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10/06/2008 - 10h00

Eleitores evangélicos apóiam relutantes o "liberal" McCain

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da Reuters
Colaboração para a Folha Online

O provável candidato republicano John McCain enfrenta um cenário complicado diante dos evangélicos, grupo de eleitores tradicionalmente republicanos que alavancou a votação do partido nas eleições passadas. Alguns grupos de batistas, maior denominação evangélica do país, sentem-se relutantes em apoiar um candidato tão "liberal" quanto McCain.

"É basicamente uma escolha entre um liberal e um ultra-liberal", disse Jodie Sanders, freqüentador da igreja batista no Texas, um reduto republicano, sobre McCain e o provável candidato democrata Barack Obama.

A opinião, dividida por vários membros de igrejas batistas em todo o sudeste do país, revela um desafio para McCain, que precisa conquistar estes eleitores cristãos conservadores para garantir um bom resultado nas urnas de 4 de novembro. Os protestantes evangélicos representam um em cada quatro adultos norte-americanos, são uma base eleitoral chave para os republicanos e poucos analistas vêem uma vitória de McCain sem seu apoio em massa.

Mas McCain é visto com suspeitas nos círculos evangélicos conservadores por causa de seu passado de apoio à medidas consideradas muito liberais, como apoio a pesquisas com células tronco, apoio a uma reforma na legislação de imigração e seu fracasso em apoiar uma proibição federal do casamento gay.

"Eu acredito que a maioria dos batistas do sudeste apoiarão McCain, embora eu saiba que há alguns assuntos pendentes entre o senador e os evangélicos mais conservadores", disse Frank Page, presidente do Congresso de batistas do Sudeste, que realiza seu encontro anual nesta terça-feira, em Indiana.

McCain frequenta uma igreja afiliada ao Congresso, em Phoenix, mas seus laços com a religião parecem não tê-lo ajudado a se conectar com o eleitorado em assuntos que eles consideram importantes.

"Eu acredito que a maioria dos batistas gostariam que ele falasse mais sobre assuntos evangélicos, mas nós estamos aceitando cautelosamente", disse John Mann, pastor de Springtown, Texas.

McCain adotou uma postura mais reservada quanto à suas crenças religiosas que seus rivais democratas. Durante a campanha pelas primárias democratas, Obama e a ex-pré-candidata Hillary Clinton reiteraram inúmeras vezes suas crenças religiosas e suas políticas sobre temas considerados importantes para o grupo.

Eles participaram inclusive de um fórum religioso acompanhado de perto por milhares de eleitores no começo de abril. Tanto Hillary quanto Obama responderam a questões sobre fé e religião tanto na sua vida particular quanto no seu discurso político e em um possível mandato presidencial.

O Fórum da Fé na Vida Pública no Messiah College, perto de Harrisburg, Pensilvânia, foi transmitido pela TV norte-americana. McCain recusou o convite para ir ao fórum e sua ausência foi motivo de estranhamento entre os eleitores republicanos.

Opção

Dan Yoder, pastor de uma pequena igreja em Springfield, Tennessee, disse que terá que "tampar o nariz" quando for votar em McCain, mas que a outra opção é pior já que Obama é um "socialista convicto".

Obama, que frequenta a igreja batista de Chicago, é um candidato com pouco apelo entre a linha conservadora dos evangélicos. Senador por Illinois, ele tem um registro de votação liberal, de oposição à guerra do Iraque e apoio aos direitos de aborto.

Os evangélicos também desconfiam de Obama pelos comentários controversos de seu ex-pastor, Jeremiah Wright, que afirmou que os ataques terroristas de 11 de Setembro foram uma retribuição à política externa dos EUA.

O democrata rompeu laços com o pastor e com a igreja, após o surgimento de mais controversas vindas de um outro pastor, seu amigo, sobre a insistência de Hillary em permanecer na corrida pela nomeação.

Mas se Obama afasta os conservadores mais radicais, sua fé e seu discurso sobre religião devem atrair os evangélicos jovens e mais moderados. De qualquer forma, ele não precisaria destes votos cristãos, já que eles tradicionalmente não entram na conta democrata dos votos nacionais.

Chapa republicana

A direita cristã tem até seus preferidos para a escolha do vice-presidente republicano. Yoder disse esperar que McCain escolha o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney.

Ele era o favorito de alguns conservadores quando disputava a corrida pela nomeação republicana, mas muitos evangélicos ficam receosos por sua fé mórmon e seu passado de aprovação do direito ao aborto.

