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03/04/2008 - 13h04

Análise: Obama transforma o sonho de Luther King em realidade

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TERESA BOUZA
da Efe, em Washington

A possibilidade do pré-candidato democrata à Casa Branca Barack Obama ser o primeiro presidente negro dos Estados Unidos transformou em realidade o sonho do líder dos direitos civis, Martin Luther King, mas também lembra as tensões raciais latentes em todo o país.

Amanhã fará 40 anos que King foi assassinado, em 4 de abril de 1968. O crime aconteceu em um hotel de Memphis, no Tennessee, ao final de uma era de luta pela igualdade racial que acabou com a segregação e custou-lhe a vida.

"Sonho que um dia em Alabama, com seus ferozes racistas, (...) um dia os meninos negros e as meninas negras poderão dar as mãos para as crianças brancas como irmãos e irmãs", afirmou King no discurso histórico "I have a dream" (Eu tenho um sonho).

A meteórica carreira de Obama é, de certa maneira, a materialização deste sonho, segundo Erwin Hargrove, especialista em ciências políticas da Universidade Vanderbilt, no Tennesse.

O senador democrata por Illinois, 46, é filho de Barack Obama, um economista queniano educado em Harvard e de Ann Dunham, uma mulher de Wichita, no Kansas, ambos já falecidos.

Nascido em Honolulu, no Havaí e criado entre os Estados Unidos e a Indonésia, Obama conhece tanto os sofisticados caminhos do poder e o privilégio como os bairros mais pobres dos EUA.

"Ele progrediu na vida graças a seu talento e é isso que King assinalava", disse à agência de notícias Efe, Hargrove, em referência ao desejo do líder dos direitos civis de que a cor da pela não fosse um eterno lastro para os afro-americanos.

Seguidores de Luther King

Tanto Hargrove quanto Conrad Fink, professor da Universidade de Geórgia e ex-vice-presidente da agência de notícias Associated Press, coincidem ao dizer que Obama não apenas encarna o sonho de King, mas também é fruto de seu legado.

"Sem Martin Luther King, Obama não estaria onde está", disse Fink, à Efe. Fink disse acreditar que o sacrifício do reverendo negro "abriu um futuro completamente distinto para os negros norte-americanos".

Sua luta permitiu não apenas que Obama compita pela Casa branca, mas também que Estados como Nova York e Massachussetts tenham governadores negros e que vários afro-americanos tornaram-se prefeitos de cidades como Atlanta, Washington e Filadélfia impulsionados por um discurso "pós-racial".

Obama apostou na mesma estratégia: "Não há um EUA branco e um EUA negro e sim os Estados Unidos da América", disse durante a convenção nacional do Partido Democrata, em um discurso que o lançou na cena política nacional.

O convite de fechar as feridas raciais abertas no país foi uma das pedras fundamentais de sua campanha eleitoral. Mas os especialistas consideram que essas tensões raciais estão a flor da pele, como ficou claro com a polêmica gerada pelos sermões do pastor Jeremiah Wright, o reverendo que durante quase 20 anos dirigiu a vida espiritual de Obama.

O pastor convidou os membros de sua igreja a entonar "Deus amaldiçoe a América" no lugar do tradicional "Deus abençoe a América", pelo racismo que impera no país.

Essas palavras levaram Obama a pronunciar recentemente um grande discurso sobre o problema racial no qual reconheceu o ressentimento que existe entre os brancos e os negros e convidou os cidadãos norte-americanos a debater abertamente sobre o tema.

"É irônico que o debate sobre a raça chegue justo no aniversário da morte de Luther King", destaca Fink. Esse debate serviu para recordar o muito que progrediram os afro-americanos mas, também, o grande caminho que lhes falta para erradicar os guetos de violência, drogas, desemprego e falta de educação em que estão milhões de negros norte-americanos.

Barack Obama acredita que chegou o momento de dar o próximo passo adiante para tornar os EUA mais justo, um país que se redima do pecado original da escravidão. Falta saber se Obama conseguirá levar seu projeto adiante e ser eleito como o 44º presidente dos EUA.

Comentários dos leitores
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
As "autoridades" de imigração dos eua encobriram maus-tratos a estrangeiros e falta de atendimento médico nos casos de detidos mortos na prisão nos últimos anos, denunciou o jornal "The New York Times". A informação é parte do conteúdo de documentos internos e confidenciais obtidos pela publicação e a ONG União Americana de Liberdades Civis. Ambos se acolheram a uma lei de transparência que obriga à divulgação deste tipo de informação pelo governo. Os documentos mencionam os casos de 107 estrangeiros que morreram nos centros de detenção para imigrantes desde outubro de 2003. "Certos funcionários, alguns deles ainda em postos-chave, usaram seu cargo para ocultar provas de maus-tratos, desviar a atenção da imprensa e preparar declarações públicas com desculpas, após ter obtido dados que apontavam os abusos". É mais uma da "democracia" estadounidense que vive apontando o dedo para os outros. Quanto tempo e quantas patifarias ainda faltam para que alguns reconheçam que "liberdade e democracia" são MITOS nos eua. Ali acontece todo o tipo de manipulação, tortura, conchavo, tráfico, suborno, violência, abuso, enfim, toda a sorte de patifarias. Os eua estão mergulhados no mais profundo colapso em TODOS os sentidos. Não dá mais para encobrir que eles não se diferenciam em nada de TODOS os regimes que criticam, mas, como tem o poder das armas e são totalmente influenciados pela doutrina nazi sionista racista e fascista, são os maiores e verdadeiros grandes TERRORISTAS do mundo. São os condutores das maiores mazelas nos 4 cantos e o povo estadounidense precisa recuperar o poder e realmente conseguir resgatar sua Nação. Para começar, é preciso ter presidentes de verdade e não fantoches de 2 partidos que têm os mesmos "senhores", o sionismo internacional. Vivemos um momento decisivo onde devemos apoiar a Resistência mundial e lutar para derrubar o eixo que venceu o outro eixo na 2ª guerra e construir um mundo livre voltado para o socialismo do século XXI. Não ao capitalismo e ao comunismo, duas faces da mesma moeda controladas pelos sionismo. sem opinião
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Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
A situação é periclitante, se antigamente se concedia o Nobel da Paz a quem de algum modo, plantava a paz no mundo, hoje (dada a escassez de boa fé geral) se concede o prémio a quem não faz a guerra... Como diria o sábio Maluf: "Antes de entrar queria fazer o bem, depois que entei, o máximo que conseguí foi evitar o mal"
Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
1 opinião
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honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
Considero ecelente vosso noticiario. Obrigado, aos 83 anos de mnha vida, 8 opiniões
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