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De salvadora, Sarah Palin se transformou em peso para McCain
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CÉSAR MUÑOZ ACEBES
da Efe, em Washington
A candidata republicana à Vice-presidência dos Estados Unidos, Sarah Palin, parecia reunir todas a qualidades para ser a companheira de chapa ideal de John McCain, como ser reformista, fotogênica e a primeira mulher a governar o Alasca, mas uma série de erros gerou dúvidas sobre sua preparação para entrar na Casa Branca.
McCain tirou Palin do anonimato político, em um desses golpes de efeito que lhe caracterizam e que, em setembro passado, na convenção do partido em St Paul (Minnesota), muitos interpretaram como um golpe de mestre.
Mãe de cinco filhos, um deles com síndrome de Down, Palin, 44, levou novos ares à campanha republicana, fascinou a base mais conservadora do partido e fez com que os comícios ficassem lotados. Palin surgiu como uma mulher comum, capaz de falar em nome da classe média com uma linguagem coloquial e próxima, fiel acima de tudo a seus princípios conservadores e humilde, mas esse mito acabou se desmoronando com o tempo.
Primeiro, surgiu a dúvida sobre sua capacidade de substituir McCain na Presidência se fosse necessário, em função de sua pouca experiência na vida pública. Desde dezembro de 2006, ela dirige o estado do Alasca, com apenas cerca de 700 mil habitantes, e durante outros seis anos foi prefeita de Wasilla, uma localidade de 6.715 moradores.
A campanha republicana tinha conseguido diminuir as críticas, principalmente porque a experiência do próprio candidato democrata, Barack Obama, não é muito vasta, mas Palin cavou sua própria cova ao demonstrar sua baixa preparação.
Em suas poucas entrevistas afirmou, por exemplo, que a proximidade do Alasca à Rússia a qualifica para falar de política externa, e não soube mencionar nenhuma decisão do Supremo Tribunal sobre a legalização do aborto.
Quando foi perguntada por um aluno da escola primária sobre o papel dos vice-presidentes, Palin respondeu que eles "trabalham junto ao Senado, e se quiserem podem se reunir com os senadores e promover muitas mudanças políticas". Sua resposta contradiz a divisão de poderes, pela qual o vice-presidente só emite um voto no Senado se houver um empate e em nenhum caso participa do processo de elaboração de leis.
Os comediantes aproveitaram o material dado a eles pela companheira de chapa de McCain, especialmente Tina Fey, que usando o penteado e roupas iguais às de Palin ridicularizou a candidata simplesmente com a repetição de suas próprias respostas, muitas vezes incoerentes.
Sua imagem como pessoa correta também sofreu danos recentemente: há duas semanas, uma investigação da legislatura do Alasca concluiu que ela abusou de seu poder ao demitir o chefe de segurança do estado, Walter Monegan, por causa de um assunto pessoal. Além disso, se soube que a campanha republicana gastou US$ 150 mil de doações para comprar roupas para Palin, o que se choca diretamente com a imagem que tinha projetado de mulher comum que sente as dificuldades dos americanos por causa da crise econômica.
Estas revelações deixaram McCain contra a parede. O senador pelo Arizona foi obrigado a defendê-la sempre que era entrevistado, porque as dúvidas sobre Palin põem também em questão seu bom julgamento no momento de tomar decisões.
Alguns comentaristas de direita chegaram a pedir a saída de Palin da chapa republicana, e Colin Powell, ex-secretário de Estado do presidente George W. Bush, disse que ela não está preparada para a Casa Branca. Os americanos pareceram concordar com a opinião de Powell, já que as pesquisas indicam que entre 55% e 60% deles não confiam na capacidade da governadora do Alasca de assumir o poder.
Apesar de tudo, Palin ainda entusiasma a direita religiosa republicana, composta por eleitores brancos que são contrários ao aborto e ao casamento entre homossexuais, e que sempre desconfiaram de McCain. Esse bloco já cogita inclusive a possibilidade de Palin se candidatar à Presidência em 2012. Por isso, ainda é cedo para saber se sua entrada na política nacional é permanente, ou se, com uma derrota republicana nas eleições, seu nome voltará a se perder nas neves do Alasca.
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Só assim pra se justificar esse Nobel a Obama, ou podemos ver como um estímulo preventivo a que não use da força bélica que lhe está disponível contra novos "Afeganistões" do mundo.
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