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Explosão perto de mesquita no Paquistão deixa 13 mortos
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da Folha Online
Aumentou para ao menos 13 mortos e 50 feridos o número de vítimas em um ataque suicida nesta sexta-feira em um hotel a cerca de 500 metros da radical Mesquita Vermelha de Islamabad (Paquistão), informaram as autoridades, alertando que não descartam novos atentados.
Khalid Pervez, alto administrador da cidade, afirmou que as autoridades tinham a informação de que mais homens-bomba haviam entrado furtivamente em Islamabad. "Tomamos todas as precauções, mas mesmo assim esse incidente infeliz aconteceu. Ataques como esse não podem ser descartados no futuro também", disse Pervez.
O Paquistão enfrenta uma onda de atentados suicidas que já mataram mais de 180 pessoas desde o cerco e invasão da Mesquita Vermelha pelo Exército, há mais de duas semanas.
A explosão ocorreu no mesmo dia em que centenas de estudantes e fiéis islâmicos invadiram a Mesquita Vermelha para exigir a volta de um clérigo radical afastado pelo governo.
Anjum Naveed/AP |
Policial ferido recebe ajuda após explosão perto da Mesquita Vermelha |
Amir Mehmood, uma testemunha, afirmou que a explosão ocorreu dentro do hotel Muzaffar, em uma área comercial a cerca de 550 metros da Mesquita Vermelha. Ao menos 43 pessoas ficaram feridas, segundo Pervez, e entre os mortos há sete policiais.
"A polícia é o alvo dos ataques", disse Kamal Shah, secretário do Interior, que afirmou também que ação pretendia vingar a tomada da Mesquita Vermelha. Segundo ele, dos 13 mortos no ataque desta sexta-feira, sete eram policiais.
Até o momento, não foi estabelecida oficialmente uma ligação entre o novo protesto na Mesquita Vermelha e a explosão, mas a tensão cresce na região. A polícia já lançou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os muçulmanos reunidos na mesquita.
A multidão de fiéis expulsou um clérigo apontado pelas autoridades governamentais para ocupar o lugar do antigo líder Abdul Aziz. Forças de segurança se concentram perto da mesquita, elevando o temor de novos confrontos. Os manifestantes ergueram bandeiras negras e subiram para o telhado da mesquita.
Aziz, que os islâmicos querem trazer de volta para a mesquita, está atualmente detido pelo governo. Ele liderou muçulmanos que protestavam contra o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, durante a maior parte do cerco e a invasão da Mesquita Vermelha.
Radicais
Vários manifestantes choraram ao entrar nas ruínas de um seminário local para meninas que foi demolido por autoridades nesta semana.
B.K.Bangash/AP |
Muçulmanos choram ao entrar na Mesquita Vermelha, em Islamabad (Paquistão) |
Os radicais da mesquita haviam usado o seminário para resistir às forças governamentais durante o cerco.
A multidão também manifestou seu apoio ao ex-líder da mesquita, Abdul Rashid Ghazi, irmão de Aziz, que liderou o protesto no início do mês até ser morto por forças de segurança. "Ghazi, seu sangue irá nos levar à revolução", gritavam os manifestantes hoje.
Khalid Pervez, disse que forças policiais não queriam entrar na mesquita por temor de que seja detonada uma nova onda de confrontos. Ele afirmou que os policiais estão cercando o local e mantendo a situação sob controle.
Mesquita
Os radicais da Mesquita Vermelha são acusados de apoiarem o movimento radical afegão Taleban e de tentarem estabelecer no Paquistão um regime similar ao que o grupo tinha no Afeganistão antes da invasão americana, em 2001.
arquivo/AP |
Foto aérea mostra complexo da Mesquita Vermelha sob ataque das forças militares |
Eles se opõe também à aliança entre o presidente Musharraf e os Estados Unidos na chamada guerra contra o terror mundial.
A invasão do Exército começou na madrugada do dia 10 de julho, após uma semana de cerco, e terminou cerca de 35 horas depois. O total de mortos é de 108 em oito dias de confrontos.
Os confrontos na Mesquita Vermelha em Islamabad foram resultado de meses de tensão entre governo e radicais da mesquita, que realizavam uma "campanha pela moralização" para pressionar pela aplicação da lei islâmica no Paquistão.
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Com Reuters, Associated Press e Efe
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