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04/09/2008 - 17h34

Sudão diz que detenção de presidente Bashir prolongaria conflito em Darfur

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da Efe, em Haia

O ministro das Relações Exteriores do Sudão, Deng Alor, afirmou nesta quinta-feira em Haia (Holanda) que uma possível ordem de prisão contra o presidente sudanês, Omar Hassan Ahmad al-Bashir, causará instabilidade política, interferirá nos processos de paz e prolongará a guerra em Darfur.

Em entrevista à imprensa após se reunir com o chanceler holandês, Maxime Verhagen, o ministro sudanês se referiu à situação de "crise" que seu país viverá se o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, ordenar a detenção de Bashir.

"É a primeira vez em nossa História que um presidente no cargo é acusado e, embora possa me equivocar, penso que especialmente sua ordem de detenção causará definitivamente mais instabilidade interna, interferirá nos processos de paz e prolongará o conflito em Darfur", declarou Alor.

O chanceler sudanês também afirmou que seu governo está discutindo uma colaboração com o TPI, e antecipou que seu governo "espera tomar uma decisão" antes de o tribunal emitir uma ordem de detenção contra Bashir. Alor explicou que a acusação contra o presidente do Sudão é alvo de "debates muito sérios" no país, e que "há divergências" dentro do governo sobre a cooperação com o TPI.

Alor acrescentou que "o povo no Sudão está preocupado com as conseqüências" da acusação contra Bashir, que o TPI acusou de perpretar crimes de guerra durante os últimos cinco anos em Darfur, entre eles o genocídio.

Darfur

O chanceler holandês Verhagen exortou o Sudão a "colaborar plenamente com o TPI" e permitir o "acesso da ajuda humanitária" aos campos de refugiados. Mas afirmou que as preocupações sobre as conseqüências de uma possível prisão de Bashir "não podem ser uma desculpa para os assassinatos ou a impunidade continuarem no país".

O chefe da diplomacia sudanesa se reunirá durante sua viagem de dois dias à Holanda com diferentes membros do governo e do Parlamento, mas não visitará a sede do Tribunal Penal Internacional.

O promotor-chefe do TPI, Luis Moreno Ocampo, anunciou em julho passado a acusação por crimes de guerra e genocídio contra o presidente sudanês e solicitou aos juízes que emitam uma ordem de prisão para que Bashir seja capturado e julgado em Haia.

Bashir é acusado por crimes cometidos na região de Darfur, onde mais de 300 mil pessoas morreram e 2,5 milhões ficaram desalojados em cinco anos de conflito.

 

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