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27/08/2007 - 20h32

Incêndios provocam 63 mortes e disputa política na Grécia

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da Folha Online

No quinto dia de incêndios na Grécia que provocaram a morte de 63 pessoas, partidos de oposição acusaram o governo nesta segunda-feira de incompetência ao lidar com a crise. As próximas eleições na Grécia ocorrem no dia 16 de setembro. O governo rejeitou a possibilidade de adiamento da data devido aos incêndios.

O primeiro-ministro da Grécia, Costas Karamanlis, reagiu às críticas ao culpar incendiários.

Nikolas Giakoumidis/Ap
Bombeiros tentam combater chamas em Andritsena, na península do Peloponeso
Bombeiros tentam combater chamas em Andritsena, na península do Peloponeso

"Não pode ser um acidente", afirmou Theodore Roussopoulos, porta-voz do governo hoje. O governo ofereceu uma recompensa de até US$ 1,4 milhão (R$ 2,7 milhões) para quem tiver informações de incendiários.

O partido de oposição, Pasok, o socialista grego, informou que a posição do governo era uma desculpa para sua própria fraqueza.

"O governo provou ser totalmente incompetente, incapaz de lidar com a crise, como todas as outras crises encontradas nestes quatro anos de administração", afirmou o líder do Pasok, George Papandreou.

Cerca de 2.000 manifestantes marcharam até o Parlamento gritando: "Abaixo o governo".

Para buscar pessoas em vilarejos, helicópteros tiveram de entrar em ação hoje. Com o fogo se alastrando as fortes cinzas, alguns habitantes ficaram impedidos de sair de suas localidades por terra devido ao incêndio.

Investigação

Autoridades gregas ordenaram a abertura de uma investigação sobre as causas do incêndio florestal e analisam se a ação pode ser considerada um ato terrorista, informou o Ministério de Ordem Pública da Grécia nesta segunda-feira. As autoridades trabalham com a hipótese de incêndio criminoso.

Petros Giannakouris/Ap
Angeliki Skoutsouri teve sua casa consumida pelas chamas na pequena cidade de Livadaki
Angeliki Skoutsouri teve sua casa consumida pelas chamas na pequena cidade de Livadaki

Dimitris Papangelopoulos --que é responsável pelo departamento que investiga atos terroristas e crime organizado-- informou em um comunicado que autoridades gregas analisam se a ação pode ser enquadrada na lei antiterrorista do país. Caso isso aconteça, as autoridades terão poderes mais amplos de investigação e detenções.

A investigação também visa estabelecer as identidades dos responsáveis pelo incêndio.

"Tantos focos de incêndio tendo início ao mesmo tempo em tantas partes do país não podem ser uma coincidência", afirmou o premiê Costas Karamanlis em um discurso no sábado (25).

"O Estado fará todo o possível para identificar os responsáveis e puni-los", acrescentou.

Várias pessoas foram detidas sob suspeita de ligação com o incêndio.

Um homem foi acusado de homicídio em conexão com um foco iniciado na cidade de Areopolis na sexta-feira (24), que matou seis pessoas.

Neste domingo, o ministro de Ordem Pública, Vyron Polydoras, sugeriu que o incêndio faria parte de um "plano deliberado".

"Nós tivemos algumas prisões e testemunhos que serão incluídos nas investigações. Nós podemos dizer que se trata de uma ameaça que não podemos medir", afirmou. Segundo ele, o fato de muitos focos terem surgido durante a madrugada, de forma simultânea e em locais onde motoristas e ciclistas "geralmente não chegam", leva à essa conclusão.

Fogo

Focos de incêndio se espalharam por vilas, florestas e propriedades rurais nos últimos três dias, deixando um rastro de terra queimada, casas destruídas e carcaças de animais carbonizados.

27.ago.2007/Nasa/Reuters
Imagem de satélite tirada neste domingo mostra a fumaça saindo de incêndios na Grécia
Imagem de satélite tirada neste domingo mostra a fumaça saindo de incêndios na Grécia

"Os incêndios estão se propagando por mais de metade do país. Esta é uma tragédia sem precedentes na Grécia", disse neste domingo o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Nikos Diamandis.

Mais de 800 bombeiros gregos, ajudados por dezenas de colegas vindos de outros países, assim como 20 aviões e 19 helicópteros, lutavam contra as chamas no Peloponeso e em Phiotida, no centro do país, tentando apagar os novos focos iniciados no domingo. O governo grego decretou no sábado (25) três dias de luto nacional e estado de emergência no país.

As chamas chegaram a poucos metros da chamada Antiga Olímpia, nos muros do museu e do sítio arqueológico. Helicópteros e aeronaves cobriram as ruínas milenares com água e espuma. "Os bombeiros lutaram uma batalha na Olímpia Antiga e venceram", disse Diamandis.

Desespero

"O fogo está ao redor de nossa vila e nada foi feito. Estamos por nossa conta", afirmou um morador da vila de Frixa, a mais atingida do Peloponeso, à rede de TV Antenna.

Uma mulher da vila de Porthyo fez outro apelo às autoridades. "A vila está cercada e estamos presos. Por favor, ajudem. Tenho pessoas idosas em casa e não tenho como removê-las".

Vários países prometeram enviar ajuda à Grécia. Aviões da França, da Espanha e da Itália já participam das operações, assim como bombeiros do Chipre, da Franca e de Israel.

Outros dez países devem começar a enviar ajuda nesta segunda-feira.

Com Reuters e Associated Press

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