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27/12/2002
-
15h57
Um atentado suicida com carros-bomba contra o edifício onde se encontra o governo tchetcheno pró-Rússia em Grozny (capital tchetchena) causou a morte de ao menos 46 pessoas e deixou cerca de 70 feridos hoje, de acordo com informações divulgadas pela agência Intefax.
Segundo informações da rede de TV NTV, muitas pessoas foram socorridas e levadas para hospitais da região. Nem o chefe do governo tchetcheno pró-Rússia, Akhmad Kadyrov, nem seu vice, Mikhail Babich, estavam no local na hora da explosão.
As imagens da NTV mostraram o prédio, um dos poucos que foram reconstruídos depois que forças russas tomaram a capital em 2000, completamente destroçado pela explosão.
Segundo informações do ministro tchetcheno do Interior, Ruslan Tsakayev, divulgadas pela agência Interfax, um caminhão e um carro preparados com explosivos invadiram o complexo e explodiram. "O governo está tentando determinar o número de vítimas, o qual já é considerado ´significante`", disse Tsakayev.
Pelo menos 46 pessoas morreram, incluindo os dois motoristas dos carros-bomba. Segundo informações da TV, cerca de 70 pessoas ficaram feridas.
No dia 23 de outubro, um grupo de rebeldes tchetchenos tomou um teatro de Moscou e fez cerca de 800 pessoas reféns durante 58 horas. Os rebeldes reivindicavam a retirada imediata das forças russas da Tchetchênia. Sem chegar a um acordo, a polícia de Moscou lançou um gás a base ópio dentro do teatro e deu início à operação de resgate: o gás causou a morte de 129 reféns. Outros dois reféns morreram baleados pelos terroristas. Todos os 41 rebeldes que invadiram o teatro também morreram no incidente.
O Exército russo entrou na Tchetchênia no final de setembro de 1999, alegando combater grupos terroristas islâmicos. Após quase dois anos de combates, Moscou domina a maior parte da região, incluindo a capital, Grosni, e as principais cidades.
A Tchetchênia, de maioria muçulmana, é formalmente uma república russa, mas havia conquistado autonomia após o conflito travado com Moscou entre 1994 e 1996. A região foi anexada pela Rússia no século 18, ainda na época dos czares.
Organizações internacionais criticam, desde o início da ofensiva russa, o desrespeito aos direitos humanos. Civis e rebeldes tchetchenos teriam sido barbaramente torturados e mortos por soldados russos.
O presidente russo, Vladimir Putin, se tornou a figura mais popular na política do país graças à sua ação na ofensiva na Tchetchênia e ganhou a eleição presidencial ocorrida em março de 2000.
Conflito
Em dezembro de 1994 a Rússia desencadeou a guerra contra a República independentista da Tchechênia. O conflito durou 21 meses, deixou milhares de mortos e terminou com a retirada dos russos. A Tchetchênia, que faz parte do território russo, passou a gozar de ampla autonomia.
Em setembro de 1999, Putin ordenou nova ofensiva militar contra a Tchechênia, considerada uma república rebelde, alegando que a Província abrigaria rebeldes islâmicos que pretendiam estabelecer uma República fundamentalista no Daguestão, região vizinha à Tchechênia. Segundo o governo da Rússia, os rebeldes seriam os responsáveis pelos atentados terroristas que deixaram quase 300 mortos em 1999.
No mês passado, cerca de 14 rebeldes tchetchenos e dois soldados russos morreram em dois dias de confrontos. Dez rebeldes foram mortos durante tiroteios com o Exército russo, e dois soldados russos morreram na explosão de uma mina na região de Chali (sudeste).
O último balanço oficial russo é de 4.249 mortos desde julho de 1999, data em que começou a intervenção das forças federais no Cáucaso do Norte.
