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03/11/2008 - 10h10

De salvadora, Sarah Palin se transformou em peso para McCain

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CÉSAR MUÑOZ ACEBES
da Efe, em Washington

A candidata republicana à Vice-presidência dos Estados Unidos, Sarah Palin, parecia reunir todas a qualidades para ser a companheira de chapa ideal de John McCain, como ser reformista, fotogênica e a primeira mulher a governar o Alasca, mas uma série de erros gerou dúvidas sobre sua preparação para entrar na Casa Branca.

McCain tirou Palin do anonimato político, em um desses golpes de efeito que lhe caracterizam e que, em setembro passado, na convenção do partido em St Paul (Minnesota), muitos interpretaram como um golpe de mestre.

Mãe de cinco filhos, um deles com síndrome de Down, Palin, 44, levou novos ares à campanha republicana, fascinou a base mais conservadora do partido e fez com que os comícios ficassem lotados. Palin surgiu como uma mulher comum, capaz de falar em nome da classe média com uma linguagem coloquial e próxima, fiel acima de tudo a seus princípios conservadores e humilde, mas esse mito acabou se desmoronando com o tempo.

Primeiro, surgiu a dúvida sobre sua capacidade de substituir McCain na Presidência se fosse necessário, em função de sua pouca experiência na vida pública. Desde dezembro de 2006, ela dirige o estado do Alasca, com apenas cerca de 700 mil habitantes, e durante outros seis anos foi prefeita de Wasilla, uma localidade de 6.715 moradores.

A campanha republicana tinha conseguido diminuir as críticas, principalmente porque a experiência do próprio candidato democrata, Barack Obama, não é muito vasta, mas Palin cavou sua própria cova ao demonstrar sua baixa preparação.

Em suas poucas entrevistas afirmou, por exemplo, que a proximidade do Alasca à Rússia a qualifica para falar de política externa, e não soube mencionar nenhuma decisão do Supremo Tribunal sobre a legalização do aborto.

Quando foi perguntada por um aluno da escola primária sobre o papel dos vice-presidentes, Palin respondeu que eles "trabalham junto ao Senado, e se quiserem podem se reunir com os senadores e promover muitas mudanças políticas". Sua resposta contradiz a divisão de poderes, pela qual o vice-presidente só emite um voto no Senado se houver um empate e em nenhum caso participa do processo de elaboração de leis.

Os comediantes aproveitaram o material dado a eles pela companheira de chapa de McCain, especialmente Tina Fey, que usando o penteado e roupas iguais às de Palin ridicularizou a candidata simplesmente com a repetição de suas próprias respostas, muitas vezes incoerentes.

Sua imagem como pessoa correta também sofreu danos recentemente: há duas semanas, uma investigação da legislatura do Alasca concluiu que ela abusou de seu poder ao demitir o chefe de segurança do estado, Walter Monegan, por causa de um assunto pessoal. Além disso, se soube que a campanha republicana gastou US$ 150 mil de doações para comprar roupas para Palin, o que se choca diretamente com a imagem que tinha projetado de mulher comum que sente as dificuldades dos americanos por causa da crise econômica.

Estas revelações deixaram McCain contra a parede. O senador pelo Arizona foi obrigado a defendê-la sempre que era entrevistado, porque as dúvidas sobre Palin põem também em questão seu bom julgamento no momento de tomar decisões.

Alguns comentaristas de direita chegaram a pedir a saída de Palin da chapa republicana, e Colin Powell, ex-secretário de Estado do presidente George W. Bush, disse que ela não está preparada para a Casa Branca. Os americanos pareceram concordar com a opinião de Powell, já que as pesquisas indicam que entre 55% e 60% deles não confiam na capacidade da governadora do Alasca de assumir o poder.

Apesar de tudo, Palin ainda entusiasma a direita religiosa republicana, composta por eleitores brancos que são contrários ao aborto e ao casamento entre homossexuais, e que sempre desconfiaram de McCain. Esse bloco já cogita inclusive a possibilidade de Palin se candidatar à Presidência em 2012. Por isso, ainda é cedo para saber se sua entrada na política nacional é permanente, ou se, com uma derrota republicana nas eleições, seu nome voltará a se perder nas neves do Alasca.

Comentários dos leitores
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
hugo chavez (262) 11/01/2010 22h49
As "autoridades" de imigração dos eua encobriram maus-tratos a estrangeiros e falta de atendimento médico nos casos de detidos mortos na prisão nos últimos anos, denunciou o jornal "The New York Times". A informação é parte do conteúdo de documentos internos e confidenciais obtidos pela publicação e a ONG União Americana de Liberdades Civis. Ambos se acolheram a uma lei de transparência que obriga à divulgação deste tipo de informação pelo governo. Os documentos mencionam os casos de 107 estrangeiros que morreram nos centros de detenção para imigrantes desde outubro de 2003. "Certos funcionários, alguns deles ainda em postos-chave, usaram seu cargo para ocultar provas de maus-tratos, desviar a atenção da imprensa e preparar declarações públicas com desculpas, após ter obtido dados que apontavam os abusos". É mais uma da "democracia" estadounidense que vive apontando o dedo para os outros. Quanto tempo e quantas patifarias ainda faltam para que alguns reconheçam que "liberdade e democracia" são MITOS nos eua. Ali acontece todo o tipo de manipulação, tortura, conchavo, tráfico, suborno, violência, abuso, enfim, toda a sorte de patifarias. Os eua estão mergulhados no mais profundo colapso em TODOS os sentidos. Não dá mais para encobrir que eles não se diferenciam em nada de TODOS os regimes que criticam, mas, como tem o poder das armas e são totalmente influenciados pela doutrina nazi sionista racista e fascista, são os maiores e verdadeiros grandes TERRORISTAS do mundo. São os condutores das maiores mazelas nos 4 cantos e o povo estadounidense precisa recuperar o poder e realmente conseguir resgatar sua Nação. Para começar, é preciso ter presidentes de verdade e não fantoches de 2 partidos que têm os mesmos "senhores", o sionismo internacional. Vivemos um momento decisivo onde devemos apoiar a Resistência mundial e lutar para derrubar o eixo que venceu o outro eixo na 2ª guerra e construir um mundo livre voltado para o socialismo do século XXI. Não ao capitalismo e ao comunismo, duas faces da mesma moeda controladas pelos sionismo. sem opinião
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Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
Luciano Edler Suzart (40) 09/10/2009 10h20
A situação é periclitante, se antigamente se concedia o Nobel da Paz a quem de algum modo, plantava a paz no mundo, hoje (dada a escassez de boa fé geral) se concede o prémio a quem não faz a guerra... Como diria o sábio Maluf: "Antes de entrar queria fazer o bem, depois que entei, o máximo que conseguí foi evitar o mal"
Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
1 opinião
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honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
honório Tonial (2) 16/05/2009 21h47
Considero ecelente vosso noticiario. Obrigado, aos 83 anos de mnha vida, 8 opiniões
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