Em Louisiana, o governador conservador Bobby Jindal desponta como uma boa escolha para McCain já que é um católico fervoroso, o que agrada este importante eleitorado.

Os políticos locais dizem estar certos de que Jindal balancearia a chapa republicana. A direita cristã também aposta em Jindal, que afirmou recentemente que em sua fé "você dá 100% de si próprio a Deus", segundo reportagem do jornal norte-americano "The New York Times".

"Ele tem tudo que falta em McCain", disse o deputado republicano John LaBruzzo. "Ele é visto como um verdadeiro conservador, diferentemente de McCain", disse.

Dentro da Casa dos Representantes (Câmara dos Deputados), muitos legisladores apoiaram a posição defendida pelo Fórum da Família de Louisiana, um grupo religioso, antiaborto que está afilado a grupos extremamente conservadores. Segundo o "NYT", Jindal é um dos mais ativos membros do grupo.

"Eu acredito que há alguns princípios políticos que nós dividimos, que naturalmente nos colocam mais juntos, Nós valorizamos a vida humana e o governo limitado", disse Gene Mills, diretor-executivo do Fórum.

Em uma atitude importante para a equipe de McCain, Jindal mantém uma postura cautelosa sobre temas polêmicos. Assim Jindal, prefere se manter longe de discussões como a do Ato de Educação Científica de Louisiana, que promove "uma discussão aberta e objetiva" nas escolas sobre "a evolução, origens da vida, aquecimento global e clonagem de seres humanos".

Gary Ledbetter, porta-voz da convenção batista do Texas, disse que McCain parece o candidato "mais forte em assuntos familiares", como o aborto.

"Nós podemos debater a guerra e a economia, mas há algumas coisas que nós sentimos que Deus já falou e não deve haver debate", afirma.

Comentários dos leitores
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
As "autoridades" de imigração dos eua encobriram maus-tratos a estrangeiros e falta de atendimento médico nos casos de detidos mortos na prisão nos últimos anos, denunciou o jornal "The New York Times". A informação é parte do conteúdo de documentos internos e confidenciais obtidos pela publicação e a ONG União Americana de Liberdades Civis. Ambos se acolheram a uma lei de transparência que obriga à divulgação deste tipo de informação pelo governo. Os documentos mencionam os casos de 107 estrangeiros que morreram nos centros de detenção para imigrantes desde outubro de 2003. "Certos funcionários, alguns deles ainda em postos-chave, usaram seu cargo para ocultar provas de maus-tratos, desviar a atenção da imprensa e preparar declarações públicas com desculpas, após ter obtido dados que apontavam os abusos". É mais uma da "democracia" estadounidense que vive apontando o dedo para os outros. Quanto tempo e quantas patifarias ainda faltam para que alguns reconheçam que "liberdade e democracia" são MITOS nos eua. Ali acontece todo o tipo de manipulação, tortura, conchavo, tráfico, suborno, violência, abuso, enfim, toda a sorte de patifarias. Os eua estão mergulhados no mais profundo colapso em TODOS os sentidos. Não dá mais para encobrir que eles não se diferenciam em nada de TODOS os regimes que criticam, mas, como tem o poder das armas e são totalmente influenciados pela doutrina nazi sionista racista e fascista, são os maiores e verdadeiros grandes TERRORISTAS do mundo. São os condutores das maiores mazelas nos 4 cantos e o povo estadounidense precisa recuperar o poder e realmente conseguir resgatar sua Nação. Para começar, é preciso ter presidentes de verdade e não fantoches de 2 partidos que têm os mesmos "senhores", o sionismo internacional. Vivemos um momento decisivo onde devemos apoiar a Resistência mundial e lutar para derrubar o eixo que venceu o outro eixo na 2ª guerra e construir um mundo livre voltado para o socialismo do século XXI. Não ao capitalismo e ao comunismo, duas faces da mesma moeda controladas pelos sionismo. sem opinião
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Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
A situação é periclitante, se antigamente se concedia o Nobel da Paz a quem de algum modo, plantava a paz no mundo, hoje (dada a escassez de boa fé geral) se concede o prémio a quem não faz a guerra... Como diria o sábio Maluf: "Antes de entrar queria fazer o bem, depois que entei, o máximo que conseguí foi evitar o mal"
Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
1 opinião
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honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
Considero ecelente vosso noticiario. Obrigado, aos 83 anos de mnha vida, 8 opiniões
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