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Sobe para 46 número de mortos em atentado na Tchetchênia
da Folha OnlineUm atentado suicida com carros-bomba contra o edifício onde se encontra o governo tchetcheno pró-Rússia em Grozny (capital tchetchena) causou a morte de ao menos 46 pessoas e deixou cerca de 70 feridos hoje, de acordo com informações divulgadas pela agência Intefax.
Segundo informações da rede de TV NTV, muitas pessoas foram socorridas e levadas para hospitais da região. Nem o chefe do governo tchetcheno pró-Rússia, Akhmad Kadyrov, nem seu vice, Mikhail Babich, estavam no local na hora da explosão.
Reuters |
Reprodução de imagem de TV mostra o momento em que pessoas feridas deixavam o prédio do governo pró-Rússia, em Grozny (Tchetchênia), após atentado que matou 46 pessoas e feriu 70 |
As imagens da NTV mostraram o prédio, um dos poucos que foram reconstruídos depois que forças russas tomaram a capital em 2000, completamente destroçado pela explosão.
Segundo informações do ministro tchetcheno do Interior, Ruslan Tsakayev, divulgadas pela agência Interfax, um caminhão e um carro preparados com explosivos invadiram o complexo e explodiram. "O governo está tentando determinar o número de vítimas, o qual já é considerado ´significante`", disse Tsakayev.
Pelo menos 46 pessoas morreram, incluindo os dois motoristas dos carros-bomba. Segundo informações da TV, cerca de 70 pessoas ficaram feridas.
No dia 23 de outubro, um grupo de rebeldes tchetchenos tomou um teatro de Moscou e fez cerca de 800 pessoas reféns durante 58 horas. Os rebeldes reivindicavam a retirada imediata das forças russas da Tchetchênia. Sem chegar a um acordo, a polícia de Moscou lançou um gás a base ópio dentro do teatro e deu início à operação de resgate: o gás causou a morte de 129 reféns. Outros dois reféns morreram baleados pelos terroristas. Todos os 41 rebeldes que invadiram o teatro também morreram no incidente.
O Exército russo entrou na Tchetchênia no final de setembro de 1999, alegando combater grupos terroristas islâmicos. Após quase dois anos de combates, Moscou domina a maior parte da região, incluindo a capital, Grosni, e as principais cidades.
A Tchetchênia, de maioria muçulmana, é formalmente uma república russa, mas havia conquistado autonomia após o conflito travado com Moscou entre 1994 e 1996. A região foi anexada pela Rússia no século 18, ainda na época dos czares.
Organizações internacionais criticam, desde o início da ofensiva russa, o desrespeito aos direitos humanos. Civis e rebeldes tchetchenos teriam sido barbaramente torturados e mortos por soldados russos.
O presidente russo, Vladimir Putin, se tornou a figura mais popular na política do país graças à sua ação na ofensiva na Tchetchênia e ganhou a eleição presidencial ocorrida em março de 2000.
Conflito
Em dezembro de 1994 a Rússia desencadeou a guerra contra a República independentista da Tchechênia. O conflito durou 21 meses, deixou milhares de mortos e terminou com a retirada dos russos. A Tchetchênia, que faz parte do território russo, passou a gozar de ampla autonomia.
Em setembro de 1999, Putin ordenou nova ofensiva militar contra a Tchechênia, considerada uma república rebelde, alegando que a Província abrigaria rebeldes islâmicos que pretendiam estabelecer uma República fundamentalista no Daguestão, região vizinha à Tchechênia. Segundo o governo da Rússia, os rebeldes seriam os responsáveis pelos atentados terroristas que deixaram quase 300 mortos em 1999.
No mês passado, cerca de 14 rebeldes tchetchenos e dois soldados russos morreram em dois dias de confrontos. Dez rebeldes foram mortos durante tiroteios com o Exército russo, e dois soldados russos morreram na explosão de uma mina na região de Chali (sudeste).
O último balanço oficial russo é de 4.249 mortos desde julho de 1999, data em que começou a intervenção das forças federais no Cáucaso do Norte.
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