplomatas da embaixada russa em Londres. Moscou advertiu que a medida poderia prejudicar seriamente as relações entre os países.
Além das expulsões --as primeiras desde 1996--, o Reino Unido afirmou que dificultaria a entrada de autoridades russas no país e que iria rever a cooperação com o Kremlin em outros assuntos. Também alertou que o caso poderia prejudicar as relações da Rússia com a União Européia (UE) como um todo.
O chanceler britânico afirmou que a decisão pretende "enviar um sinal claro" ao governo russo sobre "a seriedade do caso", e acrescentou estar muito satisfeito com o forte apoio da UE.
O caso Litvinenko
10.mai.2002/AP |
O ex-espião russo Alexander Litvinenko, morto em Londres |
Ex-espião do Serviço Federal de Segurança (antigo KGB) e naturalizado britânico, Litvinenko morreu em 23 de novembro de 2006 no hospital University College de Londres, envenenado com polônio-210 --substância altamente radioativa. O ex-agente havia ficado doente em 1º de novembro, dia em que se reuniu com Lugovoi e outro russo, Dmitry Kovtun, no Hotel Millennium, na capital britânica.
Em carta divulgada após sua morte, Litvinenko acusou o Kremlin de estar por trás de seu assassinato, pois ele havia envolvido os serviços secretos russos em uma série de explosões causadas em um edifício de Moscou em 1999 para ajudar Vladimir Putin chegar à Presidência.
Reação russa
O Kremlin prometeu nesta segunda-feira reagir à decisão britânica de expulsar os quatro diplomatas russos de Londres. "Eles devem entender bem em Londres que as medidas provocativas tomadas pelas autoridades britânicas não ficarão sem resposta e não deixarão de produzir as mais sérias conseqüências para as relações entre Rússia e Reino Unido", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Mikhail Kamynin.
Em declarações à TV pública nesta segunda-feira, o porta-voz da chancelaria russa classificou a decisão britânica de expulsar os quatro diplomatas russos de Londres como "imoral" e "manobra para politizar o caso Litvinenko".
Mikhail Kamynin afirmou que o governo britânico estava tentando justificar sua própria recusa de extraditar dois importantes adversários do Kremlin asilados no Reino Unido, o bilionário Boris Berezovsky e o líder separatista tchetcheno Akhmed Zakayev.
"A impressão que dá é que com tais ações, eles estão tentando justificar, aos olhos do público no mundo, sua negativa de trabalhar com os órgãos legais russos na questão da extradição para a Rússia de Berezovsky e Zakayev", disse Kamynin.
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Com Reuters e Efe
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