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28/03/2008 - 13h22

Proposta para libertação de Betancourt é um passo adiante, diz ex-marido

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da Efe, em Paris

O ex-marido de Ingrid Betancourt, Fabrice Delloye, se mostrou nesta sexta-feira (28) esperançoso com a intenção do governo da Colômbia de soltar guerrilheiros detidos em troca da libertação de reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

"A proposta do governo colombiano é um passo adiante, mas há muitos pontos confusos que devem ser esclarecidos. O governo de Uribe nos proporcionou tantas coisas ruins no passado, que desconfiamos", disse Delloye.

Para ele, o fato de Bogotá se referir especificamente ao caso de Betancourt "é um sinal positivo", e mostra que o governo compreende sua situação extrema.

O ex-marido da antiga candidata presidencial colombiana, seqüestrada em fevereiro de 2002, assinalou que, o decreto assinado ontem à noite por Uribe, autorizando a libertação de guerrilheiros em troca dos reféns, "contém muitas condições que as Farc já disseram no passado que não aceitariam".

Ele se referiu, em particular, ao ponto que proíbe os libertados de voltarem a cometer qualquer tipo de crime, algo que, segundo ele, "as Farc não aceitarão jamais".

Estado de saúde

Uribe assinou esse decreto depois que o defensor público colombiano Vólmar Pérez alertou para a deterioração do estado de saúde de Betancourt. Segundo seu relato, a ex-candidata presidencial, que também tem nacionalidade francesa, foi atendida no final do mês passado, em um centro médico do departamento de Guaviare.

Apesar do avanço representado pelo decreto, Delloye insistiu que, caso não seja levado à frente, pode ficar apenas "como um grande gesto sem nenhuma conseqüência".

"Tememos que Uribe queira usar politicamente este gesto, porque sabe que Ingrid está mal, e não quer arcar com a responsabilidade de sua morte", assegurou.

"Nós acreditamos que a solução continua passando pela troca humanitária, e o governo ainda não disse quais são suas condições para essa troca", disse Delloye, pai dos dois filhos de Betancourt.

Ele afirmou que o alto comissário colombiano para a Paz, Luis Carlos Restrepo, não esclareceu se aceita a desmilitarização dos municípios de Pradera e Florida, reivindicada pelas Farc, e nem em quais condições.

"Devem dizer se querem que haja uma força internacional de interposição e ser mais específicos sobre o acordo humanitário. Caso contrário, tudo não passará de palavras ao vento", afirmou.

Delloye assegurou que o diálogo entre Bogotá e as Farc é muito complexo, sobretudo após a morte, no Equador, do número dois da guerrilha, conhecido como Raúl Reyes, até então responsável pelas negociações.

O ex-marido de Betancourt pediu à comunidade internacional que pressione Uribe para que aceite o acordo humanitário de forma urgente, "pois a situação é extremamente grave".

Ele indicou que, segundo suas informações, é difícil que Betancourt tenha sido atendida em um centro médico de Guaviare, porque, segundo o testemunho do ex-senador Luis Eladio Pérez, refém libertado no mês passado, ela se encontrava a mais de 200 quilômetros dessa região no final de fevereiro. "Mas tudo é possível", disse o ex-marido.

 

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