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Análise: Política externa de McCain é suscetível ao ataque de Obama
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DAVID MORGAN
da Reuters, em Washington
O provável candidato republicano à Casa Branca John McCain pode ser vulnerável em política externa e segurança nacional --o principal argumento de sua campanha até agora-- se o democrata Barack Obama conseguir pintá-lo como um símbolo de contradição e ideologia extrema, dizem analistas.
McCain --ex-piloto da Marinha e prisioneiro de guerra no Vietnã com 25 anos no Congresso contra três de Obama-- tornou sua experiência a peça central de sua campanha pelas eleições presidenciais de novembro enquanto acusa Obama de ser fraco e não ter sido testado.
Os democratas liderados pelo próprio Obama tentaram desenhar McCain como uma continuação do presidente George W. Bush, cuja popularidade caiu junto com a da guerra do Iraque pela qual muitos americanos culpam os neoconservadores em sua administração.
"Esta é uma oportunidade para nós de assumir a luta com os republicanos e não apenas reagir em política internacional e segurança nacional, é uma oportunidade de sermos agressivos", disse o senador Joseph Biden, democrata de Delaware que lidera o Comitê de Relações Internacionais do Senado.
McCain tem liderado Obama em assuntos de política externa segundo pesquisas de opinião. Cerca de 50% dos eleitores registrados vêem as posições do senador republicano como "certas". Outros 43% apontam tal visão quanto a Obama, de acordo com dados coletados entre 21 e 25 de maio pelo Pew Research Center.
Outros 43$ dizem que Obama não foi "firme o suficiente" na esfera das relações internacionais, enquanto 3% chamaram-no de "muito duro". Em contraste, 16% dos entrevistados apontam que McCain não foi duro o suficiente e 22% dizem que ele foi rígido demais. A pesquisa tem margem de erro de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
Mas Ted Galen Carpenter do Instituto Cato, um grupo libertário que se opõe à Guerra do Iraque, disse que a candidatura de McCain pode ser seriamente prejudicada caso os democratas montem um ataque especialmente mirado nos laços dos republicanos com os neoconservadores conhecidos como "neocons".
Muito, muito perigoso
Carpenter diz acreditar que os conselheiros mais realistas da campanha de McCain, como Henry Kissinger, estão tentando protegê-lo de todas as maneiras das acusações democratas de que ele é um neoconservador.
"John McCain é quase um subsidiário do movimento neoconservador quanto se fala de política externa", disse Carpenter. "Os democratas têm que ir para a ofensiva e ficar na ofensiva. A mensagem tem que ser: John McCain e seu time de política externa são muito, muito perigosos para América", completou.
A estratégia não seria exatamente uma surpresa para os republicanos. "Se eu fosse o time de Obama eu simplesmente diria "neocon, neocon, neocon". Isso seria uma coisa divertida para fazer", disse um conselheiro de McCain, em condição de anonimato.
"Mas McCain conhece sua política e eu não o chamaria uniformemente de uma coisa ou outra", disse.
A "neocon" está mais inclinado que outros conservadores a apoiar vigorosamente a política governamental de moralidade e intervencionismo na política externa. Neoconservadores como o ex-vice-secretário de Defesa Paul Wolfowitz foram arquitetos da Guerra do Iraque e a doutrina militar de Bush.
O idealismo dos neoconservadores também parece estar atrás da idéia de que os assuntos mundiais podem ser resolvidos em uma Liga das Democracias, dizem analistas, apesar dops EUA precisarem trabalhar com países autocráticos incluindo o Egito e a Arábia Saudita em assuntos vitais como petróleo, paz no Oriente Médio e terrorismo.
"Você tem um John McCain realista tentando coexistir pacificamente com um neocon John McCain", disse Norman Ornstein, do Instituto American Enterprise, um grupo conservador.
"Há alguns significativos sinais de líderes em ambos os campos disputando as orelhas de McCain e tentando fazer sua visão das coisas prevalecer", completa.
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Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
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