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Ataques suicidas se espalham no Paquistão; governo pede unidade
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da Folha Online
A violência no Paquistão se espalhou a partir do conturbado noroeste até o sul do país nesta quinta-feira, quando um terrorista suicida se explodiu em frente a um comboio de trabalhadores chineses, matando 29 pessoas. Ao todo, ao menos 36 pessoas morreram em explosões suicidas hoje, em meio a apelos do governo por unidade na luta contra o terrorismo.
O presidente do país, general Pervez Musharraf, pediu ajuda à população para combater extremistas islâmicos que detonaram a mais recente onda de violência no Paquistão. A violência é aparentemente em resposta à invasão da Mesquita Vermelha em Islamabad.
Athar Hussain/Reuters |
Explosão de bomba mata ao menos 29 e deixa lojas destruídas em Hub, no sul |
O cerco de uma semana e a invasão da mesquita pelo Exército deixaram ao menos 108 mortos, a maioria extremistas. A mesquita é tida como bastião de radicais que se opõe ao presidente do país e defendem a implantação da lei islâmica.
O ataque na cidade de Hub, no sul, que supostamente tinha como alvo engenheiros e técnicos chineses, foi o pior dos dois atentados com carros-bomba perpetrados hoje. Oficiais afirmam que um comboio escoltado por policiais estava passando por um bazar na cidade, na Província de Baluquistão, quando um carro explodiu na área.
A van com sete policiais da escolta foi atingida e não houve sobreviventes. Outras 22 pessoas que estavam próximas ao local também morreram, e cerca de 30 ficaram feridas. Várias lojas e veículos que também estava na região foram destruídos pela explosão. Os chineses escaparam ilesos.
O segundo ataque, no conturbado noroeste do país, deixou sete mortos em Hangu, a 70 km de Peshawar. Entre os mortos há um policial. O atentado ocorreu quando um carro-bomba explodiu em frente a um centro que treinava centenas de novos recrutas.
Violência generalizada
Ataques suicidas, explosões de bombas e tiroteios, além do sangrento cerco à Mesquita Vermelha, já deixaram mais de 270 pessoas mortas no Paquistão em julho.
17.jul.2007/AP |
Paquistanês observa veículo de segurança derrubado por atentado ontem; violência cresce |
Criticado pelos Estados Unidos, atuais aliados, e pelos islâmicos paquistaneses, Musharraf tentou hoje conquistar apoio ao governo. "Temos que levar o país para a frente, e com atividades extremistas todos as nossas conquistas econômicas dos últimos anos serão destruídas", disse ele a um grupo de estudantes hoje em Islamabad.
Ele fez um apelo para que o país se una contra "uns poucos elementos mal orientados que matam seus colegas muçulmanos".
Ontem, o presidente disse que não tem intenção de declarar estado de emergência no país por causa da insegurança crescente, e deu garantias de que as eleições marcadas para este ano serão realizadas como planejado.
Terrorismo
Enquanto a violência contra forças de segurança paquistanesas aumenta, guerrilheiros pró-Taleban abandonaram um pacto de paz de dez meses no Waziristan Norte, elevando temores de novos confrontos no noroeste.
18.jul.2007/Efe |
Paramilitar paquistanês vigia passagem de Chaman; Musharraf rejeitou avaliação dos EUA |
Ontem, o Paquistão rejeitou a afirmação dos mais altos oficiais de contraterrorismo do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, de que a estratégia para lutar contra a rede terrorista Al Qaeda no país fracassou. O relatório afirma que a Al Qaeda está se reagrupando no noroeste do Paquistão, mas o governo do presidente paquistanês, Pervez Musharraf, defende que não há provas que corroborem a avaliação.
"Agiríamos firmemente para eliminar quaisquer esconderijos da Al Qaeda com base em informações de inteligência específicas", afirmou o Ministério das Relações Exteriores do Paquistão em um comunicado.
"Não ajuda nada fazer afirmações sobre a presença ou recrudescimento da Al Qaeda em regiões de fronteiras do Paquistão. O que é necessário é o compartilhamento de informações de inteligência concretas", completa o texto.
O relatório de Estimativas de Inteligência Nacional, elaborado por 16 agências de espionagem do governo americano, afirma que o controle cada vez menor do governo sobre o território do Paquistão oferece a terroristas um esconderijo confortável para planejar ataques contra os EUA.
O relatório foi preparado para o presidente dos EUA, George W. Bush, e outros políticos. O texto afirma que o acordo de paz entre o governo e líderes tribais na região do Waziristan Norte ajudou a Al Qaeda a organizar campos para treinamento, melhorar suas comunicações internacionais e aumentar suas operações.
Além de rejeitar o relatório, o Paquistão disse ainda que não permitirá que forças de segurança estrangeiras persigam radicais em seu território. "Esta é a base de nossa cooperação. Destacamos tropas e estabelecemos postos de checagem de segurança. Quaisquer outras ações que precisam ser tomadas contra elementos terroristas serão tomadas", disse o comunicado.
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Com Reuters e Associated press
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