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Scotland Yard defende ação que resultou em morte de Jean Charles
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da Efe, em Londres
da Folha Online
Um alto funcionário da Scotland Yard [Polícia Metropolitana] defendeu nesta quarta-feira a operação de vigilância feita no dia em que o brasileiro Jean Charles de Menezes, 27, foi morto e assegurou que a corporação fez o possível para enfrentar a ameaça terrorista.
No julgamento que a Scotland Yard enfrenta em relação ao caso de Jean Charles, o chefe da operação de vigilância da polícia, John Mcdowell, disse que "sempre pensa" em que outras táticas poderiam ter sido utilizadas para evitar um incidente trágico.
Facundo Elarriz/EFE |
Altar improvisado com foto de Jean Charles na estação de metrô Stockwell, em Londres |
Menezes foi morto a tiros em 22 de julho de 2005 ano por agentes da brigada antiterrorista da Scotland Yard na estação de metrô de Stockwell, no sul de Londres.
Os policiais supostamente o confundiram com um dos autores dos ataques fracassados de cerca de duas semanas antes contra três estações de metrô e um ônibus.
As tentativas seguiram os atentados cometidos duas semanas antes na capital britânica, que deixaram 52 mortos e mais de 700 feridos.
Mcdowell era o responsável por uma operação da polícia que vigiava um bloco de apartamentos no sul de Londres, onde se acreditava que vivia o terrorista Hussain Osman, um dos envolvidos nos ataques fracassados de 21 de julho de 2005 contra a capital britânica.
Nesse momento, as forças de segurança trabalhavam sob tensão para proteger a população de uma clara ameaça terrorista, e em meio a "circunstâncias difíceis", afirmou Mcdowell.
"Desde então pensei constantemente em que outras possíveis táticas ou estratégias estavam disponíveis devido ao resultado de circunstâncias trágicas", acrescentou. "Meu ponto de vista é que fizemos o possível naquela manhã para acabar com o que era claramente uma ameaça contra a população, em circunstâncias muito difíceis", disse o chefe da operação policial.
Processo
A Scotland Yard é processada por crimes contra a lei de Segurança e Higiene no Trabalho, de 1974, que obriga as forças de segurança a velar pela integridade inclusive daqueles que não são seus funcionários.
O julgamento contra as forças de segurança deverá durar mais de quatro semanas.
A Promotoria britânica decidiu no ano passado exonerar os agentes envolvidos no incidente e processar toda a instituição por crimes contra a Lei de Segurança e Higiene no Trabalho.
Os atentados fracassados de 21 de julho de 2005 não deixaram nenhuma pessoa ferida, pois apenas os detonadores explodiram, e não as bombas.
O ataque, no entanto, tinha como objetivo imitar o que foi cometido em 7 de julho de 2005 contra a rede de transportes de Londres, que deixou 56 mortos, incluindo os quatro terroristas suicidas.
Erro
Ontem, o advogado de defesa da Scotland Yard disse que a morte do brasileiro foi um "erro mas não um crime". "Um erro grave foi cometido ao atirar contra ele, mas, em nosso ponto de vista, nem todo erro é um crime", disse o advogado de defesa Ronald Thwaites.
"A Promotoria tenta ditar como e quando a polícia deve agir", disse ele, acrescentando que, à época, a polícia agia sob um período de "insegurança extrema".
John McDowell, que era o coordenador das investigações de terrorismo na época, disse que a polícia temia que os realizadores do ataque frustrado do dia 21 de julho voltassem a agir.
A polícia passou a vigiar o condomínio onde Menezes morava após achar um documento de Hussain Osman, um dos realizadores dos ataques frustrados, apontando o endereço.
Para demonstrar as dificuldades enfrentadas pela polícia para identificar o terrorista, Thwaites mostrou ao júri uma montagem da foto de Osman com a de Menezes.
Inocentados
Um relatório públicado neste ano revelou atrasos e problemas de comunicação com rádio. De acordo com o documento, houve confusão sobre se Menezes era apenas um suspeito ou se havia ordens expressas para atirar contra ele.
Os policiais de baixa hierarquia envolvidos no episódio foram inocentados de inquérito.
Em fevereiro deste ano, uma das oficiais que supervisionava a operação, Cressida Dick, foi promovida ao quarto cargo mais alto da Scotland Yard.
Ian Blair, comissário-chefe da Polícia Metropolitana de Londres (Met), se recusou a renunciar ao cargo, mesmo após as fortes críticas da diretoria da corporação por sua condução no caso que resultou na morte do brasileiro.
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primeiro: o cara era ilegal... e aí acabou!!!
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A Inglaterra cometeu um papelão tão ridículo que fica difícil argumentar. O caso de Jean Charles é uma grande vergonha para uma das polícias com o maior ego do mundo, a britânica. É, ego misturado com racismo não vence o terrorismo internacional.
Compreendo o cansaço do pai de Jean com isso tudo,
certamente ele agora quer ser deixado em paz.
O que fica é a vergonha para os ingleses.
Enquanto em filmes hollywoodianos o James Bond salva o mundo, na vida real Mister Blair e seu sucessor Brown afundam tudo.
Onde está a "eficiência britânica"? Seus "valores civilizados"? 7 tiros na cabeça? Pelas costas? Sobre a "civilidade" britânica os indianos tem muito a dizer, assim como a família de Jean Charles.P.S: Sobre as questões coloniais levantadas pela Ellen, quem tiver interesse leia "Holocaustos Coloniais" de Mike Davis.
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