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EUA estudam lançar de aviões ajuda a Mianmar
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Colaboração para a Folha Online
Os Estados Unidos cogitam lançar pacotes de ajuda humanitária de aviões se não obtiverem a autorização da Junta Militar de Mianmar para entrar no país e auxiliar as vítimas do ciclone Nargis.
A opção é avaliada como último recurso, a ser levada adiante apenas se o regime birmanês continuar restringindo a entrada de ajuda e de equipes estrangeiras de resposta a desastres.
A afirmação foi feita hoje pelo diretor do Escritório de Assistência a Desastres no Estrangeiro da Agência para o Desenvolvimento Internacional dos EUA (USAID), Ky Luu.
A rádio estatal de Mianmar, fonte oficial sobre o número de vítimas, afirma que 22.980 pessoas morreram, outras 42.119 estão desaparecidas e 1.383 ficaram feridas no ciclone mais mortal desde a tempestade que atingiu Bangladesh em 1991, matando 143 mil.
Arte Folha Online |
O Nargis atingiu Mianmar no último sábado (03) e a maioria dos mortos foi vítima de uma onda de cerca de 3,5 metros. Um diplomata americano em Mianmar afirmou que pode haver mais de 100 mil mortos.
França
O Governo francês informou que prepara o envio de aviões com ajuda humanitária para os afetados pelo ciclone, mas espera as autorizações e garantias das autoridades do país para dar seqüência à operação.
O ministro de Assuntos Exteriores francês, Bernard Kouchner, reiterou em comunicado seu apelo à Junta Militar que governa o país para que "levante todas as restrições ao livre envio da ajuda pelos canais mais eficazes", pois "os organismos especializados das Nações Unidas e as ONG devem poder ter imediatamente acesso às vítimas".
O chefe da ONU para questões humanitárias, John Holmes disse que ao menos 1,5 milhão de pessoas em Mianmar foram "severamente afetadas" pelo ciclone.
Falando a jornalistas na sede da ONU, Holmes disse que ele estava decepcionado com a lentidão com que os funcionários da ONU e os bens de primeira necessidade estão chegando a Mianmar desde quarta-feira e descreveu a cooperação com as autoridades do país como "ainda extremamente insatisfatória".
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, planeja falar diretamente com o mais alto general da junta que comanda o país, Than Shwe, para persuadi-lo a remover os obstáculos, acrescentou Holmes. Ban pretende "instá-lo fortemente a facilitar o acesso e nos permitir a fazer o trabalho que temos de fazer", afirmou.
Holmes disse que dois membros de uma primeira equipe de avaliação do desastre tiveram permissão para entrar no país, mas outros dois que tentavam entrar com documentos da ONU haviam sido recusados quando chegaram ao aeroporto do país. Todos os quatro são de países da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático) com acordos de visto com Mianmar.
"Essa não é uma situação aceitável", disse Holmes, acrescentando que os documentos "laissez-passer" da ONU devem ser o suficiente para garantir o acesso, particularmente em uma situação de crise.
Não está claro porque o governo está restringindo a entrada de funcionários da ONU. "As autoridades não deram nenhuma explicação de quais são suas preocupações", disse Holmes, acrescentando que a junta militar que governa Mianmar é um regime "isolado e suspeito".
Grupo do Rio
O Grupo do Rio divulgou nesta quinta-feira um comunicado sobre a situação em Mianmar.
Além de lamentar "com pesar as graves conseqüências ocasionadas por este desastre natural", o Grupo do Rio expressou "seu desejo que Mianmar alcance uma pronta recuperação desta emergência".
O Grupo do Rio é um organismo integrado pelos países latino-americanos e caribenhos que busca o diálogo e a integração política regional.
Com Agências Internacionais
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